Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Uso e norma
Será isto «um pedaço estranho»?
A propósito das taxas comerciais de Donald Trump

Para comentar a postura do Presidente norte-americano Donald Trump em relação à imposição de novas taxas alfandegárias a produtos provenientes da China e do Canadá, o político Paulo Portas disse que o caso era «um pedaço estranho» na CNN Portugal (02/02/2025). O uso parece inusitado, chama a atenção e suscita a questão: será legítimo? Ou seja, a um pedaço pode juntar-se um adjetivo para exprimir o grau de uma qualidade? A essa pergunta responde a consultora Sara Mourato, num texto reflexivo sobre o uso de pedaço na língua portuguesa.

O <i>corpus</i> literário na tradição gramatical brasileira (I)
Língua escrita e definição da norma

«[A] descrição gramatical far-se-á obrigatoriamente em corpus de língua escrita dada a cabal impossibilidade de fazê-lo em corpus de língua oral» – sustenta Ricardo Cavaliere, linguista, filólogo e membro da Academia Brasileira de Letras, numa reflexão sobre a identificação os registos que facultam modelos de bom uso para as gramáticas prescritivas. Texto publicado na página Língua e Tradição (Facebook, 05/01/2025) e aqui transcrito com a devida vénia.

Linguagem jornalística: fonte da norma culta?
Sobre (supostas) verdades assentes

«Quando se diz que a linguagem jornalística pode ser tomada como fonte, e repositório, e corpus da verdadeira “norma culta”, isso significa que quaisquer formas linguísticas desviantes da norma-padrão tradicional encontradas em abundância (!) nos textos jornalísticos já podem ser automaticamente consideradas próprias da norma culta escrita?»

 O gramático brasileiro Fernando Pestana reúne alguns dados e interroga-se criticamente a respeito do valor dos textos jornalísticos como fonte confiável e modelar da norma-padrão num apontamento publicado no  seu mural do Facebook  em 1 de outubro de 2024.

 

Na imagem, banca de jornais e revistas da rodoviária de Brasília (fonte: "Jornais impressos: circulação despenca 16,1% em 2022...", Poder360, 31/01/2023)

 

 

<i>Sic</i>
A palavra latina que assinala o erro

A professora Carla Marques aborda o significado e o contexto de uso da palavra latina sic.

 (Apontamento incluído no programa Páginas de Português, na Antena 2, de 22/09/2024)

Sabe aquela sensação...?
Em defesa da gramática normativa tradicional

«[A]s famigeradas "gramáticas normativas tradicionais" [...] registram em si o conjunto de usos linguísticos tomados como exemplares, usados pelos homens mais cultos duma sociedade [...]» – defende o gramático brasileiro Fernando Pestana a respeito da tradição gramatical prescritiva neste apontamento transcrito com a devida vénia do mural Lingua e Tradição (Facebook, 04/06/2023).

Cujo com preposição
«para cujo…»

Pode usar-se a preposição para com o relativo cujo, como em «Este é o livro, para cuja nova edição contribuí»? A resposta é dada pela professora Carla Marques no apontamento desta semana do programa Páginas de Português, da Antena 2

A evolução esbarra na educação
Formalidade e informalidade linguísticas no Brasil

«O português falado no Brasil pelas pessoas escolarizadas já foi mais próximo da norma-padrão numa época em que o ensino em geral e o de língua portuguesa em particular eram muito mais fortes do que hoje em dia» – sustenta o linguista brasileiro Aldo Bizzocchi, investigador da Universidade de São Paulo (Núcleo de Apoio à Pesquisa em Etimologia e História da Língua Portuguesa – NEHiLP), acerca da importância do uso formal da língua portuguesa, nesta publicação de 22/04/2024 no mural Língua e Tradição, no Facebook.

Variação linguística e ortografia
Alguns exemplos

Tendo por base o exemplo da palavra abdome, a consultora Sara Mourato traz alguns exemplos de variação lexical, morfológica e fonética tolerados no plano normativo.

 

 

 

Os
Sobre variação e norma no Brasil

 «O Brasil tem dezenas de variantes linguísticas que podem até, em casos extremos, dificultar a intercompreensão. É tolice abordar esse tema sob um viés nacionalista. Justamente por causa dessa grande variedade de falares, nós brasileiros temos necessidade absoluta de uma língua-teto estável e normatizada.»

A utilidade de identificar e definir usos normativos, face à enorme variação popular e regional da língua portuguesa no Brasil, é o tema do artigo de opinião do colunista José Horta Manzano publicado originalmente no Correio Braziliense em 2011 e novamente divulgado em 25 de maio de 2023 no blogue Diário de um Linguista, de Aldo Bizzocchi.

A norma não caiu do céu
Os critérios de correção linguística

«[J]á parou para pensar de onde vem a norma? Quem a estabeleceu? Quem é o seu legislador ou juiz? Por acaso caiu do céu pronta e acabada, fixa e imutável? Por acaso só começamos a falar e escrever a partir de uma gramática que precedeu a própria comunicação?» – pergunta o revisor de textos e escritor  brasileiro Gabriel Lago nesta reflexão transcrita, com a devida vénia, do mural Língua e Tradição (Facebook, 24 de março de 2023).