Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: História da língua
Pedro Ribeiro Estudante Porto, Portugal 201

A palavra terno em português do Brasil remete para a noção de «fato».

Em português (de Portugal pelo menos) terno remete para um tipo de cartas, aquelas com o valor 3.

Em inglês, suit remete tanto para a noção de «fato», mas também para a própria palavra «naipe», estando, aparentemente relacionada tanto com o significado brasileiro como com o português.

Eu gostaria de entender melhor qual a viagem etimológica destes termos e se estão efetivamente relacionados ou se esta coincidência é mesmo só isso. Por acréscimo, perceber a etimologia de duques, quadras, quinas, até biscas seria interessante, bem como saber se também estes termos são usados no Brasil.

Muito obrigado.

Ricardo Sequeira Empregado de Escritório Lisboa, Portugal 287

Depois de ter pesquisado sobre a origem dos termos náuticos bombordo e estibordo, entendo que são, com grande certeza, de origem germânica, mais propriamente do neerlandês, e que viajaram até ao português através do francês, provavelmente no séc. XV/XVI. Mas se a expansão portuguesa teve início ainda no séc. XIV, o que pedia que me ajudassem a descobrir é quais seriam os termos equivalentes que os portugueses usavam nessa época precisamente para bombordo e estibordo.

João Manuel de Matos Ramos Magistrado Pampilhosa da Serra, Portugal 246

Qual das duas designações está correta, "alfamenses" ou "alfamistas", ou ambas ?

Obrigado.

Dan Pessoa Estudante São Paulo, Brasil 346

Meu comentário é acerca da palavra perafita.

Presumidamente, até 1990 se escrevia, em Portugal, “pera-fita”, e no Brasil “péra-fita” (para distinguir de pera, preposição, e pêra, fruta), segundo o Acordo Ortográfico de 1945 e o Formulário Ortográfico de 1943. Porém, hoje em dia, não tenho certeza de como se escreve: os dicionários que consultei – o Aulete, a Infopédia, o Priberam e o dicionário da Academia de Ciências de Lisboa registram unanimente perafita, sendo que o verbete não consta nos dicionários Michaelis e Houaiss. O Vocabulário Ortográfico do Português não difere.

Agora – e surge daí uma confusão – no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras aparece apenas a grafia hifenada pera-fita.

Então, às perguntas: essa palavra perdeu, ou não, o hífen desde 1943? Como? E seria por analogia com “pára”, “pêra”, etc. que o VOLP optou por eliminar o acento na grafia sem hífen? Infelizmente não tenho como acessar vocabulários ortográficos de outros períodos (além do atual e do de 1911) para descobrir mais.

Reconheço que essa pergunta é mais uma tese do que uma pergunta, então sou receptivo a quaisquer comentários, mesmo que não sejam bem respostas.

Obrigado.

Vadym Blankov Gerente de escritório Vinítsia, Ucrânia 320

Conhece a etimologia de dois topónimos do concelho de Paços de Ferreira: "Cacães", da freguesia de Eiriz, e "Cô" da freguesia de Penamaior?

É especialmente problemático encontrar qualquer coisa sobre o segundo topónimo. 

Ficarei muito feliz por receber a sua ajuda.

Manoel Aragão Estudante Portugal 435

Gostaria de saber porque é que o nome latino "Caius" tem duas traduções em português: na variante europeia, Gaio; e, na brasileira, Caio.

Qual a razão para em Portugal se usar um g?

Desde já agradeço a vossa resposta.

Amanda Marques Tradutora São Paulo, Brasil 397

Gostaria de saber, por favor, se há interjeições em português arcaico com o sentido de assentimento, aprovação?

Agradeço pela atenção.

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, escritor, pintor, letrista e poeta Vitória (Espírito Santo), Brasil 362

Por que o Acordo Ortográfico de 1990 unificou a grafia de "Cingapura"/"Singapura", e não fez o mesmo com "berinjela"/"beringela"?

Muitíssimo obrigado e um grande abraço!

João Paulo Rangel Silva Estudante Marco de Canaveses, Portugal 506

Qual a origem da palavra princípio?

Namibiano Ferreira Saúde e apoio social King's Lynn , Inglaterra 417

Apresento aqui uma resposta à pergunta sobre curibeca.

Em Angola, e ainda no período colonial, esta palavra designava a maçonaria. Já naquela altura se grafava kuribeka, e realço a letra k. Claro que oficialmente não existia a letra k, mas como a palavra tem origem banta não era estranho.

O mesmo se passava com jinguba («amendoim»), com origem no idioma kimbundu e que, pelas regras portuguesas se escreve ginguba.Qual a língua nacional angolana que deu origem ao nome eu não tenho a certeza. Tanto pode ser o umbundu como o kimbundu.

Eu sou do sudoeste de Angola onde o umbundu tem alguma influência. Sendo assim é possível a sua origem no umbundu?

Agora, e com toda a certeza, estamos perante uma palavra de origem banta e não de origem incerta, duvidosa ou obscura. Os etimologistas devem confessar a sua ignorância quando não sabem. Este tipo de atitude soa, um tanto a racismo etimológico.

Obrigado!