No dia – 1 de julho de 2020 – em que Portugal e Espanha reabrem a fronteira, depois de três meses encerrada para evitar a propagação da covid-19, e no contexto do encontro virtual E-Fórum 2020 – Potencial das Línguas na Recuperação das Economias: Contributos do Espanhol e do Português, promovido em 2 de julho de 2020 pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), Ana Paula Laborinho, diretora da OEI em Portugal, sublinha* a importância económica das línguas, em especial, da portuguesa e da espanhola: «As duas línguas representam 800 milhões de falantes, mas também um mercado de consumidores à espera que a pandemia passe e as economias possam regressar ao novo normal e aos seus desafios.»
* Artigo publicado no jornal Diário de Notícias no dia 1 de julho de 2020.
O verbo erradicar é, por vezes, usado em contextos como do surto do covid-19 em que deveria surgir o verbo eliminar, como observa a professora Carla Marques neste apontamento sobre as diferenças de significado do verbos.
Os focos de contágio do surto padémico e os fogos florestais que marcaram o início do verão em Portugal motivam uma viagem à origem comum das palavras e ao seu desdobramento de sentidos, no apontamento de Carla Marques difundido no programa Páginas de Português, na Antena 2, no dia 28 de junho de 2020.
O apóstrofo tem regras simples em português, mas aparece erradamente associado às siglas para marcar o plural, ao que parece, imitando um mau uso do inglês. Uma carta do tradutor Elysio Correia Ribeiro a dar contada situação deixa o escritor português Miguel Esteves Cardoso perplexo, porque é «muito fácil colocar correctamente o apóstrofo» e «nem é preciso comprar livros». Crónica incluída no Público de 25 de junho de 2020, que adiante se transcreve com a devida vénia (manteve-se a ortografia do original).
A propósito do seu novo livro, a jornalista Catarina Gomes publicou na sua página do Facebook este apontamento sobre o «discreto labor» de quantos, «com perfeccionismo e paixão», juntam «o amor à língua e à escrita» e não se importam «de ficar na sombra para que o autor faça boa figura».
«Para muitos profissionais europeus tornou-se interessante adicionar o português ao perfil linguístico e disparou o número de estrangeiros a estudá-lo e, à falta de um organismo nacional que o faça, os serviços de língua portuguesa da União Europeia foram produzindo recursos normalizadores da língua, preciosos para quem trabalha na área. Muito foi feito, de facto. No entanto, porque alimentámos por décadas o isolacionismo e o desprezo pelo saber, começámos tarde e coxos, descobrimos com atraso o potencial da língua e teimámos em não o levar a sério, faltam ainda hoje ao português muitos e bons recursos linguísticos que sustentem a sua condição de língua internacional, pluricêntrica e de trabalho de grandes organizações internacionais.»
Artigo de Margarita Correia in Diário de Notícias do dia 22 de junho de 2020, a seguir transcrito com a devida vénia.
Consciência e desobediência são as palavras nucleares da crónica de Carla Marques difundida no programa Páginas de Português, na Antena 2, no dia 21 de junho de 2020, recordando a ação de homens como o Padre António Vieira e o diplomata Aristides de Sousa Mendes.
Imagem: O Pensador, de Auguste Rodin, 1904.
Em entrevista ao jornal Público, 21 de junho de 2020. conduzida pela jornalista Leonete Botelho, o presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, embaixador Luís Faro Ramos, lembra que «Portugal não é dono da Língua Portuguesa, que é policêntrica e plural» e que «o esforço da sua afirmação no mundo tem de ser de todos os países da CPLP».
[Manteve-se a ortografia do texto original. Fonte da primeira imagem: Mundo Português, 1 de maio de 2019.]
«Os linguistas adotam uma perspetiva científica sobre a língua, observam-na como objeto de estudo e não emitem juízos de valor sobre ela. Cada “amostra linguística” é tratada como uma amostra de tecido celular observada ao microscópio»
Artigo de Margarita Correia, in Diário de Notícias do dia 16 de junho de 2020, a seguir transcrito, com a devida vénia.
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