Desprezamos muitas vezes, por puro snobismo linguístico, os nossos regionalismos. Alguns deles verdadeiras pérolas de economia e de expressividade. Tudo em prol de uma língua formatada, uniformizada. Igual no Minho e no Algarve.
Desprezamos muitas vezes, por puro snobismo linguístico, os nossos regionalismos. Alguns deles verdadeiras pérolas de economia e de expressividade. Tudo em prol de uma língua formatada, uniformizada. Igual no Minho e no Algarve.
As grandes mudanças sentidas em Portugal ao longo de 2011 — a do Acordo Ortográfico e a do Acordo com a troika —, incidindo sobre a relação entre o (novo) vocabulário e a atual crise económica, são tema de reflexão do jornalista e escritor António Costa Santos numa crónica publicada na revista Tempo Livre (n.º 233, de janeiro 2012), que aqui se publica com a devida vénia ao autor e à publicação do Inatel. Manteve-se a grafia do texto original.
Apresentação
O léxico de uma língua, conjunto de todas as suas palavras, é um sistema dinâmico, isto é, caracteriza-se pelo movimento: de fora para dentro, de dentro para fora e, ainda, dentro si mesmo. Esse movimento está na base da inovação lexical que, com frequência, gera insegurança ao utente da língua.
A Academia Brasileira de Letras actualizou o seu Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, com termos que estão em uso, mas não eram até aqui considerados oficiais, como é o caso de 'deletar'. Notícia da "Folha de S. Paulo" do dia 10 de Setembro de 1998.
Como refere o autor neste artigo*, papá e mamã «são os primeiros vocábulos que a criança tartamudeia ao ensaiar-se na linguagem (...), os primeiros acentos que balbucia, logo que as primeiras sensações do ambiente despertam no cérebro a razão bruxuleante, que põe em movimento os nervos motores da linguagem.». Qual a sua origem, afinal?
* in Revista de Língua Portuguesa (Rio de Janeiro, 1921), com a transcrição do terceiro volume da antologia Paladinos da Linguagem (edição Aillaud e Bertrand, Lisboa, 1921), organizada por Agostinho de Campos. Manteve-se a grafia e respetiva norma originais.
Abrangência, bipolarização, camarada, despoletar, informador, militância, operacional, partidarização, primeira-ministro, retornado, sexismo e verdes são algumas das palavras e termos mais marcantes no vocabulário comum nos dez anos decorridos do 25 de Abril em Portugal.
Texto da autoria do jornalista José Mário Costa, transcrito, com a devida vénia, do semanário Expresso de 21 de abril de 1984.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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