Provavelmente Monteiro Lobato refere-se ao acordo ortográfico de 1931, entre Portugal e o Brasil. Este acordo foi aprovado no Brasil pelos decretos 20:108 e 23:028, respectivamente de 15 de Junho de 1931 e de 2 de Agosto de 1933.
O acordo Portugal-Brasil de 1931, por exemplo, eliminava muitas consoantes não articuladas, só mantendo as do grupo cc quando soassem distintamente.
Era um acordo com base na profunda Reforma Ortográfica de 1911, feita em Portugal, dita de Gonçalves Viana.
O acordo de 1931 foi depois substituído pelo acordo Portugal-Brasil de 1945, ainda em vigor em Portugal (mas não completamente no Brasil nalguns pormenores, nomeadamente quanto a consoantes mudas mantidas em Portugal). Posteriormente houve vários aditamentos, esses feitos de comum acordo e que tornam a nossa escrita facilmente inteligível de parte a parte. No processo usado em Ciberdúvidas, de dupla grafia quando necessário (e com poucas mudanças, conforme se pode observar neste texto [só três...]), as oito pátrias podem gabar-se de efectivamente disporem de `uma comum língua escrita de expressão planetária´. O novo acordo ortográfico, de 1990, feito por distintos linguistas e aprovado na altura por todos os países com a mesma língua oficial, uniformizava ainda mais a escrita, legitimando as diferenças em todo o universo da língua. Se entrasse em vigor, tornaria até desnecessária a dupla grafia.
Ao seu dispor,
N.E. – Desde cedo, os jornais da época noticiaram e comentaram esta primeira iniciativa de normalização e simplificação da escrita da língua portuguesa. Por aí pode acompanhar-se a preparação de impressores e tipógrafos para receber a reforma em vigor desde 1911; por aí perpassa o terçar de armas a favor de e contra, que chegou a ser impugnado por petição coletiva; e por aí se percebe que a liça em torno do mais recente Acordo Ortográfico de 1990 é o regressar de uma velha questão do princípio do século XX, em que entraram nomes como José Correia Nobre de França, Alexandre Fontes, Henrique Brunswick e os dos filólogos Aniceto dos Reis Gonçalves Viana e Cândido de Figueiredo, que assinaram cartas em Diário de Notícias e n' O Seculo. Intitulada “A Questão Ortográfica", Gonçalves Viana, relator da Comissão Oficial da reforma ortográfica de 1911, dirigiu uma a carta Rodolf Horner e uma outra a Cândido de Figueiredo (“A reforma ortográfica").