Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Relações de sentido/Relações sentido - forma
Jorge Santos Técnico superior Lisboa, Portugal 249

Tenho ouvido a expressão «ir a penantes», no sentido de «ir a pé».

Surpreendi este sentido na Infopédia

Estará correto? Ou será uma corruptela de «regressar a penates», no sentido de regressar a casa, que acabou por ser dicionarizada?

Obrigado.

Mário Fernando Marques de Oliveira Economista (ex-administrador de empresas), reformado Coimbra, Portugal 110

dicionário da Porto Editora tem como significado para o nome masculino saca-nabo o seguinte: «náutica gancho ou haste de ferro que serve para pôr em movimento o nabo ou êmbolo da bomba dos porões.»

Porém, ao consultarmos o termo nabo no mesmo dicionário, não encontramos qualquer referência que explique aquela acepção.

Agradecemos a Vossa apreciação.

Ricardo Ferreira Engenheiro Porto, Portugal 92

Tanto quanto pude averiguar, os dicionários de verbos da língua portuguesa, como, por exemplo, o da Infopédia (Porto Editora), registam impactado como a única forma possível do particípio passado do verbo impactar.

É, pois, com alguma perplexidade, que me deparo recorrentemente com formulações como «o dardo tinha impacto o alvo».

Neste exemplo, parece-me que o adjectivo impacto está a ser utilizado em vez do particípio passado impactado, cujo emprego seria mais correcto.

Estará a escapar-me alguma coisa?

Muito obrigado!

André Luiz de Souza Professor Nepomuceno, Brasil 265

Outro dia, numa conversa casual, certa pessoa disse a seguinte frase:

«A Atena (nome de um cão) anda cheia de quereres!»

Outra pessoa comentou que a frase estaria errada, e que o certo seria «cheia de querer», no singular.

De fato, a expressão conhecida, até onde me lembro, aparece no singular.

Achei exagerada essa acusação de erro, primeiro, porque a língua é viva e pode naturalmente se inflexionar; e, segundo, de nenhuma maneira me parece que o sentido da frase foi perdido no plural; e, finamente, é possível justificá-lo, acredito, argumentando que a pessoa que usou a expressão tratou a palavra querer como um substantivo.

Consigo imaginar perfeitamente uma situação em que quereres sejam contáveis: 1 querer, 2 quereres, 3...

Bom, estou longe ser um entendido da língua e gostaria de saber como se pode elucidar essa questão.

«Cheia de quereres» a mim é totalmente inteligível, mas o que podem me dizer os estudiosos? Como a gramática funciona neste caso?

Desde já agradecido abraço

Ana Rodrigues Tradutora Costa da Caparica, Portugal 237

Não logrei encontrar a expressão “barba-cara” (com ou sem hífen) em nenhum dicionário.

Contudo, a expressão aparece, no sentido de «com desfaçatez», em diversas passagens de livros e artigos. Porém, todos os textos que pude encontrar, incluindo esta expressão, são cabo-verdianos, pelo que gostaria de perguntar se tem, efetivamente, origem cabo-verdiana ou se a posso utilizar numa tradução para português europeu, nestes moldes:

«Estás a dizer isso na minha barba cara?», i.e., «tens o descaramento de me dizeres isso»?

Giovana Paula Angelice Bióloga Rio de Janeiro, Brasil 258

Estou estudando semântica e me deparei com uma questão mais ou menos assim: «As palavras sexta, cesta e sesta são parônimos, homófonos, homógrafos ou homônimos perfeitos?»

O que me surpreendeu foi o fato de considerarem essas três palavras homófonas, visto que, embora sexta e cesta realmente possuam a mesma pronúncia, sesta não é pronunciada da mesma forma. Enquanto sexta e cesta têm a pronúncia de sêxxta, sesta é pronunciada como sésssta.

Na minha opinião, essas palavras seriam parônimas. Gostaria de entender por que elas não são classificadas dessa forma.

Obrigada.

Antônio Marcos TI Conselheiro Lafaiete, Brasil 150

Na sequência de frases «O racismo é um problema social que afeta a saúde mental e física das pessoas. Ele pode ser considerado uma doença social porque causa exclusão, desigualdade, violência e sofrimento», a expressão «doença social» é sempre interpretada como uma metáfora?

Gostaria de entender se, do ponto de vista linguístico, há alguma possibilidade de essa frase ser interpretada literalmente ou se a metáfora é inevitável, mesmo considerando o contexto explicativo sobre os impactos do racismo.

Agradeço a ajuda!

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, escritor, pintor, letrista e poeta Vitória (Espírito Santo), Brasil 213

Quando e por que as palavras crente e evangélico(a) passaram a ser sinônimos exclusivos de protestante?

Vamos ver que:

1) Crente = quem crê em Deus e/ou em qualquer outro elemento

2) Evangélico(a) = quem lê e/ou segue o Evangelho

Pois em meu entendimento (que é algo bastante limitado...), católico(a) e espírita também são crentes e evangélicos(as)... ou será que não?

Muitíssimo obrigado e um grande abraço!

Grace Montenegro Enfermeira Porto, Portugal 247

Sempre tive esta curiosidade, mas nunca a consegui desvendar. Como se chamam os laços que complementam alguns fatos de gala masculinos?

Tal como o casaco, não encontrei um nome apropriado em Portugal, embora no Brasil se designem por: paletó e gravata-borboleta respetivamente.

Se reparamos, muitos países possuem uma designação própria no que se refere ao laço. Seja o nœud papillon francês, a pajarita espanhola, ou o bow tie no meu idioma, como se pode ver, esse termo existe.

Assim sendo, gostaria de saber se existe ou não em Portugal. Se não existir, até que ponto se pode usar uma designação brasileira num texto meramente lusitano? Entre aspas?

Obrigada!

Diogo Pedro Estudante Lisboa, Portugal 683

 Sei mais ou menos quando se usa acerto e quando se usa asserto, mas há um caso específico em que estou na dúvida.