O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.

«A palavra previsão utilizada na economia é, aliás, digna de análise. Prever é ver antes, coisa que (salvo em casos de bruxaria) se realiza pelo método científico: certos fenómenos quando ocorrem em determinadas condições ou ambientes têm consequências que se podem antever. Os economistas e as suas instituições podiam preferir outras palavras: «estimativa», por exemplo; ou «projeção»; ou, para serem totalmente honestos, apenas «palpite».[…] Se a palavra fosse palpites, talvez...

Em Portugal, está-se nos antípodas, por exemplo, dos EUA ou do Reino Unido – onde qualquer pessoa tem consagrado o direito a aceder a informação clara e concisa, de interesse público. «É o terreno ideal para [qualquer] político (...) fazer florescer a sua inventividade linguística, que ora lhe serve para fazer um pouco de demagogia, ora para esconder estragos.» In jornal Público de 10 de novembro de 2012, que a seguir se transcreve na íntegra.

Nesta semana, no caderno Economia do Expresso (n.º 2087, 27 de outubro de 2012, p. 30), dei de caras com urbescópio, um termo que obviamente não está dicionarizado. O urbescópio é uma peça de mobiliário urbano, de sinalética urbana, metálica, composta por uma base encimada por uma espécie de tubo circular, que direciona o olhar para um ponto-alvo na cidade, um monumento, um edif...

«Falámos do seu bem-amado Sporting, do amado póquer, de jornalismos moribundos, de crónicas mal amanhadas, da língua portuguesa assassinada, de amigos comuns com mau feitio e coração grande, e de supostos amigos que agora o incensavam, Prémio Camões na biografia.» Crónica em homenagem ao  jornalista, cronista, escritor (Prémio Camões 2011), poeta, dramaturgo português Manuel António Pina (18 de novembro de 1943, Porto-19 de outubro de 2012).

 

 

A propósito do feminino de <i>procurador-geral da República</i>
Subtilezas da língua

A resposta Procurador(a)-geral da República, de Maria Regina Rocha, rigorosa, como sempre, deixou em aberto, mesmo assim, uma chamada de atenção para uma subtileza da língua.

Como aí se sublinha, uma coisa é o cargo, outra a pessoa que o exerce.  Podemos dizer: «A chancelerina Ângela Merkel», mas devemos dizer que «Ângela Merkel exerce o cargo de chanceler da Alemanha». Da mesma maneira, podemos dizer: «A presidenta Dilma Roussel...

«Temo não saber inglês suficiente para compreender a música portuguesa. Não quero parecer velho, mas ainda sou do tempo em que a música portuguesa era cantada em português. [...] O meu único receio é que este desamor à língua portuguesa, e a ideia de que ela pode prejudicar o nosso ofício, tenham deflagrado no mundo da música e se propaguem a outras profissões.» Texto do humorista português Ricardo Araújo Pereira, incluído na sua coluna «Boca do Inferno» (publicada na revista Visão de 21 de outubro de 2010).

Suceder, sucessão e sucessores nos seus diversos sentidos e contextos históricos, a pretexto da alteração na liderança de um partido político português, o Bloco de Esquerda. Texto publicado na revista 2 do jornal “Público” de 26/08/2012, na coluna da autora, “Passagem de Direitos e Obrigações”.

 

Sai paraolímpico, entra paralímpico

Se os jogos, e os atletas, e as respetivas federações, se designaram sempre parolímpicos, porquê, então, a prevalência, nos últimos tempos, da forma "paralímpico" — contrariando, inclusive,  todas as recomendações1 e registos dos dicionários e vocabulários de referência? «O Brasil resistiu por muitos anos, mas, sem o apoio de Portugal, ficou difícil conter a onda internacional», lamenta o escritor Sérgio Rodrigues, na sua coluna Sobre Palavras, da revista brasileira Veja de 14/08/2012.

 

 

Por António Pinho Vargas

«A adopção de algumas palavras como indiscutíveis nos discursos políticos nunca é inocente. São sempre signos de certas políticas e, neste caso, é a crise económica que [lhes]serve que serve de pretexto». Artigo publicado no jornal “Público” de 11 de agosto de 2012.

«Imaginemos, por absurdo, que os dicionários desapareciam. Que uma qualquer ordem política determinava a sua destruição. Pois bem, seria uma matança.» Artigo publicado pelo escritor português na revista Visão de 22 de setembro de 2011, que aqui se coloca na íntegra, com os devidos agradecimentos autor.