Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: locução
Grace Montenegro Enfermeira Porto, Portugal 86

Aproveito para desejar um excelente 2025 a todos os que integram esta fabulosa equipa do Ciberdúvidas.

A questão que me traz hoje aqui é alusiva às frases construídas com o quantificador universal cada.

Pelas minhas pesquisas, descobri que designa qualquer elemento de um grupo de forma individual. Também pude observar que, da mesma maneira, se anteceder um nome, também retrata individualmente qualquer elemento de um grupo. No entanto, se houver elementos coletivos numa frase para incluir, o meu raciocínio não está tão claro. Vejamos os seguintes exemplos:

(I) «Os fogos de artifício revelaram-se um espetáculo digno de cartão-postal. Cada um mais colorido que o outro, ofuscava momentaneamente as estrelas e contrastava com as luzes dos colossais edifícios da cidade.»

A minha dúvida surge nas conjugações verbais da segunda oração. Ainda que me pareçam corretas, deveria mantê-las na terceira pessoa do singular? Às vezes, quanto mais leio uma frase mais ambígua me soa. Podiam esclarecer-me esta dúvida, por favor?

Obrigada!

Isabel Ferreira Professora Coimbra , Portugal 192

Deve dizer-se «consolidação de conhecimentos» ou «solidificação de conhecimentos»?

Diogo Maria Pessoa Jorge Morais Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 313

Devemos escrever «tocar de leve» ou «tocar ao de leve»?

Alguns dicionários dão a entender que são expressões sinónimas. Curiosamente, julgo que ninguém diz «tocar de leve», mas por outro lado não percebo o sentido deste «ao».

Muito obrigado.

Geobson Freitas Silveira Agente público Bela Cruz, Brasil 233

Há como me informar se há registros em algum dicionário, gramática ou mesmo Corpus do português, das locuções «não excluso que» e «incluso que» enquanto conjunções explicativas?

Vi essa informação em um livro não tão antigo (A palavra que, 1961) de Arlindo de Sousa, sem, aliás, abonar nenhum exemplo.

Obrigado

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, escritor, pintor, letrista e poeta Vitória (Espírito Santo), Brasil 225

Quando e por que surgiu a expressão «segurar nas costas»? E o que ela significa atualmente?

Por exemplo: «Aquele(a) ator (atriz) segurou o filme inteiro nas costas».

Muitíssimo obrigado e um grande abraço!

Geobson Freitas Silveira Funcionário público federal Bela Cruz, Brasil 199

É lícito, do ponto de vista da gramática normativa, construções utilizando o vocábulo passante como nos casos abaixo?

«Passante o mês de dezembro, irei te visitar.»

«Passante aquela montanha, encontra-se minha casa.»

Carla Cavaco Professora Costa de Caparica, Portugal 286

Na frase «Ao ouvirmos as histórias sobre Pessoa, é como se o conhecêssemos verdadeiramente:», o segmento «como se o conhecêssemos» é uma oração subordinada adverbial comparativa?

Quando a escrevi para colocar num exercício, assumi que era de facto uma adverbial comparativa. Porém, tendo em conta que as orações adverbiais têm função de modificador e o segmento parece desempenhar a função de predicativo do sujeito (ou não?), fiquei com dúvidas e considerei tratar-se de uma oração substantiva relativa. Será que podem ajudar-me a esclarecer?

Agradeço a ajuda.

Guilherme Oliveira Professor Igarapava, Brasil 244

Nos versos a seguir:

«Dois amigos numa aldeia
Viviam; – um a cantar;
O segundo, volta e meia,
Descontente, a suspirar.»

poderia comentar sobre o uso do infinitivo com a preposição a? Seriam classificadas como orações subordinadas? De que tipo? Teriam o mesmo valor do gerúndio cantando e suspirando?

Grace Montenegro Enfermeira Porto, Portugal 248

No sentido de abrir caminho, ouvi algumas vezes a expressão «abrir alas». No entanto, não sei se será muito correto. Se o for, rege-se por alguma preposição?

Ou seja, na frase: «A temperatura estival parecia abrir alas para a multidão de pessoas que se aglomerou no Palácio de Cristal.»

Desconheço se faz ou não sentido, contudo, poderia substituir-se por: «A temperatura estival parecia abrir alas à multidão de pessoas que se aglomerou no Palácio de Cristal.»

Uma vez mais, quero reiterar os meus genuínos parabéns a toda a equipa que nos ajuda a aperfeiçoar este tão belo idioma de Camões.

João Lucas Técnico Brasil 268

Lendo Os Maias, deparei-me com este uso da crase:

«Isolou-se então – sem fechar todavia a sua bolsa, donde saíam às cinquenta, às cem moedas...»

O contexto: o rapaz se isolou, mas continuou a fazer caridades.

O uso dessa crase em «às cinquenta» e «às cem» seria análogo àquele da expressão «às pressas», «às escondidas» ou «aos montes» (masc.), como um advérbio?

«Saíam moedas aos montes.»