Onésimo Teotónio Almeida - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Onésimo Teotónio Almeida
Onésimo Teotónio Almeida
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Onésimo Teotónio Almeida (Pico da Pedra, Açores, 1946) é um escritor português.

 
Textos publicados pelo autor
Diálogos Lusitanos
Com Portugal à distância
Por Onésimo Teotónio Almeida

Ensaísta e professor universitário na Brown University (Providence, EUA), Onésimo Teotónio de Almeida tem nos últimos tempos publicado uma série de volumes em que é constante a reflexão sobre questões da cultura e da língua portuguesa, na perspetiva de Portugal, não excluindo embora a inevitável relação com os outros países de língua portuguesa. Prosseguindo, portanto, nesta linha de intervenção, surge Diálogos Lusitanos (Quetzal Editores), novo livro em que este autor reúne 25 ensaios, originariamente elaborados como artigos para várias publicações ou como intervenções em encontros de especialistas e cerimónias oficiais.

Sugestivamente intitulada "Aviso prévio – para não perder o fio à meada", a introdução identifica o timbre que dá unidade aos textos selecionados:

«Quase todos os ensaios presentemente reunidos são sobre autores acerca dos quais já escrevi: Fernando Pessoa, Vergílio Ferreira, José Saramago, Eduardo Lourenço, Natália Correia, José Rodrigues Miguéis, José Enes ou Jorge de Sena. Não se debruçam propriamente sobre questões literárias – e aqui está mais um elemento de unidade deste volume –, mas sobre a problemática dos valores (nas suas dimensões ética e estética) relacionados com a obra de cada um desses autores. Mesmo o ensaio sobre o cânone literário, ou até esse outro sobre o humor na literatura portuguesa, podem ser enquadrados num paradigma comum.»

Os tópicos tratados são, pois, variados e vão de aspetos e figuras da vida literária portuguesa, sobretudo da segunda metade do século XX, até à atualidade norte-americana, centrada principalmente no trumpismo. A este fenómeno político são dedicados quatro capítulos (p. 264 à p. 315), que espelham a enorme preocupação do autor, também cidadão americano, com «situações ...

A língua, condicionante do pensamento?
Uma ideia muito alardeada mas pouco rigorosa

«Na Alemanha do século XIX falava-se da língua como se de um ser vivo, com alma, se tratasse. Ela captava o espírito (Geist) de um povo, mas tinha como que vida própria. No início do século XX, foi nos Estados Unidos da América que Edward Sapir, e depois o seu discípulo Benjamin L. Whorf, deram finalmente corpo à hoje chamada "hipótese de Sapir-Whorf", que gozou durante muitos anos de enorme popularidade entre antropólogos e linguistas.»

Considerações do escritor e professor universitário Onésimo Teotónio Almeida sobre a relação entre língua e pensamento, com breve referência ao impacto da hipótese Sapir-Whorf em ensaios de alguns intelectuais portugueses, entre os quais se conta Eduardo Lourenço (1923-2020). Transcreve-se com a devida vénia um excerto do capítulo "Reflexões sobre a língua – o que ela não é nem pode ser", do livro A Obsessão da Portugalidade (Lisboa, Quetzal, 2017, pp. 98-104). Título e subtítulo atribuídos pelo Ciberdúvidas.

Saudade – um mistério sem mistério
A diferença (cultural) entre o portugês e o inglês

«[C]onvidaram-me a uma mesa-redonda onde fui bombardeado com perguntas, a primeira das quais, a inevitável: O que significa exactamente "saudade", termo ouvido tão insistentemente e referido como algo que ninguém não-português consegue apreender?» A pergunta é o ponto de partida para uma crónica do escritor e professor universitário Onésimo Teotónio Almeida, que desvela os supostos arcanos da palavra saudade (texto publicado pelo Jornal de Letras de 2/03/2016).

Que Nome é esse ó Nézimo?
Por Onésimo Teotónio Almeida

Reedição das principais crónicas, publicadas na imprensa portuguesa entre a década de 70 e o princípio dos anos 90, do escritor e professor universitário açoriano Onésimo Teotónio Almeida radicado nos EUA.

Tema comum o português e os anglicismos – melhor: os americanismos – que foram entrando (alguns até pela porta do cavalo...) nos últimos anos na língua portuguesa. Incluído por via de muitas más traduções, como delas escreve(u) também com irresistível ironia Onésimo Teotónio Almeida. Mais simplesmente Nésimo, como dizem os seus compatriotas da «Lu(USA)lândia», e cuja crónica, a última por sinal, deu o título a este livro das Edições Salamandra, Lisboa. E além da história dos Onésimos, há também a dos "telefones sem cordão" (uma má tradução que veio num jornal português de "cordless phone"), quando os telefones sem fio ainda eram uma novidade. Ou à volta da bem maior criatividade brasileira em tudo o que diz respeito à nossa língua comum. Caso da tradução da cadeia de supermercados americana Stop-and-Shop para Peg-e-Pag...

Em Que Nome é esse ó Nézimo? E Outros Advérbios de Dúvida o autor faz ainda referência a termos e expressões como "implementar" e a "implementação", o "parcar o carro" e o "é suposto", a "mãe hospedeira", os "marketings", os "manegements" ou os "sales indexes", etc., etc., etc.

Cf. «E um verso em branco à espera de futuro»