O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Pandemia do coronavírus traz à tona <br> novas palavras e termos
A «nova realidade» plasmada também na língua

Cloroquiners, covidiota, isolamento, novo normallockdown são algumas palavras, termos, neologismos,  estrangeirismos, gifsmemes e gírias emergentes no contexto da pandemia de covid-19,  que mostra que estamos a viver uma transformação também na língua e o pell da das redes sociais... també na  mais  pura desinformação.

Artigo do autor publicado no jornal brasileiro Diário da Região, no dia 14 de maio – transcrito a seguir, com a devida vénia. 

A influência africana na língua portuguesa
no léxico e na pronúncia

«[A]bordarei a seguir um aspeto pouco aflorado e de certo modo ignorado, inclusive, pelos usuários africanos, cada vez mais numerosos, da nossa língua comum: a influência africana na língua portuguesa». É o propósito do escritor angolano João Melo neste texto publicado no Diário de Notícias de 12 de maio de 2010.

O novo normal vem mascarado
Palavras que resistem a dizer a nova realidade covid-19

O novo normal traz palavras para o uso quotidiano e obriga-as a dizer novas realidades. Máscara é uma delas. Mas há palavras que estão ainda a resistir a pertencer a esta nova família de palavras trazida para espaço público com a pandemia que assola o mundo. São elas, como recorda Carla Marquesmascarardesmascarar

Visões sobre a língua portuguesa
Assentes num pespetiva pluricêntrica, e não bicêntrica

«[Não compete apenas apenas ao Brasil e  a Portugal regular e decidir sobre o idioma oficial da CPLP]: o português é efetivamente pertença de todos os que a adotaram, independentemente do continente de onde provêm ou da cor da sua pele», escreve a professora universitária e presidente do Conselho Científico do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), Margarita Correia, na sua primeira crónica semanal no Diário de Notícias, com a data de de 12 de maio de 2020.

A poética pandémica
Palavras e escritores na pandemia

Um texto sobre as palavras – o vocabulário «que se inventou e colocou a uso» e aquele que «anda à procura do futuro» – e sobre os escritores, presos no único tema possível neste momento. Um alerta sobre os perigos: «o mais grave do futuro será colaborarmos ingenuamente com quem dissemina já discursos de intolerância e ódio para ratificar a intolerância e o ódio». Uma reflexão do escritor Valter Hugo Mãe.

<i>Hostel</i> e o seu plural
Sobre o aportuguesamento de um anglicismo

Durante a crise pandémica da primavera de  2020 em Portugal, o anglicismo hostel foi palavra recorrente na comunicação social por causa da deteção de infetados entre as pessoas confinadas em alguns alojamentos desse tipo. Como faz o aportuguesamento desta palavra? O apontamento a seguir apresentado procura avaliar a sua adaptação ao português, deixando recomendações sobre o seu uso.

Nomes que caranguejam
Às voltas com os palíndromos

A língua tem os seus próprios jogos, e expressões como «o céu sueco» ou «o galo ama o lago» divertem-nos, porque dão a possibilidade de também se lerem de trás para a frente. Trata-se dos palíndromos (do grego palíndromos, os, on «que corre em sentido inverso, que volta sobre seus passos», segundo o Dicionário Houaiss), de que o professor João Nogueira da Costa dá outros exemplos neste apontamento, onde igualmente se debruça sobre a relação deste tipo de sequências com a noção de «caranguejo». Texto originalmente publicado na página de Facebook do autor, em 15 de dezembro de 2019, e agora também aqui disponível.

Estamos uberizados!
As palavras a espelhar a realidade ... antes e pós-covid-19

Os termos uberização e uberizar entraram no léxico português e começam a alargar os seus significados, correspondendo a uma forma de dizer realidades sociológicas novas que se estão a desenvolver, inclusive no contexto da pandemia de covid-19.

A uberização do <i>karma</i>
O neologismo que conduz o destino da atualidade política brasileira

Para o jornalista português João Almeida Moreira, correspondente do Diário de Notícias, em São Paulo, tem-se assistido nos últimos anos à uberização da vida política do Brasil, isto é,  muitos políticos brasileiros parecem conduzidos por atos de traição e vingança, consumados de forma pronta, ironicamente ao estilo do serviço de transporte Uber. Crónica que o autor publicou no referido jornal em 30 de abril de 2020 e que aqui se transcreve com  devida vénia.

 

 A forma karma, que é a do original transcrito e está registada como estrangeirismo, tem um aportuguesamento já dicionarizado: carma (cf. Dicionário Houaiss). Quanto ao título, ocorre o termo uberização – que pressupõe o verbo uberizar, um derivado no nome Uber –, pelo qual se entende o negócio apoiado nas tecnologias móveis que liga, através de uma plataforma digital, o consumidor ao fornecedor de produtos e serviços de forma personalizada e o mais diretamente possível (cf. Alexandra Leitão, "Uberização da economia", Jornal Económico, 05/09/2017). O nome comum e o verbo donde procede têm também sido empregados em tom crítico, porque a oferta de serviços pelas plataformas digitais acaba por se tornar frequentemente uma estratégia empresarial para fugir às responsabilidades sociais decorrentes da admissão de trabalhadores (muitas vezes chamados "colaboradores"; cf. Safaa Dib, "A uberização desregulada do trabalho", Jornal Económico, 17/01/2020).

Desconfina-me
À volta de recentes usos da derivação do confinamento imposto pelo covid-19

pandemia de covid-19 obrigou ao confinamento, e a este sucede afora o desconfinamento, palavra que até há poucas semanas só existia como possibilidade. Crónica publicada no jornal Público no dia 5 de maio de 2020.