O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.

«Nunca me tinha apercebido de que a forma de falar de Coimbra era, em Lisboa, quase um sotaque», declara o professor universitário português Luís Campos e Cunha num texto à volta de como origens, percursos de vida e níveis etários deixam marcas lexicais e fonéticas no discurso dos falantes, criando muitas vezes barreiras sociais.

Segundo a chamada hipótese Sapir-Whorf, a língua condiciona a maneira como vemos o mundo. Miguel Esteves Cardoso inverte um pouco as bases desta hipótese, para interpretar a ambivalência da palavra conforme como faceta da arte paradoxal de ser português.

 

 

Conforme significa «idêntico, com a mesma forma». Quando a cópia de um documento é igual a ele, diz-se que «está conforme».

Impuseram-se definitivamente no nosso uso quotidiano da língua, por via dos negócios, os termos: franchising, franchise, franchisar, franchisado e franchisador.

Lusofonia

 

 

rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina; (Brasil), meretriz.

 

<i>Amigar</i> e <i>desamigar</i>
E os seus novo sentidos

O advento das redes sociais trouxe para a ribalta os verbos amigar e desamigar, no seu sentido mais primitivo de «tornar amigo» e «deixar de ser amigo», para representar a relação de amizade entre dois indivíduos. Ambos já existiam, devidamente dicionarizados, porém aplicados com sentidos distintos destes que agora plenamente (re)ganharam.

 

Apicanta, terceira pessoa do presente do indicativo do verbo apicantar: esta surpreendi-a recentemente num anúncio de página inteira da edição de 23 de Setembro do Metro que reclama para si o título de maior jornal diário gratuito do mundo, comprovado pelo Guinness World Records. O anúncio rezava assim: «Tudo o que sempre quis saber sobre o sexo… mas tem vergonha de perguntar. Com entrevistas exclusivas feitas pela equipa editorial Global Metro, o Metro apicanta o próximo dia 27 de Setembro.»

Girando à roda dos modismos da linguagem e relacionando-o com o universo de uma determinada época, a crónica «Antigamente I», extraída da obra Quadrante, do poeta e cronista brasileiro Carlos Drummond de Andrade, reflecte sobre o tempo de uma vasta bateria de palavras e das expressões idiomáticas/frases feitas que foram relegadas ao esquecimento e que se foram perdendo.


Convivi recentemente durante 10 dias seguidos às vezes 10, 12 ou mais horas por dia com um grupo de 30 pessoas: 6 portugueses e 24 brasileiros. Tive assim oportunidade de perceber de perto as diferenças de uso do léxico entre falantes e escreventes do português dos dois lados do Atlântico. Sem que as mesmas, porém, tenham, em algum momento, impedido a nossa comunicação.

Um extracto do Dicionário de Paixões do escritor português João de Melo, sobre a «instituição secreta» do erro ortográfico.

Não conhecem o erro ortográfico?

O maior deles é irreversível. Consiste em não o (re)conhecermos. E esse irreconhecimento fez dele uma instituição secreta.

Crónica do jornalista português Ferreira Fernandes, publicada no Diário de Notícias de 15 de Setembro de 2010, acerca daquilo que pode originar uma (divertida) metátese