A expressão «seja… seja» não está ainda totalmente gramaticalizada. Esta sua natureza é visível no facto de manter algumas características verbais, como é o caso da flexão em tempo, pessoa e número, que apresenta em certas frases:
(1) «Sempre discordam de tudo, sejam as discordâncias ligeiras, sejam de peso. Sempre discordavam de tudo, fossem as discordâncias ligeiras, fossem as de peso” [Adriano da Gama Kury, 1, 68] (exemplo de Bechara, Moderna Gramática Portuguesa. Ed. Nova Fronteira, pp. 269-270)
Para além disso, pode coocorrer com a conjunção ou, o que uma conjunção não permite:
(2) «Alguém terá de o acompanhar: seja a Joana ou seja o Rui.»
(3) «*Alguém terá de o acompanhar: ora a Joana ou ora o Rui.»
Pelas razões expostas, a expressão não deverá ser considerada uma conjunção disjuntiva (ver também os textos relacionados).
Disponha sempre!
*assinala a agramaticalidade da frase.