No que se disse sobre uma tempestade que se abateu em 20/03/2025 sobre a metade sul de Portugal continental, também se registou uma confusão entre figurativo e figurado. É este o tema do apontamento do consultor Paulo J. S. Barata.
No que se disse sobre uma tempestade que se abateu em 20/03/2025 sobre a metade sul de Portugal continental, também se registou uma confusão entre figurativo e figurado. É este o tema do apontamento do consultor Paulo J. S. Barata.
«O preciosismo, que na Península Ibérica também tomou muitas vezes a designação de gongorismo, caracteriza-se pela afetação e requinte no falar e no escrever, à maneira do que era uso, em França, no século XVII» – recorda o consultor Paulo J. S. Barata, esclarecendo a confusão que um comentador político fez entre preciosismo e preciosidade num programa de televisão.
«Agora é a Comunicação Social, com a extraordinária influência que tem, que contribui para que a língua portuguesa seja mal utilizada, deturpada e até suprimida, sendo muitos dos vocábulos portugueses substituídos por palavras e expressões de outras línguas» – afirma a professora Maria Regina Rocha numa forte crítica ao uso excessivo da língua inglesa em títulos de programas televisivos, dos canais públicos aos privados.
Artigo de opinião incluído no jornal Público em 17 de fevereiro de 2025 e aqui disponibilizado com a devida atribuição.
Quando o português não parece suficiente, recorremos ao inglês para um appetizer ou talvez um pouco de awareness. Afinal, porque não usamos a nossa língua quando tal é possível?
Estará correta a expressão «mandato de captura»? Não, claro, mas, devido à aproximação fonética entre mandato e mandado, a pivô da CNN Portugal usou a palavra errada, não uma, mas quatro vezes.
«Já quase generalizada em Portugal, mas erradíssima, é a incompreensível pronúncia da modalidade desportiva que, em língua portuguesa, se escreve râguebi como "reiguebi"» — critica a linguista Carmen Gouveia num apontamento em que reúne alguns maus usos recorrentes nos canais de televisão de Portugal.
Um jornalista disse «barrela de perguntas» por «barragem de perguntas». O consultor Paulo J. S. Barata assinala a confusão e comenta o uso figurado de barragem em «barragem de perguntas».
«Percebemos, como frequentemente acontece na língua, que o diabo está nos detalhes», reflete o consultor Paulo J. S. Barata acerca de um uso insólito do adjetivo caloroso na cobertura televisiva dos desacatos motivados pela morte de uma pessoa em 21/10/2023 no Bairro do Zambujal (Lisboa), na qual a Polícia da Segurança Pública se viu envolvida.
Numa notícia de 09/10/2024 do jornal desportivo Record deteta-se um uso equívoco de abaixo, incluído numa locução prepositiva, de enorme estranheza. O comentário do consultor Carlos Rocha.
Um caso ilustrativo do pior da cobertura televisiva à volta dos violentos fogos florestais ocorridos por estes dias em Portugal.
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