O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.

«Se a pujança do português permite a criação de obras literárias em países de todos os continentes, como não se considerar esta língua como uma riqueza dos que a falam?», pergunta — e responde — a presidente do ILTEC, em artigo publicado no semanário Expresso de  29 de Janeiro de 2011.

Lutamos por ti!

Cumulativamente com o Eu é que não sou parvo, a cadeia de lojas Media Markt, a maior empresa europeia daquilo que se designa por electrónica de consumo, tem agora o slogan: Lutamos por ti! Constatei isso numa recente visita a...

«O novo português não precisa de se concentrar — precisa de se “focalizar”. Não tem de ser resistente — tem de ser “resiliente”. Não imprime um texto — “printa”. E não tem esperança — tem “ilusão”.»  Artigo sobre os mais recentes modismos do português escrito e falado nos media portugueses, publicado no Público de 26 de Janeiro de 2011, que aqui se reproduz na íntegra, com a devida vénia ao autor e ao seu jornal.

 

Sobre o uso da forma <i>presidenta</i> no Brasil e em Portugal
Por Vários

Seguem três pareceres sobre o emprego de presidenta como feminino de presidente. Vêm eles a propósito da eleição da primeira mulher para a Presidência da República do Brasil — e a primeira, também, em qualquer país de língua portuguesa — que, por sua explícita vontade, se intitula, desde 1 de Janeiro de 2011, «a presidenta...

A palavra gireza começou — parece-me — a ser usada em português europeu por gente mais jovem nas redes sociais, em ambiente de escrita informal, descontraída, coloquial, passou em seguida para os blogues mais sérios e está agora nos jornais, primeiro no Metro, ainda com aspas, e agora, no Público, usada por Miguel Esteves Cardoso (MEC), numa das suas crónicas. Não sei se definitivamente consagrada no léxico, mas, pelo menos, pela notoriedade de quem a usa, a merecer que se olhe para ela.

É das coisas mais tristes — para nós, portugueses, que ensinámos os ingleses a beber chá, quando a pobre Catarina de Bragança casou com o sacana do Carlos II da Inglaterra — que chamemos chá a infusões de plantas que nada têm a ver com a planta do chá.

«Escrever certo é elitismo?» — pergunta o poeta e ensaísta brasileiro Ferreira Gullar, numa crítica a certos erros linguísticos, que a própria comunicação social ajuda a difundir.

Muita gente torce o nariz quando um chatola, como eu, começa a reclamar dos erros de português que se cometem nos jornais e na televisão. Desses, muitos dos que os cometem são profissionais, mas estão pouco ligando para o que consideramos escrever e falar errado.

Há um pouco a ideia de que o acréscimo de neologismos, quer na língua corrente, quer nas linguagens especializadas, resulta do maior contacto entre as línguas potenciado pela globalização, adquirindo predominância neste processo o inglês, enquanto língua franca de comunicação. E, na ausência de uma entidade de supervisão, que discipline e controle a entrada desses empréstimos, ela é feita de forma anárquica e desregulada.

«Nunca me tinha apercebido de que a forma de falar de Coimbra era, em Lisboa, quase um sotaque», declara o professor universitário português Luís Campos e Cunha num texto à volta de como origens, percursos de vida e níveis etários deixam marcas lexicais e fonéticas no discurso dos falantes, criando muitas vezes barreiras sociais.

Segundo a chamada hipótese Sapir-Whorf, a língua condiciona a maneira como vemos o mundo. Miguel Esteves Cardoso inverte um pouco as bases desta hipótese, para interpretar a ambivalência da palavra conforme como faceta da arte paradoxal de ser português.

 

 

Conforme significa «idêntico, com a mesma forma». Quando a cópia de um documento é igual a ele, diz-se que «está conforme».