1. A saída do Reino Unido da União Europeia, conhecida como Brexit ou "Exit day" (expressão preferida pelo primeiro-ministro britânico Boris Johnson), acontece hoje, dia 31 de janeiro, às 23h locais (mesma hora de Lisboa), depois de ter sido ratificada pelo Parlamento Europeu (jornais Observador, Público, Jornal de Notícias e Expresso). O termo Brexit tem levantado inúmeras questões linguísticas relacionadas com a sua grafia ou com a possibilidade de o traduzir para outras línguas, mas uma vez que a palavra parece ter-se instalado nos meios de comunicação social portugueses (e internacionais), poderemos seguir as sugestões da Fundéu BBVA, que recomenda que o termo se escreva de uma de duas formas: com letra minúscula e itálico (brexit), opção que toma a palavra como um nome comum, ou com letra de imprensa com maiúscula inicial (Brexit), uso que toma a palavra como um substantivo próprio que refere um facto histórico.
2. O Brexit é um acontecimento que alterará o funcionamento da União Europeia, mas esta mudança implicará também consequências a nível linguístico? Por exemplo, deixará o inglês de ser falado na instituições da União? Esta questão é analisada pelo professor universitário e tradutor Marco Neves, na sua crónica «O que vai acontecer ao inglês na União Europeia depois do Brexit?», divulgada no seu blogue Certas Palavras.
3. No Consultório, há questões que ciclicamente se voltam a colocar. É o caso da pronúncia do antropónimo Félix, que se deve realizar como "félis" e não "féliquesse", como aqui se explica de novo. A nova atualização centra-se em questões a propósito do significado das palavras «Ladravaz e ladravão» e do «adjetivo relativo e o verbo relativizar». Mais uma vez também se aborda a questão da colocação de pronomes clíticos na frase e ainda o problema da concordância com um sujeito composto com constituintes de géneros diferentes.
4. Entre as publicações relacionadas com a língua, destacamos, na Montra de Livros, a obra ABC da Tradução, de Marco Neves (editora Guerra & Paz), que trata, em estilo coloquial, alguns dos problemas da tradução, numa abordagem didática que privilegia a proximidade com o leitor. No plano das publicações, foi também lançada a obra Novo vocabulário ortográfico com prontuário anexo, da autoria de D'Silvas Filho, docente universitário aposentado, das edições Guerra & Paz. Uma publicação que visa estabelecer um percurso de conciliação entre o Acordo Ortográfico de 90 e a Norma de 45.
5. A atualidade está embrenhada na própria língua que a diz, e cada facto novo é suscetível de criar novos problemas a quem fala ou escreve. Desta feita, as dúvidas advêm da situação que afetou a cidade chinesa de Wuhan, com o aparecimento do coronavírus. Ora, de acordo com as recomendações da Fundéu BBVA, que adaptamos para a língua portuguesa, o substantivo coronavírus escreve-se como uma só palavra com acento agudo na letra -i-. É desaconselhada a expressão « doença do coronavírus», visto que a palavra em causa refere um tipo de vírus e não uma doença. Para referir a propagação do vírus, deve utilizar-se o termo pandemia, que significa "surto de uma doença com distribuição geográfica alargada" (Dicionário Priberam), uma vez que já há infetados em diversos países, sendo de rejeitar o termo epidemia, cujo significado é "doença que, numa localidade ou região, ataca simultaneamente muitas pessoas" (Ibidem). Por fim, a pronúncia correta da cidade de Wuham e da província de Hubei pode ser consultada aqui.
6. O problema de determinar se o ano de 2020 inicia ou fecha uma década continua a gerar controvérsia, como damos conta com a publicação da posição de Guilherme de Almeida, autor e professor aposentado de Física, que se funda em critérios matemáticos, rejeitando o argumento das convenções.
7. Marco Neves, professor universitário e tradutor, tem uma predileção por contar histórias relacionadas com a língua. Desta feita, foi em busca da história da letra -s-, desde a sua origem fenícia até aos sons que atualmente representa em português. Uma crónica publicada no blogue Certas Palavras, que aqui reproduzimos com a devida vénia.
8. O Camões - Instituto da Cooperação e da Língua e o Instituto Cervantes apresentaram um projeto de lançamento de um livro que visa promover as línguas portuguesa e espanhola, através da demonstração do seu poder e potencial (notícia).
9. Os programas que a Associação Ciberdúvidas da Língua Portuguesa produz para a rádio pública portuguesa abordam, nesta semana, os temas da influência das línguas bantas no português oral falado1 em Luanda (Angola) e de um projeto didático de ensino interdisciplinar do português2 (notícia).
1. Programa Língua de Todos, da RDP África, difundido na sexta-feira, dia 31 de janeiro, pelas 13h20 (repetido no sábado, dia 30 de janeiro, depois do noticiário das 09h00);
2. Programa Páginas de Português, transmitido pela Antena 2, que vai para o ar no domingo, 2 de fevereiro, pelas 12h30, (com repetição no sábado, dia 8 de fevereiro, às 15h30).
Hora oficial de Portugal continental, ficando ambos os programas disponíveis posteriormente aqui e aqui.