A respeito da disciplina de Português e do ensino da gramática, João de Brito, professor em Vila Real, comenta as posições de Luís Osório e Sandra Duarte Tavares num texto enviado ao Ciberdúvidas.
A respeito da disciplina de Português e do ensino da gramática, João de Brito, professor em Vila Real, comenta as posições de Luís Osório e Sandra Duarte Tavares num texto enviado ao Ciberdúvidas.
A interrogação-surpresa do título em cima é minha – e a afirmação é de Luís Osório, autor da opinião que se pode ler aqui. O título, confesso, desafiou-me a lê-lo num ápice, deixando-me, porém, verdadeiramente perplexa: estudar gramática nas aulas de Português é um crime contra o futuro?! Estudar sintaxe não estimula o pensamento?! Conhecer a estrutura e o funcionamento da língua não serve para saber escrever com rigor e correção?!
Apesar do tom apocalítico, estilo Fukuyama, do professor João de Brito, profetizando a possibilidade do fim da literatura, julgo que, com todo o respeito e na minha ótica, pelo que consigo entender da sua pergunta, não terá razão [quando,divergindo da minha anterior resposta , sustenta serem possíveis ambas as frases em análise («Quero compartilhar fotos de eu mesmo cantando.» e «Quero compartilhar fotos de mim mesmo cantando.), por expressarem expressam intenções diferentes.
Gostaria de compartilhar esta reflexão a propósito da resposta «De mim mesmo», onde se considerou a frase «Quero compartilhar fotos de mim mesmo cantando» como a que «melhor se adequa às regras formais da língua portuguesa».
«Quero compartilhar fotos de eu mesmo cantando» ou «Quero compartilhar fotos de mim mesmo cantando»? À pergunta «qual das opções está correta», respondeu Pedro Mateus: é a segunda que mais se adequa às regras formais da língua portuguesa.
«Ambas as formas são possíveis, porque expressam intenções diferentes», discordou João de Brito — o que justificou a devida réplica, em «De mim mesmo» (2).
São, eles, na opinião da autora, referindo-se à realidade portuguesa: a «impraticabilidade da TLEBS», a «valorização da oralidade sobre a escrita», a subalternização do Latim e o Acordo Ortográfico. Artigo dado à estampa no jornal “Público” de 20/08/2012, a seguir transcrito na íntegra.
Na sua controvérsia com Maria Helena Mira Mateus, o texto de Teolinda Gersão surgiu, impresso, numa mesa da minha sala de professores, uns dias antes de o encontrar aqui, no Ciberdúvidas. Considerei-o mais literário que didático. Pelos vistos, Maria Helena Mateus levou-o mais a sério. Não tomo partido, mas, já que Maria Helena Mira Mateus invoca, como exemplo, o Dicionário Terminológico, colocaria, à sua consideração, a reflexão que se segue.
A escritora Teolinda Gersão escreveu, em forma de «redação» e «a pedido» dos netos, este texto saído no jornal Público em 2 de julho de 2012.
Respondeu-lhe a linguista Maria Helena Mira Mateus, igualmente no jornal Público, em 7 de julho de 2012, seguindo-se posteriormente a réplica de Teolinda Gersão no Observatório da Língua Portuguesa e no jornal Público de 13 de julho de 2012.
Querida Maria Helena:
Há 50 anos que sou tua amiga, te admiro como pessoa e respeito o teu trabalho como professora universitária de linguística.
Sempre evitei, no entanto, discutir contigo o trabalho que tens feito fora da universidade, nomeadamente no que respeita à influência que tens tido no ensino do português no secundário. Sempre soube que nesse ponto não estávamos – e nunca vamos estar - de acordo.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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