Crónica do humorista português Ricardo Araújo Pereira glosando o tema do "sexo das palavras", publicada na revista Visão, de 15 de janeiro de 2018.
Crónica do humorista português Ricardo Araújo Pereira glosando o tema do "sexo das palavras", publicada na revista Visão, de 15 de janeiro de 2018.
«Seja qual for a ideologia, metáforas como vírus, purga, contágio, contaminação e infeção surgem com frequência na vida pública», escreve o jornalista e crítico literário Luís M. Faria neste texto publicado na Revista do semanário “Expresso” do dia 10 de fevereiro de 2018, a propósito do vocabulário tecnocrático que abunda na imprensa portuguesa.
*título da responsabilidade editorial do Ciberdúvidas.
«O nem por isso é a alforreca das respostas negativas. O que mais enfurece nela é a falta não-absoluta de significância», glosava Miguel Esteves Cardoso, na sua crónica no jornal "Público", do dia 21/07/2014: «"Nem por isso": toda a gente sabe o que quer dizer, mas qual é o "isso" por que ocorre o "nem"? (...)» Quatro anos depois, voltou ao tema, para ele ainda não esclarecido, da falta de lógica gramatical desta expressão de uso corrente na coloquialidade dos portugueses. Dela e de outras similares aborda o texto a seguir.
«Quase tudo o que é brutal, hoje, é o rigoroso oposto do que era brutal no passado. Mas talvez nenhuma outra palavra tenha tido pior sorte do que o adjectivo genial», escreve o humorista português Ricardo Araújo Pereira, em crónica publicada na revista Visão de 11 de janeiro 2018, a seguir transcrita, na íntegra.
A curiosa e sugestiva expressão «A montanha pariu um rato» é dissecada numa explicação que nos surpreende.
Porquê e-sports ou, e-games ou e-commerce, se há alternativas em português?
«Usar palavras positivas», «ser mais assertivo», «comunicar com cortesia», «falar menos, ouvir mais» e «falar e escrever sem erros» – recomenda, para um melhor relacionamento, Sandra Duarte Tavares, neste texto publicada na edição digital da revista Visão do dia 13 de janeiro p.p.
Reabitar, reabituar, reaprender, reconstruir, recuperar, redizer, reemendar, refazer, reforçar, reintegrar, relançar, remanusear, remoçar, renegar, reparar, repassar, requentar, resguardar, ressaltar, ressentir, ressurgir, restaurar, restituir, retardar, retrair, rever, revisitar, revolver – verbos que pressupõem a repetição e convocam uma multitude sentimentos. É o caso do «belo verbo rezumbir, que fala de uma coisa (…) inesperada: o ruído que se faz a voar» – escreve o autor neste texto publicado na Revista do semanário “Expresso” de 6 de janeiro de 2018.
A 19 de novembro de 1935, Fernando Pessoa, já muito debilitado, escreve o seu último poema na língua materna: «Há doenças piores que as doenças.» Mas é em inglês que redige a última frase, dez dias depois. O que terá levado a fazê-lo é o que permanecerá irrespondível e a causar alguma estranheza – como escreve neste texto a professora Maria Eugénia Alves, assinalando os 82 anos do falecimento do maior poeta português do século XX.
* Em português: «Não sei o que o amanhã trará.»
«(…) Só penso como estas expressões serão entendidas por uma boa fatia da sociedade portuguesa, envelhecida, analfabeta, muitas vezes, aldeãos esquecidos numa província cada vez mais longínqua das grandes cidades litorais onde a “civilização” acontece com halloweens, blackFridays/weeks, marginalizando, criando fossos, insistindo num progresso que ignora continuamente a sua língua materna e promove um país a duas velocidades. (…)»
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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