O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
O escrúpulo e a falta dele

«Dizem que a palavra [escrúpulo] foi usada pela primeira vez por Cícero, em sentido figurado, para exemplificar a sensação de desconforto e de ansiedade próprias de quem se sente incomodado por alguma coisa.» Algo cada vez mais raro nos tempos que correm escreve o autor nesta sua crónica dada à estampa no jornal "i" de 27/11/2014.

 

 

«O dia da `dipanda´»1

A adaptação, para o quimbundo e outras línguas nacionais de Angola, da palavra portuguesa «independência» – nesta crónica do autor que assinala os 39 anos do fim do regime colonial no país.

[in semanário "Nova Gazeta", de 20 de novembro de 2014]

 

 

Labirinto

Sinónimo de «complicação», «emaranhamento», «confusão», «tumulto», o termo – sarcasticamente abordado nesta crónica do autor, publicada no jornal “i” de 20/11/2014 – remonta a um episódio da mitologia grega. Antes, muito antes, da operação policial que, precisamente com o mesmo nome, levou à detenção de uma dúzia de pessoas influentes e a uma demissão ministerial, em Portugal.

 

 

«Achareis rafeiro velho/que se quer vender por galgo;/diz que o dinheiro é fidalgo/que o sangue todo é vermelho.»

O dicionarista José Pedro Machado (1914-2005)

Conferência1 que Isabel Casanova, linguista e professora associada com agregação da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, proferiu em 15 de outubro de 2014 em cerimónia realizada na Biblioteca Nacional de Portugal, para assinalar a passagem do 1.º centenário do nascimento do insigne filólogo e lexicógrafo português José Pedro Machado (1914-2005). Agradece-se à autora a amabilidade de ter acedido em disponibilizar este texto e a Paulo J. S. Barata o apoio que tornou possível tal divulgação.

«Não! Chama-lhe parvo...»

À volta de uma expressão muito comum entre os portugueses – que, para um qualquer inglês ou americano, corresponderia, nas mesmas circunstâncias, a uns sucintos «of course» ou «what do you think?» –, nesta crónica do autor, com o título original "O não claro é sim".

[in jornal "Público" de 13 de novembro de 2014]

 

 

A mão

 

Os muitas e variados significados do substantivo «mão» e respetivas locuções neste apontamento do autor a propósito de um impreciso «lavar de mãos»... ministerial.

[in O Ponto do I, jornal i de 13/11/2014]

 

 

«O ministro não lavou as mãos do problema. Isso significa que acertei quando o escolhi para ministro da Educação.» As palavras são do primeiro-ministro [português], que talvez quisesse dizer qualquer coisa como «o ministro assumiu as suas responsabilidades, não lavou daí as suas mãos».

«Não se preocupe, fique descansado!»

 Crónica publicada na revista Caras de 1/11/2014, na qual a psicóloga clínica e psicoterapeuta Isabel Leal propõe uma análise do que deixamos subentendido quando proferimos, com ironia ou sincero espírito de ajuda, o enunciado  «esteja descansado», recorrente no português de Portugal.

 

«Não se preocupe, fique descansado!» Quantas vezes disseram? Quantas vezes ouviram?

Última hora

Crónica do jornalista Wilton Fonseca publicada no jornal i sobre a controversa expressão «à última da hora».

 

 

«À última hora» ou «à última da hora»? Durante anos revi prosas de jornalistas e sempre afirmei que a primeira locução era correcta e a segunda uma asneira. Há dias, uma conversa sobre o assunto, com o Appio Sottomayor, levou-me a consultar o Dicionário da Academia. E vi que as duas estão lá.

A diferença entre <i>assassínio</i>/<i>assassinato</i> e <i> homicídio</i>

Acusado de ter matado a sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp, em fevereiro de 2013, o atleta sul-africano Oscar Pistorius foi condenado a uma pena de prisão de cinco anos. A sentença da juíza Thokozile Masipa foi noticiada com terminologia deferente: 

1) «Oscar Pistorius (…)  condenado (…) pelo assassínio/assassinato da sua namorada…(…)»;

2) «Oscar Pistorius foi declarado culpado do homicídio involuntário da sua namorada…(…)».

E se existisse o verbo <i>striptear</i> (ou <i>stripitizar</i>)1?

A propósito da recusa do primeiro-ministro português em «fazer "striptease" das [suas] contas bancárias», nesta crónica publicada em 16/10/2014 no jornal i,  o autor considera ironicamente que a vida política posta assim a nu justifica o aparecimento de uma nova classe de verbos: os «defetivos políticos».