A oração «descobrir o verdadeiro assassino» é uma subordinada substantiva subjetiva.
A questão colocada não está relacionada diretamente com a natureza da oração, que se comporta como um substantivo, mas com a natureza da frase copulativa.
A frase apresentada tem uma estrutura equativa, o que significa que tanto pode ser apresentada na ordem canónica (sujeito + verbo + predicativo do sujeito) como na ordem inversa (predicativo do sujeito + verbo + sujeito).
Assim sendo, para identificar a função sintática desempenhada pelos constituintes da frase, importa, antes de mais, determinar em que ordem esta se encontra. Um dos testes que poderá ser utilizado para esta identificação passa pelo recurso à construção SER… QUE, que permite colocar o enfoque no elemento à esquerda do verbo na ordem canónica, o que conduz à identificação do sujeito (mais informações aqui). Assim:
(1) «Era descobrir o verdadeiro assassino que era uma tarefa para Sherlock?»
(2) «*Era uma tarefa para Sherlock que era descobrir o verdadeiro assassino?»
O facto de a frase (2) não permitir a clivagem mostra que o grupo nominal «uma tarefa para Sherlock» não é o elemento que se encontra à esquerda do verbo, logo a frase apresentada encontra-se na ordem canónica.
Outro teste que poderá ser utilizado para identificar a ordem da frase é o redobro do sujeito, o qual permite retomar o sujeito da frase copulativa:
(3) «Descobrir o verdadeiro assassino, isto era uma tarefa para Sherlock.»
(4) «*Uma tarefa para Sherlock, isto era descobrir o verdadeiro assassino.»
A inaceitabilidade da frase (4) aponta, mais uma vez, para o facto de a frase apresentada se encontrar na ordem canónica, estando o sujeito colocado à esquerda do verbo.
Assim, o cotejo entre as frases (1) e (2), por um lado, e (3) e (4), por outro, permite concluir que a frase é apresentada na ordem canónica, sendo o seu sujeito o constituinte «Descobrir o verdadeiro assassino», que é uma oração subordinada substantiva subjetiva. O constituinte «uma tarefa para Sherlock» tem, desta forma, a função de predicativo do sujeito.
Disponha sempre!
* Assinala uma frase inaceitável.