Podiam esclarecer se a resposta dada em "O relativo quem e a preposição a" está em contraste com o que já se tinha dito na resposta "O emprego dos relativos que e quem" (26/09/2018, ponto iii), no qual se diz que «quem não pode ter a função de sujeito, nem complemento direito»?
Segundo o primeiro documento, quem pode ter qualquer destas funções, como podemos ver nos exemplos 4 e 5 ali.
Como é que é possível que a frase «Sei quem a Rita encontrou no cinema» esteja correta, enquanto a frase «Chegou o rapaz quem conheci» é gramatical?
Será forma correta se removermos «o rapaz» e dissermos «Chegou quem conheci»?
Eu venho estudando a gramática italiana, e me deparei com o vocábulo italiano ovvero, «congiunzione disgiuntiva».
A respeito desse vocábulo italiano, o dicionário bilíngue Martins Fontes: Italiano–Português (São Paulo: 2012) apresenta como possíveis traduções: ou, «ou então».
Minha dúvida é esta: se pode usar a locução «ou então» no lugar da conjunção disjuntiva ou em qualquer oração?
Exemplos:
1. «Suas palavras podem ser sinceras ou (ou então) falsas.» (Dicionário: italiano–português, p.685)
2. «Ou (ou então) preste atenção, ou (ou então) saia.»
Caso contrário, como usar de modo certo «ou então»?
Em que situação usá-lo? Se não for pedir demais. Por favor, gostaria que explicasse de modo mais acurado.
Desde já, o meu muitíssimo obrigado.
«Ele sempre costumava fazer comentários maldosos sobre os colegas, contra o que sempre fui.»
Há alguma impropriedade na frase acima?
Obrigado.
Na frase:
«Descobrir o verdadeiro assassino era uma tarefa para Sherlock.»
O termo «descobrir o verdadeiro assassino» é oração subordinada substantiva subjetiva ou oração subordinada substantiva predicativa?
Como diferenciar subjetiva de predicativa quando uma oração reduzida de infinitivo vem seguida de verbo ser mais artigo e um termo substantivado?
Nos exemplos «Tive que fazer aquilo [para que todo o resto valesse a pena]» e «Tive que fazer aquilo pois era necessário [para que o bem de todos prevalecesse]», é correto afirmar que as orações destacadas por parênteses nos períodos têm função sintática de oração subordinada adverbial final, a primeira, e oração subordinada substantiva completiva nominal (de «necessário»), a segunda?
Gostaria, se possível, de uma dica que facilitasse a identificação desses tipos de orações.
Obrigado.
Em textos antigos, não é raro ver o ponto e vírgula sendo usado em orações coordenadas sindéticas explicativas. Exemplo disso é o seguinte trecho de um conto de Machado de Assis publicado originalmente em 1881, chamado "Teoria do medalhão":
«De oitiva, com o tempo, irás sabendo a que leis, casos e fenômenos responde toda essa terminologia; porque o método de interrogar os próprios mestres e oficiais da ciência, nos seus livros, estudos e memórias, além de tedioso e cansativo, traz o perigo de inocular ideias novas, e é radicalmente falso.»
Além disso, ainda hoje é muito comum ver o ponto e vírgula sendo uso antes de orações aditivas/copulativas. Quanto a isto, aqui mesmo no Ciberdúvidas há um ótimo exemplo, numa resposta dada em 1998 pelo falecido José Neves Henriques: «Na academia aprendi jogos; e lutas que incluem defesa pessoal.»
Em todas as gramáticas que consultei, no entanto, as únicas orações coordenadas sindéticas em que o uso do ponto e vírgula parece ser considerado aceitável são as conclusivas e as adversativas. Assim, gostaria de saber a opinião de vocês sobre esta questão.
Principalmente no caso das sindéticas explicativas, chegamos de fato ao ponto em que conectá-las com o ponto e vírgula pode ser considerado errado ou inadequado? Ou é simplesmente algo que caiu em desuso (como o próprio ponto e vírgula, aliás)?
Para terminar, agradeço a todos os colaboradores deste site, que me ajudaram não só a esclarecer diversas dúvidas, mas também a expandir meus horizontes no que se refere ao uso da nossa língua.
Qual destas frases é a correta: «Ao nascer, recebemos o sobrenome da família», ou «Ao nascermos, recebemos o sobrenome da família»?
Grata pela atenção e parabéns pelo trabalho!
É possivel utilizar «em que» em vez de onde como pronome para juntar as frases?
Por exemplo: «Conheço uma clínica em que fazem essa cirurgia» em vez de «Conheço uma clínica onde fazem essa cirurgia»?
Obrigado pelo vosso tempo.
Não sei se é só no Brasil, mas aparece-me que é de comum acordo aqui que feito pode agir como conjunção.
Por exemplo: «Meu pai está feito um padre»; ou «Ele chorou feito uma mulherzinha».
É correto dizer isto? Não será o caso de uma inversão de termos («Feito uma mulherzinha, ele chorou»/ «Feito um padre, meu pai está»)? Se for conjunção, a norma abona o uso?
É comummente utilizado por vários políticos, jornalistas, comentadores e várias outras figuras públicas, na televisão, no início de qualquer discurso o "dizer que", "observar que", "acrescentar que", sem qualquer continuação na sintaxe que permita que a utilização do verbo no infinitivo seja um sujeito. Exemplo:
«Boa noite a todos os presentes. Em primeiro lugar, dizer que, estamos a fazer todos os esforços necessários para contenção desta pandemia. Acrescentar que, apresentaremos ainda hoje um conjunto de medidas de auxílio á economia. Observar que, estaremos atentos ao aumento de casos.»
Não tenho qualquer dúvida do erro. Na minha opinião, é um erro grosseiro, que se está a generalizar.
Gostaria que o Ciberdúvidas deixasse registado o quão grave é este erro, para bom uso da língua portuguesa.
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