Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa História da Língua
A cartografia da língua
A composição do léxico português

«À semelhança das demais línguas românicas, com excepção do romeno, os elementos latinos dominam o nosso léxico, o que se deve à superioridade da civilização romana na Lusitânia e à afinidade com o celta, de que ainda há vestígios, por exemplo, na toponímia» – sustenta o juiz português Rui Carvalho Moreira num artigo publicado no jornal  digital Observador no dia 12 de maio de 2024, que detalha a contribuição de várias línguas e culturas para a formação do português, incluindo influências do latim, grego, árabe, sânscrito, chinês, japonês e outras. Texto aqui transcrito com a devida vénia, escrito segundo a norma ortográfica de 1945.

A língua portuguesa e o desfile<br>na Avenida da Liberdade
Os 50 anos do 25 Abril

«É difícil não interpretar o desfile na Avenida da Liberdade [em 25 de abril de 2024] como uma metáfora do caminho percorrido pela língua portuguesa nos últimos 50 anos, tantos são os pontos que um e outra têm em comum!» – considera a linguista e professora universitária Margarita Correia, que se refere ao significado também linguístico da comemoração popular do 25 de Abril de 1975, em Lisboa, nesta crónica publicada no Diário de Notícias em 29 de abril de 2024.

 

 

Elogio da pontuação
Sobre a marcação gráfica de pausas e entoações

«Ao longo do tempo, lá fomos inventando os espaços, os pontos, as vírgulas. Estes sinais começaram por assinalar pausas e entoações, para ajudar na leitura em voz alta, mas também passaram a mostrar como se organizam os textos e as frases, ajudando a ler em silêncio.»

Artigo do tradutor e professor universitário Marco Neves publicado no blogue Certas Palavras no dia 28 de fevereiro de 2023. Segue a norma ortográfica de 1945.

Graças à desgraça, apesar do que não pesa
A incoerência originária de duas locuções prepositivas

 «[Comento] dois exemplos de expressões que, embora nascidas com determinado sentido e juízo de valor implícito, sujeitaram-se a uma expansão para admitir novos empregos e novas interpretações sobre a realidade».

Apontamento do revisor de textos e escritor brasileiro Gabriel Lago publicado no mural Língua e Tradição (Facebook, em 27 de janeiro de 2023), a respeito das locuções «graças a» e «apesar de».

História das línguas de Lisboa II
De Afonso Henriques a Camões

«Era possível encontrar muitas formas diferentes de escrever a mesma palavra. Porquê? Porque a ortografia não era ainda, nesta época, uma preocupação. A língua, na oralidade, era completa e complexa, como todas as línguas em todas as épocas e lugares. Na escrita, no entanto, estava ainda por padronizar (esta gramática era um dos primeiros documentos nesse sentido). Estamos perante tentativas de usar o sistema de escrita latino para representar uma língua que já era muito diferente.»

Artigo do professor universitário e tradutor Marco Neves publicado no blogue Certas Palavras em 24 de março de 2022, a respeito da história linguística da cidade de Lisboa, de Afonso Henriques a Camões. Segue a norma ortográfica de 1945.

Leituras luso-brasileiras
A presença da corte portuguesa no Rio de Janeiro (1807-1821)

«Existe um gigante de língua portuguesa no mundo, que aliás devia ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, e Portugal conseguiu, findos os tempos imperiais e regressado aos seus limites europeus, ver a sua língua falada em vários continentes e por 27 vezes mais pessoas do que aquelas que vivem neste pequeno retângulo.» Editorial do jornalista Leonídio Paulo Ferreira na edição de 22 de julho de 2022 do Diário de Notícias, a respeito das consequências políticas e linguísticas da transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro em finais de 1807.

História das línguas de Lisboa
Do Terramoto ao século XXI

 «A cidade [de Lisboa] tem camadas – vestígios fenícios reutilizados em ruínas romanas, um castelo medieval reinventado no século XX, avenidas traduzidas do francês, a Baixa de ideias iluministas – como as tem a língua: também o português se ensopou das várias línguas com que foi contactando.»

Artigo do professor universitário e tradutor Marco Neves publicado no blogue Certas Palavras em 15 de maio de 2022, a respeito da história linguística da cidade de Lisboa, do Terramoto de 1755 até à atualidade.

 

História das línguas de Lisboa
Antes de Portugal

«Há 7000 anos, quem vivesse à volta do estuário do Tejo ouviria palavras de viajantes de outras zonas da Ibéria, que falariam [várias] línguas antigas. Não seria impossível encontrar falantes do basco da época, do tal ibérico, de línguas mais próximas que hoje não têm nome — e ainda palavras das línguas do Norte de África. Não se ouviria, certamente, uma só língua. É difícil reconstruir a paisagem linguística desses tempos. Temos apenas vislumbres.» 

Texto do tradutor e professor universitário Marco Neves, dedicado à história das línguas que se falaram em Lisboa, das mais remotas, pré-indo-europeias, até à implantação medieval do galego-português na cidade que veio a tornar-se a capital do reino de Portugal. Transcreve-se com a devida vénia o artigo publicado no blogue Certas Palavras em 6 de março de 2022, mantendo-se a grafia do original, que segue a norma ortográfica de 1945.

 

Latim nosso que estais na Terra!
Uma língua que assentou arraiais na nossa vida

«O latim está na génese da nossa língua e de tantas outras línguas novilatinas (italiano; castelhano; galego; francês; provençal; catalão; romeno, corso, sardo, rético). Daí a semelhança entre muitas das palavras destes idiomas, como podemos observar no verbo perdoar» – sublinha a autora deste artigo, Cristina Fontes, publicado no dia 21 de novembro de 2021, no Correio do Minho, onde reflete sobre a importância e a presença do latim nos dias que correm.

 

Qual é a origem da linguagem humana?
Reflexão sobre a linguagem da espécie humana.

Ainda a propósito da comemoração do Dia Europeu das Línguas, transcreve-se um excerto do capítulo 4 («2 000 000 a. C. | A origem das línguas») do livro História do Português desde o Big Bang (Guerra e Paz, 2021) de Marco Neves, em que se reflete sobre se a linguagem da nossa espécie é diferente de todas as outras e acerca do modo como surgiu.