Em «E levantaram-se todos, e deitaram-se todos ao mar, e chegaram todos à porta da gruta onde morava o Polifemo», considerariam a existência de uma anáfora?
Obrigada!!
Na frase «[…] uns feixes de mato a ziguezaguearem e a andarem e a pararem […]», podemos considerar a existência de uma enumeração para além da personificação nela existente?
Estou no ensino médio e desenvolvi interesse por língua portuguesa, porém, uma dúvida surgiu em minha mente: é gramaticalmente correto repetir preposições, artigos e pronomes na mesma frase?
Por exemplo:
"Ele comprou um presente para levar para a festa surpresa." (Repetição da preposição "para")
"O aluno entregou o projeto, e o professor se surpreendeu." (Repetição do artigo "o")
"Eu gosto de ler, e quando leio, eu aprendo algo novo." (Repetição do pronome "eu")
Consegui pensar somente nesses exemplos. Isso é considerado aceitável na gramática portuguesa ou um erro que deve ser evitado?
Agradeço antecipadamente pela colaboração e esclarecimento sobre a questão.
Na frase «Os adolescentes leem sentimentos, gestos e silêncios», posso considerar a presença de sinestesia?
Agradeço a vossa ajuda.
No texto de 1 Coríntios 13, verso 1, está escrito:
«Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.»
Analisando exclusivamente o texto bíblico acima, ele informa que existem duas formas de a pessoa falar várias línguas: o indivíduo pode aprender idiomas estudando ou pode ser poliglota por inspiração do Espírito Santo, daí as expressões "dos homens/dos anjos". A conduta é a mesma: falar idiomas, mas a fonte de aprendizado é diversa; no primeiro caso o conhecimento é adquirido pelo estudo, no outro ela fala línguas influenciada espiritualmente pelo Espírito de Deus.
Então pergunto: qual a figura de linguagem que foi utilizada pelo autor?
Obs: desculpem a forma que vou falar a seguir, mas é importante destacar que meu interesse é puramente gramatical, sem viés religioso nenhum. O problema é que quando a gente pergunta a religiosos ou eles não sabem, ou respondem ideologicamente.
Mais uma vez desculpem minha forma de expor o tema.
Obrigado!
Entre colegas, surgiu uma discussão sobre um recurso expressivo na estância 19 d'Os Lusíadas: anástrofe ou hipérbato?
Já no largo Oceano navegavam,
As inquietas ondas apartando;
Os ventos brandamente respiravam,
Das naus as velas côncavas inchando;
Da branca escuma os mares se mostravam
Cobertos [...]
Nesta estância, podemos afirmar que estamos perante anástrofes em «Das naus as velas côncavas inchando» e «Da branca escuma os mares se mostravam/ Cobertos»?
Considero que o hipérbato consiste numa alteração "violenta" na ordem natural da frase, como "os casos que o Adamastor contou futuros".
Desde já, agradeço o vosso esclarecimento.
No segmento «um monstro tão dissimulado, tão fingido, tão astuto, tão enganoso, e tão conhecidamente traidor?» (Padre António Vieira, Sermão de Santo António), podemos constatar a presença de uma gradação. Mas, não podemos constatar também a presença de uma anáfora? Ou a anáfora é apenas a repetição de palavras no início de, pelo menos, duas frases ou dois versos?
Na obra Auto da Lusitânia, de Gil Vicente, a abordagem do tópico acima apresentado é lógica na relação de Sol e Lisibea?
Coloco esta questão, visto que na obra não surgem grandes indicações quanto a este relacionamento.
Aliás, com a leitura da segunda parte da farsa em análise, apenas se sabe que do amor de Sol e Lisibea resulta o nascimento da belíssima jovem Lusitânia...
Agradecia um esclarecimento quanto a esta questão!
A frase «desenhava dragões nas aulas, brincava aos dragões no recreio, lia até adormecer as antigas histórias de dragões» é ou não (e porquê) uma enumeração?
Grata pela vossa atenção.
Qual é o valor expressivo do recurso presente na expressão «nítido ainda, mas esfumado»[1]?
[1 A expressão ocorre no conto "George", de Maria Judite de Carvalho (in Seta Despedida, Lisboa, Europa-América, 1995, pp-31-44).]
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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