Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Evolução semântica
Os usos do verbo <i>destilar</i>
«Destilar ódio» e «destilar amor»

Será possível utilizar o verbo destilar em sentido figurado com valor positivo? Ou este verbo, quando usado em sentido figurado, é sempre utilizado com sentido de «deixar perceber; insinuar, instilar», geralmente seguido de palavras negativas como ódio (Dicionário Houaiss)? A estas perguntas responde Sara Mourato, consultora do Ciberdúvidas, num texto acerca dos usos figurados do verbo destilar

 

Um uso brutal
Da extensão dos sentidos de uma palavra

O adjetivo brutal evoluiu dos sentidos negativos e disfóricos para o seu contrário. Em contextos informais, pode funcionar como uma avaliação extremamente positiva, como recorda Carla Marques

Génio
Usos e abusos da palavra, a propósito da morte de Agustina Bessa-Luís (1922-2019)

É o que, por regra, se chama a alguém que, em vida, se tenha sobressaído  por uma qualquer «aptidão  excecional para determinada atividade, principalmente se relacionada com o intelecto». O termo – quantas vezes, também, aplicada a «artistas de importância limitada, ou até a entidades medíocres que adquiriram proeminência em atividades de negócios»... – emergiu, de novo, nos comentários ao falecimento da escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís (1922 – 2019). É o que observa o jornalista Luís M. Faria neste apontamento publicado na Revista do semanário Expresso do dia 8 de junho de 2019, esmiuçando a respetiva origem e evolução semântica, desde a expressão «mau génio» até aos aos clichês «génio incompreendido» e «génio maligno».

 

 

Avaliar o caráter com nacionalidades
As perceções linguísticas associadas a nacionalidades e etnias

«O contacto com outros povos propiciou a consolidação de perceções relativas às diferentes nacionalidades raças e etnias com as quais os portugueses foram convivendo», escreve a professora Carla Marques, num apontamento em que  recorda os muitos sentidos associados às palavras que designam nacionalidades ou etnias.

Uma redundância a menos
História das palavras e sistemas de informação

A imprescindibilidade de um sistema de redundância, no centro das negociações entre o Estado português e a parceria público-privada SIRESP (Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal), cria um paradoxo linguístico só resolvido pelo esclarecimento da evolução do adjetivo redundante. Texto publicado com o título "Redundância" na "Revista" do semanário português Expresso  do dia 18 de maio de 2019.

Liberal já significou «generoso»; <br> hoje interpreta-se «egoísta»
Mudanças semânticas no discurso polírtico-ideológico em Portugal

«Algumas das palavras mais importantes do nosso vocabulário político mudaram de sentido no século XVIII para adquirirem um significado mais amplo», lembra neste artigo* o historiador Rui Tavares, a propósito do lançamento de um novo partido em Portugal que se reclama de «liberal» – à semelhança de outros dois já existentes, igualmente no espectro ideológico de direita. 

* in  jornal  português "Público". de 22 de agosto de 2018

O termo <i>autista</i> como insulto
Por Susana Venceslau, Gabriela Chagas

Porquê, e desde quando, uma patologia ou uma mera afetação de índole neurocomportamental como é o caso do autismo, passa a ter uma conotação – depreciativa e, não, raro ofensiva, mesmo – muito para além do sentido estrito da palavra em si? E quem mais recorre a este tipo de léxico? O Dia Mundial de Consciencialização do Autismo justificou este trabalho de duas jornalistas da agência Lusa, que a seguir se transcreve, com a devida vénia.

 

 

Prescrever

Crónica de Wilton Fonseca acerca de como a vida política em Portugal tem consequências até linguísticas, como seja o empobrecimento semântico do verbo prescrever (texto publicado no jornal i de 20/03/2014).

 

 

A ministra da Justiça prescreveu a receita do êxito: viu o seu ministério eleito o primeiro executor das exigências da troika e garantiu que a impunidade não tem futuro em Portugal.

Uma reflexão — publicada no semanário Expresso de  2/07/2011 — sobre a nova acepção dada à palavra reforma, nestes tempos em que, em nome da crise e da austeridade económica que varre em particular Portugal e os demais países periféricos da União Europeia, o que está a ser aplicado  está a pôr em causa precisamente o que foram as verdadeiras reformas ao longo dos tempos.