Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Classes de palavras
Paulo Mendes Coelho Professor Tupã, Brasil 349

Li por aqui uma resposta de 24/10/2017 ("Derivação não afixal não pode levar afixos") enquanto buscava sanar uma dúvida muito frequente quando trato de processos de formação de palavras em sala.

Como identificar se a formação é deverbal/regressiva, formando substantivos, ou sufixal para formação de verbos?

No caso, a dúvida surgiu com a palavra processo: trata-se de formação deverbal de processar ou o verbo forma-se, por derivação sufixal, do substantivo processo?

Para além desse caso, é possível estabelecer algum parâmetro? Como a referida resposta cita, a única saída seria o conhecimento de história da língua, da origem de cada vocábulo?

Muito obrigado!

Maria Figueiredo Estudante Porto, Portugal 189

Na frase «Mais de um ano após o anúncio da sua trasladação para o Panteão Nacional, Eça de Queirós junta-se finalmente, esta quarta-feira, ao conjunto de notáveis portugueses que “descansam” na Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa», o constituinte «ao conjunto de notáveis» desempenha a função sintática de complemento indireto ou oblíquo?

Parece-me que se pode substituir por lhes, ficando «junta-se-lhes», no entanto, se pensar na frase «Juntei-me à minha irmã», o segmento «à minha irmã» parece ser complemento oblíquo.

Podem esclarecer-me, por favor?

Obrigada pela atenção.

Miguel Barros Engenheiro Viseu, Portugal 351

Já vi o tema «meio-dia e meio» debatido noutros sítios, inclusive pelo Sr. José Neves Henriques e pela Sra. Carla Marques, mas não fiquei convencido com os argumentos usados.

Vou tentar expor a minha visão da melhor maneira.

Meio-dia designa uma hora específica: 12h00. A «hora 12» é feminino, o «meio-dia» é masculino; são sinónimos. Não é o único exemplo na língua portuguesa de uma palavra masculina composta por justaposição que designa algo feminino.

Eis outros exemplos: um amor-perfeito é uma planta/flor, um bate-boca é uma discussão, um ano-luz é uma distância, um pé-de-cabra é uma ferramenta. Pegando neste último, se se tiver uma quantidade de x,5 unidades (x objetos inteiros + metade de outro) o correto é dizer-se «um pé-de-cabra e meio» e não «um pé-de-cabra e meia [ferramenta]».

Existe concordância em género e a mesma verifica-se para termos femininos; «quatro sextas-feiras e meia» é correto, «quatro sextas-feiras e meio [dia]» é incorreto.

Ora, tendo em conta os exemplo anteriores, por que motivo dizer que «meio-dia e meio», quando se está a referir claramente a uma hora concreta + metade dessa própria hora (a hora 12 + 30 minutos, 12h30), é considerado gramaticalmente incorreto?

Não se criou uma exceção ao não se aceitar que meio está relacionado com o substantivo masculino «meio-dia», e se está a interpretar erradamente que alguém está a querer dizer “meio-dia e meio hora”? Não será este caso único onde o género implícito do objeto/conceito (neste caso, a hora) se sobrepõe ao género da palavra que o designa («o meio-dia»)?

Obrigado

Nuno Matos Funcionário Castelo Branco, Portugal 304

Um conhecido meu recebeu um email com a seguinte frase «O que faço com esta criatura?».

Não terá nesta frase a palavra criatura um caráter pejorativo?

Obrigado.

Ana Laura Estudante Brasil 317

Há uma questão do IME-RJ 2018 que coloca a seguinte frase:

«Só o bobo é capaz de excesso de amor.»

A alternativa correta da questão indica que é um advérbio que se refere ao termo bobo.

No entanto, no contexto da frase, se bobo é um substantivo, como o termo pode ser um advérbio, sendo que os advérbios são modificadores de verbos, de advérbios ou de adjetivos?

Obrigada.

Helena Costa Professora Aveiro , Portugal 303

Na frase «Cesário Verde foi dizer para a cidade de Lisboa...», o segmento «de Lisboa» desempenha a função sintática de complemento do nome ou modificador do nome restritivo?

Obrigada

Sara Margarida Bento Alexandre Gestora Amadora, Portugal 298

É correto dizer-se «estavam três carros ardidos»?

Soa-me bastante melhor «estavam três carros queimados», mas não sei qual o fundamento na gramática para esta questão.

Também não me faz sentido se considerar a opção de o carro ter sido ardido porque, na verdade, eu posso queimar algo, mas não posso arder algo.

Obrigada.

Marlene de Sousa Alves Professora FAFE, Portugal 323

Na frase «O mundo da arte está cheio de modelos femininos», qual a função sintática de "da arte"?

Muito obrigada.

José Carlos Gomes Assessor de comunicação Portugal 583

Gostaria de saber qual a forma correta de escrever a seguinte frase: «alguma coisa boa há de acontecer-me» ou «alguma coisa boa há de me acontecer»?

Obrigado

Luísa Rapoula Professora Lisboa, Portugal 460

Na frase «Submetendo-os a uma regra», qual a função sintática de «a uma regra»?

Complemento oblíquo ou complemento indireto? O verbo seleciona complemento indireto quando se encontra na forma reflexa, como em «Ele submeteu-se-lhe», mas não me parece que, neste contexto, a expressão iniciada por preposição seja complemento indireto, já que não seria aceitável a formulação «Submetendo-lhos».

Agradeço antecipadamente a vossa resposta.