O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa O nosso idioma
Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Qual é a origem da palavra <i>café</i>?
A bebida que foi própria de místicos

«Ao acordar com uma forte vontade de beber café, lembrei-me de ir pesquisar a origem da palavra. Foi uma viagem e tanto.»

Crónica do tradutor e professor universitário Marco Neves incluída no portal SAPO24 e no blogue Certas Palavras em 28 de fevereiro de 2021. Mantém-se a ortografia de 1945, que é a seguida no original.

A poesia e a música da nossa Língua
O poema como canto e vida

«A nossa língua tem, desde o seu início, uma vocação musical» – escreve a professora e escritora Ana Albuquerque, lembrando «os poetas dos princípios dos nossos tempos», como D. Dinis, nos seus cantares de amigo, e «todos os músicos da palavra, de ontem e de hoje.»

Artigo publicado no jornal digital Viseu Now, em 7 de abril de 2021

Da prole de <i>littĕra</i>, ou de como o léxico <br>se vai adaptando às necessidades
O termo literacia

«Literacia, de origem anglófona, terá sido cunhado no português europeu na década de 1990, no relatório Literacia em Portugal: Resultados de uma pesquisa extensiva e monográfica, no qual se define o termo como capacidade de processamento de informação escrita, na vida quotidiana (social, profissional, pessoal), através da leitura, escrita e cálculo.» Mas como designar uma pessoa que possui literacia, em Portugal? Numa viagem à volta das designações em outras línguas, é esta a pergunta a que a linguista Margarita Correia pretende dar resposta, num artigo publicado no Diário de Notícias em 5 de abril de 2021, aqui transcrito com a devida vénia.

O português a saque
O escrever mal e o falar pior nos media portugueses

« [U]ma novilíngua orwelliana parece querer substituir o português. É uma mistura de chavões, tiques de linguagem, modismos e palavras contrabandeadas do inglês aprendido à pressa.» Um diagnóstico do jornalista Rui Cardoso relativamente à qualidade linguística da oralidade e da escrita em ambiente universitário ou na comunicação jornalística. Artigo publicado na "Revista E" do semanário Expresso em 1 de abril de 2021.

«Quão expectável é?»
As construções «é suposto» e «é expectável»

«Em inglês tem de se dizer we're supposed to go to the theatre. Mas, por retroacção sintática do «é suposto», ouço portugueses a dizer em inglês, erradamente, "it's supposed that we go to the theatre".» Em crónica incluída na edição de 30 de março de 2021 do jornal Público, o escritor Miguel Esteves Cardoso  debruça-se criticamente sobre a moda do «é suposto» e do «é expectável».

 

Beirofobia
A pronúncia das Beiras em Lisboa

«Os beirófobos, devem saber que os nossos “s” e os nossos “z” são consoantes sibilares, invés de “j”, muito mais parecido aos “s” nossos vizinhos – jamais amigos e muito menos hermanos – castelhanos.» Crónica do especialista em marketing e gestor Narciso Antunes sobre as atitudes com que se confrontam os naturais da Beira por causa da pronúncia regional.

Crónica publicada no  jornal digital Observador em 22 de março de 2021.

Confinar e desconfinar
Os verbos da pandemia

Confinar e desconfinar poderiam ser considerados os verbos da pandemia. A professora Carla Marques propõe uma viagem à sua formação e à evolução dos seus sentidos, na sua crónica emitida no programa Páginas de Português do dia 28 de março, na Antena 2

<i>Noctivagia</i>
Um horário "do contra"

«A minha noctivagia – como é que esta palavra não existe? – era mais diurnofobia do que outra coisa.» Miguel Esteves Cardoso, recordando o seu passado noctívago, emprega os neologismos "noctivagia" (interpretável como «hábito ficar acordado durante a noite») e "diurnofobia" (interpretável como «aversão ao dia»), entre outros termos menos correntes mas com registo dicionarístico como nictofobia («medo mórbido da noite ou da escurdidão») e uranofobia («medo doentio do céu»).

Crónica incluída no jornal Público, em 27 de março de 2021. Manteve-se a norma ortográfica de 1945, seguida no texto.

Em defesa do dicionário
Uma ferramenta poderosa

«Consultar o dicionário não é uma chatice que interrompe o curso de sua leitura; é, na verdade, um indício de que você está lendo com a inteligência desperta a ponto de distinguir as coisas que você entende das que não entende, as coisas que você conhece das coisas que não conhece.»

Apontamento que o tradutor e revisor de textos William Cruz publicou no mural Língua e Tradição no Facebook em 21 de fevereiro de 2021.

A intérprete da pronúncia
Os sotaques do Brasil na voz de Elis Regina (1945-1982)

«Brincava com a voz, cantava rindo, chorando, resmungando, imitando vozes e sotaques, da impostação à la Ângela Maria ao caipirês de Renato Teixeira e ao bexiguês de Adoniran Barbosa. Da dicção afetada das socialites ao timbre rouco de Louis Armstrong, tudo era pretexto para um malabarismo melódico-rítmico-fonético. Elis explorou como poucos as potencialidades da voz e fala humanas ao cantar. Mas, além das vozes e sotaques que simulava, tinha sua própria pronúncia, que evoluiu ao longo da carreira, confirmando o traço camaleônico de sua personalidade.» — escreve* o linguista Aldo Bizzochi nesta evocação da cantora brasileira Elis Regina (1945-1982), que, além do talento musical, mostrava uma admirável flexibilidade na apropriação de traços regionais  do português do Brasil.

Publicação do blogue Diário de um Linguista em 19 de março de 2021.