Eu gostaria de tocar mais uma vez num assunto que já foi tratado cá no Ciberdúvidas, porém as respostas ainda não me satisfizeram. No dia 8 de outubro de 2024, quanto à minha pergunta em torno da frase “Bons olhos o vejam” e quanto à sua colocação pronominal enclítica, vós me respondestes o seguinte:
«Quanto à colocação do clítico, a próclise (colocação antes do verbo) ocorre porque a frase é optativa/exclamativa. Quando a frase inclui uma palavra exclamativa ou a própria frase tem uma natureza exclamativa, esses fatores geram próclise.»
De tal resposta se conclui que não seria possível construções como essas: «Vejam-no bons olhos» e «Bons olhos vejam-no».
Entretanto, recentemente, ao tratar do uso do infinitivo pessoal no seu Dicionário de Questões Vernáculas, Napoleão Mendes de Almeida traz a seguinte frase: «Perdoe-te o céu o haveres-me enganado», isso que me fez questionar se há realmente possibilidade de usar a ênclise em orações subjuntivas independentes sem a conjunção que, quando o verbo é o vocábulo que inicia a oração, como a frase : «Perdoe-te o céu o haveres-me enganado.»
O que vós dizeis sobre isso?
Desde já, muito obrigado.
Nas orações a seguir, os termos aporte e instrumento ficam mesmo no singular? Qual a explicação?
1. As ideias da análise descritiva serão assumidas como aporte para a verificação aqui realizada.
2. Os passos descritos por Freitas (2015) serão instrumento para nossa análise.
Obrigada.
Na frase «...e assim ardeu até ao fim.», o verbo «ardeu» é transitivo indireto (considerando que «até ao fim» é complemento oblíquo) ou é verbo intransitivo?
Obrigada.
Os autores mais antigos falavam sempre em «génio da língua», em ser determinada construção «contra o génio da língua», por exemplo.
Esta visão subsiste ainda hoje?
Muito obrigado.
Existe em português, do ponto de vista gramatical, a designação «verbo composto»?
Na língua inglesa, chama-se compound verb ou complex predicate ao verbo que consiste em pelo menos duas palavras ou por uma palavra composta (combinação de dois nomes). Este tipo de verbos divide-se geralmente em quatro grupos:
(1) «prepositional verbs» [verbos preposicionados (?)] – verbo + preposição (os dois elementos não são geralmente passíveis de separação);
(2) «phrasal verbs» [verbos sintagmáticos (?)] – verbo + partícula (preposição ou advérbio, ou ambos, sendo os dois elementos passíveis de separação);
(3) «verbs with auxiliaries» [verbos com auxiliares (ser ou estar)] – ser/estar + verbo;
(4) «compound single-word verbs» [verbos constituídos por uma palavra composta (podendo esta estar separada por um hífen) – Ex. «daydream» (fantasiar) ou «sight-read» (ler de improviso).
Grato pela atenção.
Gostaria de saber se se poderá usar o termo "pessoalista"? Tendo procurado em dois ou três dicionários, só encontrei a palavra pessoalismo, mas encontrei em sites e dicionários brasileiros o primeiro termo. Será a palavra só usada/aceite no Brasil?
Agradeço me informem se os termos «usuário» e «esteriotipagem» podem ser utilizados também em língua portuguesa.
Obrigada.
Como é que posso chamar ao profissional que grava/regista sons/músicas? Em Inglês, chamam «Recordist»
Qual a tradução mais correta da expressão inglesa real time? «Tempo real» é apropriada ou é uma tradução demasiado literal? A nossa língua não terá expressões que soem melhor? «Tempo real» parece um pouco estranho pois, se estivermos em «tempo real», o contrário é estarmos em «tempo fictício»? Expressões como «ao vivo», «em direto» ou «instantaneamente» não seriam mais adequadas? Alguns exemplos: «As estatísticas são calculadas em tempo real», «Este vídeo está a ser transmitido em tempo real» e «Este sistema interage com aquele em tempo real». Nestes casos, qual seria a melhor alternativa ao «tempo real»?
Agradeço antecipadamente a vossa resposta.
É correto dizer «Não faltou ninguém»? Não estamos a dizer o oposto?
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