Pode usar-se a preposição para com o relativo cujo, como em «Este é o livro, para cuja nova edição contribuí»?
Sim, pode usar-se a preposição para com o determinante relativo cujo, tal como acontece com os pronomes relativos.
O relativo cujo surge sempre associado a um nome, formando com ele um grupo nominal. Por essa razão se considera que cujo é um determinante relativo e não um pronome.
O uso de preposição com cujo fica dependente da função que o grupo nominal em que ele surge tiver na frase. Assim, usa-se sem preposição se o grupo nominal tiver a função de sujeito («Tenho um amigo cuja irmã é escritora.») ou complemento direto («O meu amigo, cuja irmã o jornal elogiou, vive na cidade.»). O grupo nominal em que surge cujo também pode desempenhar a função sintática de complemento oblíquo e, nesse caso, será introduzido pela preposição regida pelo verbo, como em «Este é o livro, para cuja nova edição contribuí». No caso em apreço, o verbo contribuir rege a preposição para, a qual vai introduzir o grupo nominal onde se encontra cujo: «para cuja nova edição contribuí».
Áudio disponível aqui:
[AUDIO: Carla Marques_ Cujo com preposição]
Apontamento incluído no programa Páginas de Português, na Antena 2 (08/07/2024).