Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Ensino
O flautista de Hamelin e os ratos hipnotizados
Educação e falta dela no parlamento português

«Graças ao cobarde lavar de mãos de Aguiar (Pilatos) Branco e seus comparsas, a partir de agora tudo será permitido na casa da democracia – os insultos, a baixeza e a grosseria, o palito nos dentes, o arroto, a ventosidade ruidosa e (porque não?) os murros, os pontapés e as cenas de pancadaria» – escreve a linguista e a professora universitária portuguesa Margarita Correia, tecendo considerações que abrangem o ensino, a propósito da polémica causada na Assembleia da República Portuguesa pelo deputado André Ventura, que, em 16 de maio de 2024, afirmou que «os turcos não são propriamente conhecidos por ser o povo mais trabalhador do mundo». 

Artigo de opinião publicado no Diário de Notícias em 20 de maio de 2024.

O modelo social-democrata de escola <br>dificilmente sobreviverá
O futuro exigente da educação em Portugal

«Pensamento crítico, colaboração, criatividade e comunicação devem sobrepor-se a amestração, consumo e violência. O futuro da educação exige narrativa, arte, ócio e contemplação. Nada disto é passado, e, sem isso, o modelo social-democrata de escola dificilmente sobreviverá.» Neste texto, publicado no jornal Público no dia 23 de março de 2024, o professor do ensino básico e secundário Paulo Prudêncio, discute o futuro do modelo social-democrata de escola, analisando diversos sinais indicativos da sua possível não sobrevivência, mesmo em sociedades onde esse modelo progrediu. 

Mitos úteis
Sobre os ciclos de escolaridade em Portugal

«A questão da reformulação dos ciclos de escolaridade [em Portugal], relançada pelo Conselho Nacional de Educação, é uma questão importante e deveria ser tratada como tal, preparando-se uma eventual mudança do que existe sem ser no modo "na Europa é assim e devemos fazer igual".»

Afirmação do professor do 1.º ciclo Paulo Guinote, num texto de opinião publicado no dia 4 de março de 2024 no Diário de Notícias. Texto escrito de acordo com a norma ortográfica de 1945.

A classificação de <i>que</i> em «felizmente que ele chegou» I
Uma perspetiva do Brasil

A divulgação do apontamento intitulado «Felizmente que ele chegou» (21/11/2023) motivou, no mural do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa no Facebook, um comentário do gramático brasileiro Fernando Pestana que recorda uma análise alternativa no quadro da Nomenclatura Gramatical Brasileira.

 Lembrar Luís de Camões, «numa época de apoucamento da língua»
A propósito do 10 de Junho

«Referir Luís de Camões implica forçosamente falar da Língua Portuguesa, com o mal-estar que ressalta de ser ostensivamente tão mal-amada por “gente surda e endurecida” que se pavoneia pelo Poder e outros lugares. Confirma-o o privilégio dado ao texto utilitário em detrimento do literário, de que é exemplo o estudo do poeta, lírico e épico.» Considerações de Maria do Carmo Vieira, professora de Português, tecendo críticas ao que ela considera «o caos no ensino do Português», a propósito do Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, festejado em 10 de junho. Artigo de opinião incluído em 8 de junho de 2023 no jornal Público. Transcreve-se aqui, com a devida vénia o texto, mantendo a norma ortográfica de 1945, seguida pela autora.

Ser português aqui
O exame de Português no acesso à universidade em Portugal

«Não faz nenhum sentido, nem dá qualquer resultado, querer muito que a nossa língua seja falada e entendida em todo o Mundo, se não começamos a tratar disso desde logo aqui. Sem fazermos os trabalhos de casa» – considera o cronista Manuel Serrão, em artigo publicado no Jornal de Notícias no dia 8 de fevereiro de 2023, a propósito dos exames nacionais do ensino secundário em Portugal. 

Os neoanalfabetos espanhóis
A falta de competências culturais e linguísticas dos universitários em Espanha

«No que diz respeito aos conteúdos culturais ou enciclopédicos, os alunos são, em geral, [...] autênticas tabula rasa. Por outro lado, e isso é ainda mais grave, os novos alunos chegam à universidade sem o conhecimento instrumental absolutamente necessário para aproveitar a sua permanência na universidade.»

Artigo intitulado Los neoanalfabetos españoles, do  linguista Manuel I. Cabezas González, criticando a situação que se vive nas universidades espanholas, onde os alunos revelam não deter as competências linguísticas e culturais requeridas, devido a uma série de fatores, entre os quais se contam, segundo o autor, as várias reformas educativas promovidas em Espanha e o acrítico consumo acrítico de conteúdos digitais, com reflexos cognitivos nefastos. Texto publicado em espanhol no jornal Diario 16 em 29 de maio de 2022 e aqui traduzido.

 
 
 
 
A escola e a cidadania
Da história da palavra cidadania à sua importância na educação

«(...) [A] cidadania é, como a norma linguística, uma ferramenta de mobilidade social, que deve ser fornecida pela escola aos estudantes, pois nem todos a elas têm acesso em casa», sustenta a linguista Margarita Correia a propósito da polémica desencadeada em Portugal à volta da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento do currículo escolar não universitário.

Um artigo publicado em 19 de setembro de 2020 no Diário de Notícias que aqui se disponibiliza com a devida vénia.

Que a escola se salve até onde puder
O novo normal

Após a tomada de decisão governamental de o ano lectivo 2020/2021 arrancar em regime presencial, a professora Lúcia Vaz Pedro questiona a medida num artigo publicado no Público em 22 de julho de 2020: «será que quem debita as soluções conhece a realidade? Será que sabe quantos metros quadrados tem uma sala de aula e quantos alunos constituem uma turma? Quantos serão os que respiram o mesmo ar dentro do mesmo espaço?». 

 

Os <i>rankings</i> do nosso descontentamento
A pior forma de terminar o ano letivo

«Muitos falaram da mudança irreversível na escola. E qual podia ser a pior forma de terminar este ano, travando mudança e descentrando do que interessa? Com os rankings

Considerações de João Costa, secretário de Estado Adjunto e da Educação, feitas num artigo incluído em 27 de junho de 2020 no jornal Público, numa crítica aos rankings escolares e, em particular, à (falta de) oportunidade da sua divulgação em Portugal, no contexto pandémico.