Nenhum dos topónimos apresentados tem gentílico de uso consagrado, o que não admira, atentendo ao facto de se tratar de cidades (com exceção de Teerã/Teerão e Amã) que raramente são referidas no mundo de língua portuguesa a não ser em enciclopédias ou em textos especializados. Não havendo forma fixada pelo uso nem registada nos mais recentes dicionários ou em vocabulários ortográficos atualizados, o mais que se pode sugerir é a formação pontual de tais gentílicos de acordo com os processos de derivação característicos deste tipo de palavras, que já muitas vezes têm sido comentados aqui e que em síntese são descritos por Celso Cunha e Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa, Edições João Sá da Costa, 1984, pág. 250) deste modo:
«Dos sufixos que entram na formação dos adjetivos pátrios e gentílicos, os mais usados são -ês ou -ense e -ão ou -ano, mas há muitos outros que se prestam a formar tais adjetivos [...].»
Não competindo ao Ciberdúvidas definir nem fixar a forma de geónimos estrangeiros e respetivos gentílicos, apenas comento alguns casos, com base no Vocabulário da Língua Portuguesa (1966), de Rebelo Gonçalves, o qual ainda hoje tem utilidade em matéria de fundamentar certas formas onomásticas:
Chuváchia – Rebelo Gonçalves (RG) não o regista; "chuvache" é uma possibilidade, mas discutível por problemas de transliteração (o dígrafo do português corresponde a segmentos grafémicos e fónicos da palavra russa original: Чувашия).
Udmúrtia: RG não regista; "udmurte" poderia ser uma possibilidade, que não encontro atestada.
Carachaievo-Circássia: RG só regista Circássia, a que corresponde circassiano.
Trapezunte: registado por RG, que também acolhe Trebizonda; sem indicação de gentílico.
Sirte: RG regista Sirte Maior, Sirte Menor e Sirtes; "sirteano" é possível, mas não está atestado.
Jope: registado por RG, que também inclui Íope; "jopense" ou "jopiano" (ou "iopense" e "iopiano") são possibilidades não atestadas.
Dardânia: registado por RG; relativamente à região europeia, nas atuais Sérvia e Albânia, ou à região na atual Turquia onde existiu a cidade de Troia, atesta-se, no Dicionário Houaiss, dardânio, dárdano e dardânida, sobretudo como sinónimos de troiano.
Amã: RG regista amã como nome comum; "amaniano" e "amanense" são possibilidades não atestadas.
Teerã ou Teerão: RG regista Teerão, a que atribui a variante brasileira Teerã; "teeranense" ou "teeraniano" são possibilidades não atestadas.
Quanto ao gentílico correspondente a Distrito Federal, não encontro forma atestada em fontes lexicográficas nem de uso consensual. O mais que ocorre em comentários informais feitos nas páginas da Internet, é a expressão "distrito-federalense", que ainda não se consagrou no uso mais formal.
Finalmente, a respeito da maneira de designar quem pertence à tribo de José, não encontrei registo nas fontes consultadas, mas é possível formar "josefita", tendo por base o radical "josef-", que provém de Joseph, e fazendo uma analogia com levita, «membro da tribo hebraica sacerdotal de Levi», israelita, «descendente do patriarca Jacob» e, no português europeu, «cidadão do estado de Israel», e danita, «israelista da tribo de Dan» (José Pedro Machado, Grande Dicionário da Língua Portuguesa).