Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Norma e variação
A dimensão deôntica da linguagem
Língua e uso correto

«Assim como tudo na vida, a língua é um produto humano e, portanto, está sujeita ao valor deôntico que os seres humanos damos às coisas – isto é, ao "isso tem que ser assim, e não assado", ao "é necessário buscar o melhor, e o melhor tem que obedecer a certos parâmetros", ao "é um dever, uma obrigação, uma necessidade que algo seja bom, que entreguemos o nosso melhor".

Considerações do gramático brasilero  Fernando Pestana sobre o uso modelar da língua.

«O nacionalismo linguístico sobressalta-me»
Entrevista a José Eduardo Agualusa

«Se você gosta da língua portuguesa, tem que amar a língua portuguesa de Angola, a que se fala em Moçambique e aquelas muitas variedades que se falam no Brasil» – afirma o escritor luso-angolano José Eduardo Agualusa, em entrevista conduzida pela jornalista Andreia Costa  e publicada no jornal digital Observador em 6 de outubro de 2024, a propósito do lançamento em Portugal de um novo romance, Mestre dos Batuques (publicado pela Quetzal). Deste trabalho, transcrevem-se, com a devida vénia, as passagens em que o autor entrevistado tece considerações sobre a diversidade da língua portuguesa.

 

«Me empurra» e «empurra-me»
Brasil vs. Portugal: sistemas distintos ou normas diversas?

«Tanto "me empurra" quanto "empurra-me" são possibilidades gramaticais da mesma língua: a língua portuguesa. A primeira frase reflete a norma linguística brasileira, em sua modalidade falada. A segunda frase reflete a norma linguística lusitana. Mas ambas as frases fazem parte do que o linguista Eugenio Coseriu chama de sistema

Uma avaliação do rofessor de  português brasileiro Fernando Pestana sobre as semelhanças e dissemelhanças entre o português do Brasil e o português europeu à luz dos conceitos de sistema e norma. Texto tanscrito, com a devda vénia, da página do Facebook do autor..

 O estranho caso do português que pensava <br> que sabia inglês
Ensinar inglês... sem saber falar inglês

«É mais um exemplo a juntar aos casos que o leitor encontrou ao longo do livro: "terramoto", "queria um café", "saudades tuas", "pelos vistos", "espaço de tempo"… São todas palavras ou expressões correctíssimas, muito portuguesas, mas que algumas pessoas se afadigam a condenar por razões muito distantes do verdadeiro conhecimento linguístico.»

Texto do professor e tradutor poruguês Marco Neves, transcrito, com de vida vénia, do seu blogue Certas Palavras, com a data de 9/01/2023 .Escrito conforme a norma ortográfica de 1945.

O português sem discriminação no mundo digital
Falar "errado" e policiamento linguístico

«[N]esse mundo sem fronteiras que é a Internet não faltam os policiamentos linguísticos e as discriminações contra aqueles(as) que ousam ferir o ideal do português padrão, correto, incorruptível. Para os que rompem com esse ideal não faltam adjetivos como “burros”, “ignorantes”, “assassinos da língua”, “analfabetos”, entre muitas expressões que circulam nas redes. Mas que português castiço seria esse?»

Crónica da linguista Edleise Mendes incluída no programa de rádio Páginas de Português (Antena 2), em 13 de fevereiro de 2022, a respeito de como o uso dos meios digitais levanta questões importantes sobre usos informais e norma linguística, especialmente no Brasil.

O que o casamento com uma brasileira <br>pode ensinar a um português sobre a sua própria língua
Atitudes que levam a desvitalizar a expressão linguística

«Em Portugal, precisamos de exprimir-nos com menos espartilhos e descobrir que o valor da nossa língua deriva da sua vitalidade e pluralidade e não da preservação de um modelo tradicionalista de comunicação, defende o economista Rodrigo Tavares em crónica para a TSF, datada de 14 de dezembro de 2020.

Desigualdades sociais, desigualdades linguísticas

Deverá a norma-padrão resistir à diversidade e à mudança, sem ser posta em causa? Ou a atitude certa é aceitar toda a variação linguística? E se estas atitudes tantas vezes em conflito acabam, afinal, por descurar os problemas sociais que condicionam o uso da língua? Acerca deste tipo de interrogações, o linguista brasileiro Aldo Bizzocchi manifesta a sua posição, num texto publicado no seu blogue Diário de Um Linguista (5/12/2018), do qual se salienta a seguinte frase, a propósito do papel da linguística: «[...] é fato que a diversidade linguística é um prato cheio para os cientistas da linguagem. Mas isso não quer dizer que os linguistas sejam contra a escolarização e o ensino da norma culta nas escolas – ainda que com todas as críticas que nossa gramática normativa merece e tem recebido.»