Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Maria Freire Professor Portugal 117

A forma verbal "envelopar" existe em português de Portugal?

Grata pela resposta.

Ana Tomás Técnica superior São Domingos de Rana, Portugal 87

A expressão «dar que falar» está correcta?

 

[N. E.: A consulente escreve de acordo com a ortografia de 1945.]

Geobson Freitas Silveira Funcionário público Bela Cruz, Brasil 100

Por gentileza, poderia me informar se, quando a ordem está invertida, entre verbos e seus complementos, é preciso virgular?

Ex.: «De maçã, eu não gosto.»

Lídia Cristina Ribeiro Linguista Madrid, Espanha 83

Tenho visto algumas frases em que a construção ao + infinitivo me parece inadequada, possivelmente por resultar de traduções literais do inglês by + ing form, e gostaria de saber se a sua aplicação está correta ou não nos exemplos de 1 a 3.

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Intuitivamente, costumo usar a construção ao + infinitivo em orações temporais ou temporais-causais e valido a sua utilização substituindo-a por quando ou marcas temporais similares, como nestes exemplos.

4) Ao sair de casa, reparei que me tinha esquecido da chave. (Quando saí de casa, reparei que me tinha esquecido da chave)

5) A rapariga corou ao ver o rapaz. (A rapariga corou porque/quando viu o rapaz)

6) Ouviu as notícias ao preparar o jantar. (Ouvi as notícias enquanto preparava o jantar)

Eu percebo que nos exemplos de 1 a 3 se possam substituir as expressões ao + infinitivo por quando e, ainda assim, obter frases gramaticais. Contudo, parece-me que há uma notória alteração no significado destas frases. Para ser mais exata, estas frases são exemplos inspirados em traduções do inglês em que a forma ao + infinitivo serve de tradução de by + formas terminadas em -ing, que optei por não partilhar na plataforma por razões de confidencialidade. No entanto, em inglês seria mais ou menos assim:

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Partindo dos exemplos em inglês, não me parece que haja uma intenção temporal/causal nas construções introduzidas por by + formas terminadas em -ing. Na verdade, estas construções parecem-me muito próximas daquilo a que anteriormente designávamos como complemento circunstancial de modo:

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Convocando outros exemplos, não me parece que na nossa língua se utilize o ao + infinitivo para descrever a forma como certas ações são concluídas e daí a minha estranheza perante estas estruturas.

Parece-me mais natural dizer:

7) «Visitámos vários países viajando de bicicleta» do que *Visitámos vários países ao viajar de bicicleta

8) «Ela informa-se das notícias lendo o jornal» do que *Ela informa-se das notícias ao ler o jornal

9) «Desloco-me ao escritório conduzindo» do que *Desloco-me ao meu escritório ao conduzir.

Ou seja, se a minha intenção é a de explicar de que forma concluo determinada ação, é natural a aplicação desta estrutura?

Obrigada pela ajuda.

Celso Alves Pais Formador e Docente do Ensino Superior Privado Sra da Hora, Portugal 74

Venho perguntar qual das frases é correta, ou mais correta: "passamos a vida a rebolar-nos na erva" ou "passamos a vida a rebolarmo-nos na erva"?

Helena Silva Médica Linda-a-Velha, Portugal 108

Estou a terminar um doutoramento numa instituição e gostaria de saber se devo dizer que sou "doutoranda nessa instituição" ou "doutoranda dessa instituição".

Muito obrigada.

Paulo Aimoré Oliveira Barros Aposentado Garanhuns, Brasil 77

Aqui no Brasil muitas pessoas costumam construir orações concessivas com a expressão «mesmo sem» a anteceder um verbo no infinitivo.

Exemplo: «Mesmo sem vê-lo, posso senti-lo.»

Entendo que se trata de uma locução de cuja legitimidade eu duvido bastante. Gostaria de saber a vossa opinião.

Agradeço-vos a atenção!

Misael Abreu Professor Simão Dias (SE) , Brasil 710

Gostaria de saber qual é a classe gramatical e a função sintática da palavra horrores na seguinte frase:

«Caminhamos horrores.»

Apenas para esclarecer o sentido, vejo a frase sendo usada para indicar que se caminhou muito, bastante, em demasia. 

Agradeço todos os esclarecimentos que puderem me oferecer.

 

Maria Bolton Professora Londres, Reino Unido 640

Agradecia que me elucidassem sobre as duas frases. Devemos usar o indicativo ou o conjuntivo, ou ambos, tendo neste caso significado diferente?

«É difícil declarar que ainda é necessário.»

«É difícil declarar que ainda seja necessário.»

Sinceros agradecimentos,

Rafael Bertozzo Duarte Revisor Legislativo Curitiba, Brasil 581

Quero parabenizar o site.

Recorro a vocês para encontrar uma resposta que não encontrei em nenhum outro lugar na rede. É sobre alguns fenômenos linguísticos que tenho observado e para os quais não encontrei definição ou nome. São casos em que a regra sintática é quebrada com um propósito. Não são meramente erros.

Na frase «Ele correu pegar a bola», o verbo correr assume uma transitividade que não lhe é própria. Um fenômeno parecido ocorre com «Vá ao quarto correndinho buscar meu telefone», em que o verbo no gerúndio recebe um diminutivo. Claro que as duas frases quebram normas gramaticais, mas não são meros erros, elas têm um propósito, atribuem uma expressividade à construção.

Gostaria de saber se há figuras de linguagem em que esses dois fenômenos possam ser enquadrados. Inclusive, gostaria de saber se há mais exemplos desse mesmo fenômeno.

Obrigado.