O substantivo filme
Quando e por que o produto de matriz cinematográfica recebeu o nome de filme como se fosse um nome específico?
Aprendi que filme é termo genérico, podendo ser aplicado a um produto qualquer mídia do audiovisual, não só cinema: série de televisão, minissérie, novela televisiva, minissérie, especial televisivo, peça de teatro, espetáculo musical, espetáculo humorístico, jogo eletrônico (videogame), vídeo do YouTube etc.
Tanto que uma série televisiva, por exemplo, ela é filmada, com um filme de uma câmera filmadora, pelo que recebe logo uma filmagem. Ou será que me equivoquei a respeito do assunto todo?
Um seriado televisivo é um filme, mas ele é chamado, especificamente, de «seriado de televisão».
Entenderam a questão no fim das contas?
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
O termo teranóstica
Sendo a palavra em inglês theragnostics derivada de therapo-gnostics, por que é que usamos teranóstica e não teragnóstica?
Muito obrigada.
O apelido Vago
Tenho como apelido Bago da parte paterna com ascendentes em Vila Nova de Famalicão, principalmente nas freguesias de Santiago de Antas e Calendário.
Após várias pesquisas nada encontrei de muito certo.
Na minha genealogia encontrei esse apelido por volta de 1800. Nos meus antepassados está quase como Ferreira Vago que tinham como profissão alquilador.
Alguém já se deparou com esse apelido ou alcunha?
Bandidagem e banditismo
A palavra "banditagem" está correta? Foi-me dito que essa forma não existe e que a única grafia é bandidagem.
É de facto assim?
Obrigado.
Sobre a história de reunião e reunir
Qual a diferença entre as palavras união e reunião?
Esse re- em reunião seria originalmente indicação de que aquele coletivo estava se unindo novamente?
Se assim for, pode explicar o motivo por que se usa o termo reunião desde a primeira vez?
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
Consoantes sibilantes e palatais
Há algum tempo aprendi que, antigamente:
1. z não soava como s intervocálico, isto é, [z];
2. ç (ou ci/ce) não soava como ss/s inicial, isto é, [s];
3. ch não soava como soa habitualmente x, isto é, [ʃ].
Depois, lembrei-me de mais um par parecido de consoantes homófonos:
4. d palatal e j, que soam [ʒ].
Também queria perguntar o que se segue sobre este quarto par.
A propósito de cada um destes quatro casos de consoantes agora homófonas, queria perguntar:
1. Se estou certo em dizer que antigamente se pronunciavam diferentemente;
2. Quais se acha terem sido os sons delas quando ainda se pronunciavam diferentemente (podem usar o Alfabeto Fonético Internacional na resposta);
3. Quando se acha que deixaram de se diferenciar na pronunciação.
Estou interessado no sotaque de Lisboa, pois estou consciente de que terão persistido menos ou mais tempo noutras regiões de Portugal.
Enfim, agradecia também se pudessem indicar alguns livros onde poderia ler mais sobre estas e outras parecidas alterações fonológicas da língua portuguesa.
Antecipadamente grato pela ajuda prestada.
O topónimo Benlhevai (Trás-os-Montes)
Recentemente descobri que existe uma localidade denominada Benlhevai em Bragança, porém nunca vi outra palavra com a sequência -nlh-.
Este topónimo está de acordo com as regras vigentes do português? E existem outras palavras com esta sequência de letras?
Obrigado.
O nome riso na Idade Média
Procuro uma forma antiga portuguesa (medieval ou renascentista) para traduzir o francês arcaico ris (riso).
Há registros além de riso? Alguma variante ou termo em desuso com esse sentido?
Obrigada.
Tempos verbais na primeira estrofe de Os Lusíadas
Ao longo dos séculos, a ortografia nas diversas edições de Os Lusíadas evoluiu.
Por exemplo, “Occidental praya” passou a ser «Ocidental praia»,” “Daquelles reis” passou a «Daqueles reis», "A fee, o imperio” passou a ser «A fé, o império», “forão dilatando” passou a ser «foram dilatando». Todos estes casos são evidentes e sem controvérsia.
Uma outra alteração surge no final da primeira estrofe: «entre gente remota edificarão….que tanto sublimarão» passou a ser «entre gente remota edificaram …que tanto sublimaram».
Esta alteração parece ser também banal. Mas é mesmo incontroversa?
Será que o poeta não queria terminar a primeira estrofe no futuro?
Se a estrofe terminasse no futuro e não no pretérito, o texto teria sentido: ele vai cantar os primeiros grandes navegadores portugueses (Vasco da Gama e companheiros) que passaram além da Taprobana e que posteriormente à narrativa – ou seja no futuro -- vieram a edificar e sublimar.
Note-se também que nessa primeira estrofe, na primeira edição surge «passaram ainda alem da Taprobana» e não «passarão ainda alem da Taprobana». Assim, duas perguntas concretas:
1/ Se no final do século XVI, o pretérito se escrevia como “edificarão / sublimarão ,” como se grafava o mesmo verbo no futuro (ou seja como se distinguiam as palavras que agora grafamos como edificaram e sublimaram?
2/ Que certeza temos que o poeta desejou terminar a primeira estrofe no pretérito e não no futuro?
Dissimilação: fizeste
Por que motivo em fezeste > fizeste e em almários > armários ocorre, respetivamente, uma dissimilação e uma assimilação?
Obrigado.
