Mais sobre o vocabulário da pandemia global, a expressão «ainda bem», alguns derivados de mitónimos e o ensino da língua a distância
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Mais sobre o vocabulário da pandemia global, a expressão «ainda bem», alguns derivados de mitónimos e o ensino da língua a distância
1. Se a China começou por ser o país mais afetado pela covid-19 *– e onde tudo começou –, na Europa, nos Estados Unidos ou noutras regiões do planeta, a pandemia também se expande inexoravelmente e, portanto, continua tema dominante da atualidade nacional e internacional. Na comunicação social, não deixam de se fazer notar anglicismos recorrentes, que se somam ao vocabulário mais ativo nas notícias e nas opiniões sobre a presente crise (aqui, aqui e...
Ainda A covid-19 na língua, "coronabonds" – a nova palavra –, a etimologia de poesia e a ilha escondida em topónimos do mundo
1. O número de novos casos de infeção pelo novo coronavírus continua a subir na Europa e em muitos outros locais deste nosso planeta, tendo já atingido mais de 280 mil pessoas e provocado mais de 11 mil mortes. A pandemia ocupa de forma quase plena não só o espaço mediático como também as conversas privadas. Desde as medidas profiláticas às políticas, desde as especialidades médicas às áreas da ciência envolvidas, desde o tratamento estatístico dos dados à sua análise, tudo envolve léxico para ser...
O campo lexical da COVID-19, a escrita relacionada com a pandemia, um caso de complemento direto nulo e a etimologia da palavra imbecil
1. Em Portugal, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa declarou estado de emergência durante 15 dias (de 19/03 até 02/04). Esta declaração permitiu a suspensão de um conjunto de direitos e liberdades dos cidadãos portugueses (notícia aqui e aqui). Na sequência desta decisão, o governo definiu um pacote de medidas que visam defender a saúde pública (ver aqui as medidas em vigor), entre as quais se destaca a restrição do direito de livre circulação. As consequências que advêm destas...
A expressão «estado de emergência» e outro vocabulário via COVID-19, a ordem interna dos adjetivos, palavras com sal e o latim a partir do zero
1. São dias que hão de com certeza ficar profundamente gravados na memória coletiva mundial. Com o alastramento do novo coronavírus (SARS-CoV-2), e tal como acontece noutros países, em especial na vizinha Espanha, também Portugal se encontra prestes a adotar medidas de exceção com forte impacto linguístico, testemunhado pela velocidade com que entram em circulação palavras menos habituais ou neologismos simples e compostos. Do vocabulário recorrente, destaca-se a locução estado de...
A história da mesóclise, um livro em volta da chanfana, imprecisões no uso do termo COVID-19 e palavras dos tempos que correm
1. Os processo de formação de uma língua consolidam-se no tempo, o que implica que a reconstituição do percurso efetuado seja um processo tanto apaixonante quanto complexo. Por exemplo, a mesóclise (colocação de um pronome átono entre o radical e a desinência do verbo, visível em formas como amá-lo-ei), fenómeno pleno de vitalidade na escrita e em registos mais formais do oral, encontra a sua origem em formas perifrásticas verbais características do latim vulgar, como se...
Um uso absurdo de cêntimo, um almanaque da língua, o demonstrativo esta e as repercussões letivas da COVID-19
1. A atualidade económica e financeira é dominada pelo impacto da propagação da doença do coronavírus, mas, noutro quadrante, a queda do preço do petróleo, decorrente de um diferendo entre a Federação Russa e a Arábia Saudita, também se reflete nos mercados. A propósito de combustível barato, um jornal português fala até do preço mais elevado do litro de água, à volta dos "0,37 cêntimos". Mas será mesmo este o valor que se pretende referir? No Pelourinho, um apontamento do professor Guilherme de Almeida,...
O português finalmente aceite na Guiné Equatorial, o acrónimo COVID-19, o anglicismo sell-off e cinco nomes de frutos
1. A Guiné Equatorial foi integrada na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 23 de julho de 2014 na Cimeira de Díli, sob duas condições: a abolição da pena de morte e a adotar o português como língua oficial, de par com o espanhol (ler aqui). Seis anos depois, o segundo compromisso estará, finalmente, prestes a ser concretizado. Pelo menos, Teodoro Obiang, presidente guinéu-equatoriano, parece assim disposto, conforme relata a jornalista Bárbara Reis no...
A erosão linguística em raisparta, a pergunta-tag «não já?», ainda o coronavírus e a leitura digital vs. leitura em papel
1. A oralidade é, muitas vezes, o espaço das grandes inovações linguísticas. Num lento processo, a língua falada lima, transforma, deturpa. Este é um contexto onde a vigilância e o controlo da norma são menos eficazes, o que contribui para a criação de novas realidades lexicais, semânticas e sintáticas. É neste âmbito que se insere a ação da erosão linguística sobre a expressão «raios me/te partam», como se explica numa das respostas divulgadas na nova atualização do Consultório. É também na oralidade que...
Direitos por conquistar e palavras por criar no Dia Internacional da Mulher, acentos em ditongos nasais e a discriminação racial nos dicionários
1. Dia 8 de março celebra-se o Dia Internacional da Mulher, data instituída oficialmente em 1957, pelas Nacões Unidas. Embora haja quem associe o dia a um momento de festejo, o seu mais profundo intuito é de protesto pelos direitos que as mulheres ainda não conseguiram ver reconhecidos. E é por esta razão que este dia mantém a sua essência. Com efeito, em pleno século XXI, continuamos a verificar a existência de direitos diferentes com base apenas na discrimunação de género. As mulheres continuam a...
Perigos da escrita descuidada, a expressão «tomar comprimidos», a menorização das Humanidades e como (não) calar o preconceito
1. Em Portugal, por precipitação, descaso ou ignorância, acumulam-se perigosos sinais de descuido no que se escreve no espaço público. O Pelourinho regista duas situações críticas. Primeiro, a de um concurso televisivo, novamente aqui mencionado num texto de Sara Mourato, desta vez, por causa de uma questão ortográfica que não deveria gerar dúvidas: a dos nomes compostos que denotam espécies botânicas e zoológicas, sempre hifenizados. A segunda é abordada num apontamento de Carla...
