O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa O nosso idioma
Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Contra «a falsificação da língua e tráfico dum pseudoportuguês»

«O verbo checar, num sítio em que pretensamente se divulga o idioma, não é um erro, não é um lapso, não é uma distracção, não é uma comodidade, nem sequer é um expediente comercial dum mercador chinês aflito: é uma fraude», escreve o escritor português Mário de Carvalho, no texto que fica em linha por deferência do autor. Escrito originariamente para um encontro organizado pelo ILTEC em 2008, publicado posteriormente pelo quinzenário Jornal de Letras n.º 1023, de 21 de Abril de 2010.


Ler em voz alta é declinar a vida inteira das
Palavras escritas
Agora mais bonitas do que antes
Pois foram libertadas consoantes
Aquelas que estavam escritas mas não se liam
coitadas
Ficavam mudas e não se ouviam porque tristes e
amuadas.
Abaixo o protecionismo que agora perdeu um cê
E também a reação
O

Não há como a brutal aspereza do alemão quando o que se pretende é intimidar alguém. Experimente, por exemplo, gritar "Macht es Ihnen etwas aus, wenn ich rauche?", enquanto arranha o ar com os punhos, e vai ver que o efeito é aterrador.

A frase em causa, no entanto, significa simplesmente «Importa-se que eu fume?».



Desterro desconcerto desatino

vai-se a vida em palavras transmudada

vai-se a vida e cantar é um destino

página a página de pena e espada.


Conjura desengano má fortuna

oxalá só vocábulos não

a escrita não se cinde a vida é una

cantar é sem perdão é sem perdão.


Quebrar a regra nenhum verso é livre

outra é a norma e a frase nunca dita

lá onde de dizer-se é que se vive.


Cortando vão as naus a curta vida

transforma-se o que escreve em sua escrita

Lusíada é a palavra prometida.





Contra a castelhanização forçada num tempo de domínio filipino em Portugal

Extracto de Corte na Aldeia (1619), de Francisco Rodrigues Lobo (1580 —1622), obra constituída por dezasseis diálogos didácticos. A exaltação da língua portuguesa sobressai aqui como evidente manifestação de resistência à castelhanização forçada num tempo de  resistência à castelhanização forçada num tempo de domínio filipino (1580 —1640),  em Portugal, como resposta a um sentimento de inconformismo perante a perda oficial do idioma pátrio.

No excerto do Sermão do Bom Ladrão, de Padre Atónio Vieira, está patente a alegoria feita com alguns verbos e a sua conjugação. Num jogo de palavras, Padre António Vieira vai brincando com o verbo furtar,  por exemplo, usando-o assim para exemplificar outras situações.

É pela via da semântica que a mundividência judaico-cristã está mais subliminarmente impregnada na língua portuguesa escreve Ana Martins, em artigo publicado no semanário "Sol" de 18 de Dezembro de 2009.

 

Um exercício sobre as máximas do filósofo ingLês Paul Grice é o que propõe Ana Martins neste artigo, publicado no semanário Sol, de 24 de Outubro de 2009.

 

«Na linguagem oral, a mistura de pessoas gramaticais ("Você fez o que te pedi?" ou "Tu falou", por exemplo) é tão comum no Brasil, que é impossível não ficar surpreso quando se vai a Belém e se ouve a segunda pessoa do singular como se emprega em Portugal», observa o professor Pasquale Cipro Neto, em artigo publicado originalmente na revista Veja, em 2007.

Estive em Belém, capital do Pará para proferir duas conferências.

Em artigo publicado no Diário de Notícias de 7 de Outubro de 2009, assinalando os dez anos do falecimento da fadista portuguesa, o poeta e escritor Vasco Graça Moura escreve sobre «um dos aspectos, talvez o menos referido e tratado», do «milagre» de Amália Rodrigues.