No Alentejo usa-se a expressão «andar à torrina do sol», similar ao que ocorre na Cova da Beira: «andar à torrinha do sol» e «andar à torreira do sol», também não dicionarizadas. Qual a origem delas?
(Teixoso, Covilhã, 1936 — Lisboa 2020). Filólogo português, professor catedrático (jubilado) da Faculdade de Letras de Lisboa. membro efetivo da Academia das Ciências de Lisboa, em representação da qual fez parte da delegação portuguesa ao Encontro de Unificação Ortográfica da Língua Portuguesa, realizado na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, em 1986, em cujos trabalhos conduziram ao Anteprojeto de Bases da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa, em 1988, e, depois, ao Acordo Ortográfico de 1990, firmado nesse ano, em Lisboa. Entre outras obras, coordenou a versão portuguesa do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa e, como coordenador científico, do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea (ed. Verbo, 2001) e do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (ed. Porto Editora, 2009). Postumamente (em 2022), foi publicada a sua útima obra, uma colaboração com as linguistas Maria Francisca Xavier (1942 – 2019) e Maria de Lourdes Crispim, o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea. Sobre o autor, a sua obra e outras intervenções ver mais aqui, aqui e aqui.
Cf. João Malaca Casteleiro (1936-2020) + Evocação de João Malaca Casteleiro (1936-2020) + Agradecimento da família do filólogo João Malaca Casteleiro (1936-2020)
No Alentejo usa-se a expressão «andar à torrina do sol», similar ao que ocorre na Cova da Beira: «andar à torrinha do sol» e «andar à torreira do sol», também não dicionarizadas. Qual a origem delas?
O «movimento de cidadãos contra o Acordo Ortográfico» – escrevem os autores nestas suas considerações, enquanto membros efetivos da Academia das Ciências de Lisboa, sobre a petição entregue na Assembleia da República no dia 8 de março de 2017, reclamando a sua desvinculação de Portugal – «é um tropismo de adesão emocional, uma animação chique, intelectualoide, classista e reacionária. Os poetas e os intelectuais não têm problemas de escrita. No que à ortografia diz respeito são inimputáveis, mas dir-se-ia que alguns se julgam donos da língua. Têm saudades do tempo em que a qualidade da língua era aferida pelo número dos erros de ortografia.»
João Malaca Casteleiro, linguista português, professor catedrático (jubilado) da Faculdade de Letras de Lisboa, membro efetivo da Academia das Ciências de Lisboa (ACL) e coautor do Acordo Ortográfico de 1990, recorda neste artigo o papel desempenhado nos últimos 100 anos pela ACL na concretização de um projeto ortográfico comum a todos os países de língua portuguesa. E, para a sua concretizão, o contributo ativo de filólogos e académicos portugueses e brasileiros. No primeiro caso, por exemplo, Américo da Costa Ramalho, Luís Filipe Lindley Cintra, Maria Helena da Rocha Pereira, Vitorino Nemésio, Jacinto do Prado Coelho, Álvaro J. da Costa Pimpão, M. de Paiva Boléo, A. da Costa Ramalho ou Herculano de Carvalho; e, no segundo, Antenor Nascentes, J. Mattoso Câmara, Sílvio Elia, Gladstone Chaves de Melo, António Houaiss ou Nélida Piñon.
[Juntam-se, em anexo, a 1.ª e a última página de cópias de cada um dos dois documentos aprovados, e com as respetivas assinaturas, pelos representantes das delegações de Angola, Brasil, Cabo Verde,Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e da Galiza (com o estatuto de observadores), no encontro realizado na Academia das Ciências de Lisboa, no dia 12 de outubro de 1990: “Introdução ao Projeto de Ortografia Unificada da Língua Portuguesa (1990)” e “Projeto de Ortografia Unificada da Língua Portuguesa (1990)”, respetivamente.]
Membros da Academia das Ciências de Lisboa – e os únicos linguistas de formação da respetiva Classe de Letras –, os autores criticam neste artigo publicado no semanário Expresso do dia 11 p.p a proposta constante no documento "Sugestões para o aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa", que – além de «vã» e inoportuna» – consideram sem «o rigor científico indispensável a um empreendimento académico desta natureza». E perguntam: «Então, andaram os nossos grandes mestres da Filologia e da Linguística, portugueses e brasileiros, a labutar pela defesa da unidade essencial da língua e agora atraiçoamos esse património?»
Texto lido pelo autor na audição pelo Grupo de Trabalho para Acompanhamento da Aplicação do Acordo Ortográfico, no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República, realizada no dia 2 de maio de 2013.
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