Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Um e outro
Concordância

A concordância do substantivo e do verbo com «um e outro» é o tema central do apontamento da professora Carla Marques, divulgado no programa Páginas de Português, na Antena 2 (em 04/02/2024). 

«Havia várias pessoas»,<br> e não «

Também em Angola, não são poucos os falantes que empregam erradamente no plural o verbo haver em sentido existencial («haviam pessoas»); na verdade, observa Edno Pimentel, a palavra pode ser sinónima de existir, mas, ao contrário deste verbo, só se usa na 3.ª pessoa do singular («há pessoas»). Texto publicado no semanário luandense Nova Gazeta no dia 15/10/2015, no qual se mantém a ortografia conforme a norma ainda aplicada em Angola, anterior ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

«Haverão outros monólogos, sucessos retumbantes de palco e gira-discos», pode ler-se num texto biográfico alusivo a Raul Solnado, inserido num trabalho denominado "100 Anos, 100 Portugueses", que o semanário Expresso tem vindo a publicar e que pretende destacar as figuras que moldaram o século XX em Portugal (Revista</em...

Crónica de Ricardo Araújo Pereira onde sobressai a ironia sobre a pobreza da linguagem de ataque pessoal dos políticos portugueses, desrespeitando as normas gramaticais da concordância (sujeito e predicativo do sujeito) publicada na coluna do autor, na revista Visão de 16 de Fevereiro de 2012.

Dois casos – um anúncio-promoção do Metopolitano de Lisboa e uma frase descuidada no Telejornal da RTP 1 – aqui apontados pelo antigo diretor da agência de notícias Lusa, na coluna que assina às sextas-feiras no diário português i.

 

A Sogrape é um dos maiores e mais consagrados produtores de vinho nacionais. Está presente não apenas nas principais regiões vitivinícolas portuguesas, mas também já na Argentina, na Nova Zelândia, no Chile. Nunca, aliás, bebi um vinho da Sogrape que me decepcionasse. Posso gostar mais ou gostar menos do perfil, mas nunca me aconteceu não gostar de um vinho Sogrape, achá-lo um mau vinho ou sequer regular.

Mal iniciara seu discurso, o deputado embatucou:

— Senhor Presidente: não sou daqueles que...

O verbo ia para o singular, ou para o plural? Tudo indicava o plural.

No entanto, podia perfeitamente ser o singular:

— Não sou daqueles que...

Não sou daqueles que recusam... No plural soava melhor. Mas era preciso precaver-se contra essas armadilhas da linguagem — que recusa? —, ele facilmente caía nelas, e era logo massacrado com um aparte. Não sou daqueles que... Resolveu ganhar tempo: