1. «Nós», quem? Em Portugal não há uma autoridade, com efectivo poder legal, de, periodicamente e a um ritmo acelerado, prescrever correspondências lexicais ou adaptações gráficas e morfológicas de anglicismos técnicos.
2. Não posso confirmar cabalmente se o Brasil tende a fazer mais adaptações. Verifico, todavia, casos de adaptações desreguladas, como, por exemplo, a opção por "apdeites" (adaptação gráfica/fónica de "update"), na versão português do Brasil do Youtube: actualizações seria uma muito melhor opção...
3. Há pelo menos duas razões pelas quais as adaptações de anglicismos técnicos não se fazem na comunidade de falantes de português europeu:
— pragmatismo.
Numas vezes, estas razões são cumulativas; noutras vezes, não o são. Por exemplo, a forma podcast é cómoda e pragmática: podcast não corresponde nem a «pós-difusão», nem a «em diferido»1.
4. No caso de «Internet leak» a tradução é apenas uma questão de opção, de acordo com argumentos potenciais de vária ordem:
— «fugas na Internet»;
— «vazamento na Internet»;
— outras.
O sentido estrito de leak é: «acção daquilo (líquido ou gás) que se escapa de um buraco ou fresta de um recipiente» (tradução livre do Cambridge Advanced Learner's Dictionary).
1Sobre a curiosíssima invenção do constituinte pod da palavra podcast, ver a entrada iPod na Wikipédia (tópico "Trademark").