Rui Tavares - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Rui Tavares
Rui Tavares
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Rui Tavares (Lisboa, 1972) formou-se em História e História da Arte, especializando-se no estudo do século XVIII. Colabora no jornal Público, na revista Blitz e no canal SIC Notícias, e exerce atividades enquanto escritor, tradutor, historiador e político. São da sua autoria as seguintes obras literárias O Arquitecto, O Fiasco do Milénio, Pobre e Mal, Agradecido e O Regicídio.

 
Textos publicados pelo autor
Hipocritões e Olhigarcas
Passado e Futuro das Guerras Culturais
Por Rui Tavares

Em Hipocritões e Olhigarcas. Passado e Futuro das Guerras Culturais, o historiador e político Rui Tavares reúne as aulas que deu «num curso sobre "Guerras Culturais: Outrora e agora, aqui e lá fora" na escola online da Tinta-da-China e do Público, acrescentado de algumas reflexões que foram publicadas em crónicas da Folha de São Paulo e do Expresso» (p. 5). Não sendo obra que se refira diretamente às línguas ou especificamente ao português, revela-se, contudo, como um documento muito interessante do ponto de vista da informação extralinguística associada ao significado do termo «guerra cultural», de grande atualidade nas colunas de opinião da comunicação social em português. 

Não falando da figura da capa, que anuncia o fio condutor da argumentação desenvolvida ao longo do volume, quer o título quer o subtítulo – Passado e Futuro das Guerras Culturais – são intrigantes e pedem esclarecimento. O título Hipocritões e Olhigarcas exibe duas palavras inventadas com intuitos críticos, que não são aqui divulgados para não anular o suspense só resolvido no final do livro. Mesmo assim, sem querer levantar completamente o véu, a sua morfologia entende-se por um jogo que envolve, no caso de "hipocritão", uma amálgama com termos pejorativos terminados em -ão, e "olhigarca" relaciona oligarca com os atuais algoritmos ...

Amar a língua até a asfixiar?
Diversidade linguística e micrologia

«As línguas que têm ortografia unificada continuam a ter registos diversos e as que não têm ortografia unificada continuam a ter um idioma-padrão compreendido por toda a gente.Não é megalomania entender esta realidade.» Réplica do historiador e político Rui Tavares a uma nova crónica de Sérgio Rodrigues (Folha de S. Paulo, 19 de maio de 2021) e a um artigo de Nuno Pacheco (Público, 20 de maio de 2021), no contexto do debate à volta do sentido que tem atualmente a ideia de lusofonia e de unidade linguística.

Crónica incluída no Público de 21 de maio de 2021.

Ainda dá para salvar a lusofonia?
Tempo de soarem os alarmes

«Uma decisão intempestiva de autonomizar oficialmente parte da língua portuguesa teria também de ter origem num governo nacional (por ação, no caso do Brasil; por omissão, no caso de Portugal) [...] não mudaria em nada a intercompreensão entre as centenas de milhões de falantes da língua mas [...] teria um impacto desastroso para o português do ponto de vista da sua estratégia internacional.» A observação é do historiador e político português Rui Tavares, como reação à crónica do jornalista e escritor brasileiro Sérgio Rodrigues, que, na Folha de S. Paulo (12 de maio 2021), defendeu a proclamação, como língua independente, do português falado e escrito no Brasil (ler aqui).

Crónica do jornal Público em 14 de maio de 2021.

 

Os mundicordiosos
Um neologismo para a busca de um mundo harmónico

A propósito da 75.ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, que começou a 16 de setembro de 2020 e se realizou pela primeira vez em modo virtual, por causa da pandemia de covid-19, o historiador Rui Tavares propõe interpretar uma palavra de Santo Agostinho, mundicordes como marca do anseio por um mundo menos caótico. Crónica publicada em 16 de setembro de 2020 do jornal Público.

O til de Fernãdo Venãcio
A propósito de um livro sobre a génese do português

Depois de, em 2014, se terem comemorado os 800 anos de um dos primeiros documentos em português – o testamento de Afonso II –, o tema das origens da língua portuguesa regressa à atualidade graças à publicação de Assim Nasceu uma Língua, obra da autoria do linguista, crítico literário, tradutor e escritor Fernando Venâncio, que o publicou em outubro de 2019, com a chancela da editora Guerra e Paz. A propósito do lançamento deste livro, inovador e polémico, transcreve-se com a devida vénia a crónica que o historiador e político português Rui Tavares assinou no jornal Público em 23/12/2019.