Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa A arte do uso da linguagem
O oposto da hipérbole
A hipossemia

«Qual é então oposto da hipérbole? É a hipossemia, que se caracteriza pela diminuição do conteúdo significativo das palavras.» Um apontamento de Chico Viana sobre um artifício retórico que minimiza afetivamente certos conteúdos enunciativos  (mural Língua e Tradução, Facebook, 24 de setembro de 2021).

Como evitar a ambiguidade?
Três casos (de algum modo) resolúveis

«Alguns dias atrás, perguntaram-me o que deve ser feito para evitar a ambiguidade na escrita – há algum macete, alguma fórmula?» Neste texto, Gabriel Lago trata de três situações ambíguas recorrentes na língua portuguesa, nomeadamente: o comparativo como na indicação do objeto; o relativo que com mais de um termo que pode ser retomado; o artigo ou preposição a antes do possessivo feminino. Apontamento publicado originalmente no Facebook Língua e Tradição no dia 12 de setembro de 2021.

O sol nasceu
Estilo e mutação cultural

«Aí pelo século XIX, não se dizia "O sol nasceu". Uma frase como essa era um resumo que o autor rascunhava e escondia, com medo de que o acusassem de falta de imaginação ou indigência verbal.» Assim se exprime o escritor  brasileiro Chico Viana em crónica dedicada a comparar o estilo literário do século XIX ao de hoje.

Texto publicado no mural Língua e Tradição (Facebook, 7 de maio de 2021) e aqui transcrito com a devida vénia.

O inesquecível Eça
Portugal concede honras de Panteão Nacional ao escritor

«A aprovação por unanimidade pela Assembleia da República da resolução que visa conceder honras de Panteão Nacional a José Maria Eça de Queiroz constitui um ato de elementar reconhecimento em relação a quem é referência indiscutível das culturas de língua portuguesa.» Palavras de Guilherme d'Oliveira Martins acerca das honras de Panteão Nacional concedidas a Eça de Queirós.

Artigo publicado no Diário de Notícias no dia 19 de janeiro de 2021. Mantêm-se as grafias Queiroz e queiroziana, usadas pelo autor.

A subjetividade da metáfora na leitura dos textos
Um recurso bem conhecido mas dado a confusões

«A metáfora, contudo, é mais do que a substituição de um termo pelo outro. Luís Fiorin explica que esta figura de linguagem é um «procedimento discursivo de constituição de sentido» que «não é a substituição de uma palavra por outra, mas outra possibilidade, criada pelo contexto, de leitura de um termo (...).»

Artigo do investigador brasileiro Roberto Lota publicado na página de Facebook Língua e Tradição em 8 de janeiro de 2021. 

«Um aldrabãozinho honesto»
Quando da boca de alguém sai um inesperado oxímoro...

«[...] [N]uma conversa entre amigos, ouvi alguém referir-se a um seu conhecido como «um aldrabãozinho honesto»… Achei este oxímoro um verdadeiro achado.»

[Apontamento do professor João Nogueira da Costa sobre o conceito de oxímoro e publicado na página de Facebook do autor em  26 de novembro de 2018.]

Eça de Queirós não escrevia bem
Literatura e qualidade de escrita

«[F]ixemo-nos na verdade profunda desta ideia: o escritor de verdade é o que não sabe escrever», afirma o poeta e diplomata português Luís Filipe Castro Mendes neste artigo publicado no Diário de Notícias em 21 de novembro de 2020.

Ironia
O contraste entre a realidade e a aparência

«Na situação irônica, há um descompasso entre o que acontece e o que se espera acontecer», observa o professor universitário brasileiro Roberto Lota num apontamento dedicado a três tipos de ironia, ilustrando este recurso expressivo com um exemplo retirado de Memórias Póstumas de Brás Cubas, a conhecida obra de Machado de Assis (1839-1908).

 

.[in Língua e Tradição,13 de novembro de 2020.]

 

 

Teatro
Sobre falar uma língua

«Pensar sobre a linguagem é como pensar sobre andar de bicicleta enquanto se está em cima da bicicleta, um prenúncio de queda.», afirma Pedro Mexia, numa analogia que ilustra uma reflexão sobre a densidade da linguagem, faculdade a que ninguém permanece indiferente, num texto que se transcreve, com a devida vénia, da revista E, suplemento do jornal Expresso (o autor segue a antiga ortografia).

«Pontos de vista»
Uso e preceito

A história de «ponto de vista» segundo Agostinho de Campos, que junta alguns preceitos para o uso desta locução, num texto de 1939, incluído em  Língua e má língua (Livraria Bertrand, 3.ª edição, 1945; mantém-se a grafia original).