O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
O que os lapsos de linguagem revelam (ou não) <br>acerca de nós

«Os erros surgem em todas as frentes. A palavra ou o nome de alguém, que está na ponta da língua mas não sai. Dizer uma palavra parecida com aquela que se quer dizer, embora seja totalmente inapropriada ou fora de contexto, a meio de uma conversa.»

Artigo da jornalista Clara Soares acerca dos lapsos de linguagem (lapsus linguae) que frequentemente acontecem e que Sigmund Freud (1856-1939) estudou como fenómenos do insconsciente. Texto publicado na revista Visão no dia 5 de março de 2023.

Um estilo de redacção que capta audiências

O artigo anterior foi dedicado à detecção de marcas linguísticas do discurso tablóide. Um desses sinais é o recurso a um nível de língua coloquial ou familiar. A linguagem activada no texto da notícia é a linguagem usada pelos falantes comuns, quando comentam este ou aquele caso de polícia, este ou aquele escândalo. A linguagem dos tablóides encerra o retrato da sua própria audiência.

É consensual considerar que existe bom e mau jornalismo. Assume-se que o jornalismo pode oscilar entre o entretenimento e a informação séria, entre o sensacionalismo e o relato de factos relevantes. Mas este é um juízo que normalmente é apresentado como assentando no senso comum.

São assim as palavras
Que não são só o seu significado

«Muita gente pensa que a língua está dentro dos dicionários, que é uma listagem de palavras. Não é, mas há alguma razão em pensar assim» – observa neste apontamento a professora Ana Martins, a propósito de um espaço na SIC Online que convida os telespectadores a indicarem uma palavra da língua portuguesa sua favorita.