Pergunta:
Li diversos textos sobre o assunto (inclusive um dos Senhores) e, com a leitura dos textos, fica claro que o entendimento é: neologismo é uma coisa, e estrangeirismo é outra.
Porém... bate uma dúvida cruel: quando aportuguesamos uma palavra, não estamos diante de um neologismo?
Não dá para entender xampu, que é da gente como estrangeirismo.
O gramático Fernando Pestana cita que alguns gramáticos consideram os estrangeirismos como neologismos:
«Além disso, muitos gramáticos entendem que os estrangeirismos são neologismos, uma vez que palavras novas (mesmo que estrangeiras) podem ser incorporadas à nossa língua.»
Entretanto eu nunca vi esses gramáticos! Na gramática do autor citado, ele também faz a distinção de um termo para outro e cita também que o estrangeirismo também pode ser adaptado, ou seja, ele parece ser contrário a minha "estranha" visão.
Obs.: Até a palavra estrangeira, quando passa a ser usada de maneira inédita pelos falantes de português, eu acho que pode ser uma espécie de neologismo.
Podem me ajudar?
Resposta:
Quando uma palavra estrangeira é (ou não) aportuguesada (ex.: xampu < shampoo; xou < show), só deixa de ser sentida como um neologismo quando já realmente incorporada ao nosso vernáculo, cuja verificação se faz em consulta aos dicionários de referência.
Para a plena resposta à dúvida do consulente, que exigiria extensa explanação, sugerimos consulta ao tópico "17.6 Neologia", da Gramática Houaiss da Língua Portuguesa (2008), de José Carlos de Azeredo, que diz: «A neologia compreende criações vernáculas e empréstimos a outras línguas, os estrangeirismos.»
Além dessa fonte, são estes alguns estudiosos aludidos por Fernando Pestana que consideram estarem os estrangeirismos (empréstimos linguísticos) na categoria de neologismos – o ano entre parênteses corresponde à edição consultada de suas obras-primas:
– Manuel Pacheco da Silva Jr. (1878)
– João Ribeiro (1889)
– Alfredo Gomes (1913)
– Maximino Maciel (1914)
– Mário Barreto (1922)
– Eduardo Carlos Pereira (1945...