Impactante é uma das palavras da moda. Usada para destacar o cariz positivo de algo que se avalia é a palavra disponível para se dizer bem, muito bem... As outras palavras que poderiam ser usadas voltam a ficar na prateleira.
Impactante é uma das palavras da moda. Usada para destacar o cariz positivo de algo que se avalia é a palavra disponível para se dizer bem, muito bem... As outras palavras que poderiam ser usadas voltam a ficar na prateleira.
Nelson Rodrigues (1912 – 1980) – dos mais talentosos e criativos escritores em língua portuguesa (foi jornalista, romancista, folhetinista, ainda hoje considerado o mais influente dramaturgo do Brasil) – recordado neste artigo de Ruy Castro sobre a sua faceta mais conhecida de cronista de costumes e de futebol. «O sol de derreter catedrais» ( para definir o Rio de Janeiro no verão), «Os jovens têm todos os defeitos dos adultos e mais um − o da inexperiência» e «O óbvio ululante» foram algumas das saborosíssimas frases de toda uma galeria de imagens e expressões ainda hoje celebradas.
in Diário de Notícias de 2 de fevereiro de 2019
São muitos os anglicismos identificáveis no uso do português contemporâneo. Mas quem imaginaria que a língua inglesa guarda algumas palavras com origem no português? Um texto do professor universitário e tradutor Marco Neves, que o publicou como crónica no portal Sapo 24 e no blogue Certas Palavras em 3/02/2019.
Confundidas frequentemente com os provérbios populares, as frases feitas caracterizam-se por ter um sentido implícito. Outra particularidade das frases feitas: a facilidade de memorização, têm dicção fácil, facilidade de compreensão e brevidade de palavras. É, o caso, entre outras, de «fossanga», «aguçar o dente», «baralhar e tornar a dar», «bater com o nariz na porta», «dar corda aos sapatos», «é esperto, mas não caça ratos», «encanar a perna à rã», «não andar (muito católico» ou «ser mais papista que o Papa» – como se regista nesta lista disponível no portal brasileiro NCultura, com data de 29 de janeiro de 2019.
«Ter o foco em...», «manter o foco» e «estar focado» estão na moda nos media portugueses. É o treinador de futebol que diz que a sua equipa «está focada» só no próximo jogo, o jornalista que repete o «foco» atribuído pelo treinador ou o ministro que lança para as exportações o «enfoque» do Governo. Chavões que se usam como solução para resolver os mais variados problemas. Porém, como todos os modismos, contribuem para a redução dos recursos lexicais.
O discurso formal, incluindo o da comunicação mediática, é fértil em nominalizações, pelas quais se substituem verbos – por exemplo, combater e corromper – pelos nomes correspondentes – combate e corrupção. É uma estratégia que deixa por identificar o agente da ação, porque as «[...] as nominalizações, ao transformarem o processo (verbo) numa coisa (nome), sugam as pessoas para fora da frase». Considerações da linguista Ana Sousa Martins num texto lido na rubrica "Cronigramas" do programa Páginas de Português, emitido no dia 20 de janeiro de 2019
É sabido que a herança da língua árabe perdura no centro e norte de Portugal através dos muitos empréstimos que o português, no seu período de formação, absorveu ao longo da Idade Média. Almece e atabefe são dois exemplos, como denominações de produtos do leite, para surpresa do escritor português Miguel Esteves Cardoso, conforme relata na crónica que escreveu para o jornal Público do dia 25/01/2019**, com o título "Ou atabefe".
**Manteve-se a norma seguida no diário português, anterior ao Acordo Ortográfico de 1990.
A harmonia em casa ou no trabalho pode e deve encontrar-se na capacidade de comunicar palavras de sentido positivo, com intenção construtiva. É a recomendação da professora e consultora linguística Sandra Duarte Tavares no texto a seguir transcrito, originalmente publicado na edição digital da revista Visão, em 22/01/2019.
Lambisgoia, lanfranhudo, malota, polo, remelado, seba, sirigaita e suso são algumas das 42 palavras que caíram em desuso com o tempo – como se aponta neste texto em linha no portal Vortex Magazine, a seguir transcrito na íntegra, com a devida vénia.
Numa visita que fez ao Bangladeche, o papa Francisco equiparou a maledicência ao terrorismo e certas palavras a armas de destruição. A ideia encontra apoio na investigação científica, que aponta para a capacidade da agressividade verbal de se repercutir nas nossas redes neuronais como um verdadeiro dano físico interno. Terá a metáfora papal tanta realidade como um murro na cara? A linguista Ana Sousa Martins comenta a questão, no apontamento que se segue, lido na rubrica "Cronicando" do programa Páginas de Português, emitido na Antena 2, no dia 13/01/2019.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações