Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Funções sintáticas
Maria Silva Estudante Portugal 135

Devo felicitar-vos pelo excelente trabalho que têm vindo a fazer!

Tenho uma dúvida no que diz respeito ao complemento do nome referente ao nome retrato nos contextos seguintes:

1. O retrato da tua filha está perfeito.

2. O retrato que o artista elaborou está exposto na galeria.

Na frase 1, foi indicado que «da tua filha» seria um complemento do nome. Percebi a análise, visto que o nome retrato pode ser entendido como denotando uma representação visual ou gráfica e, ao retirar «da tua filha», o sentido referencial de retrato seria impreciso.

Contudo, na frase 2, a expressão «que o artista elaborou» foi considerada como modificador do nome restritivo. Sei que é uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva e sei que estas costumam ter a função sintática de modificador do nome restritivo. Todavia, o sentido referencial de retrato não ficaria impreciso se esta fosse retirada, dado que é um modificador? Se a frase fosse «O retrato da tua filha que o artista elaborou está exposto na galeria», entenderia muito melhor a análise... Que justificação pode ser dada para se considerar ambas as análises sintáticas corretas?

Posso inferir que, não importando o contexto, se aparecer uma oração subordinada adjetiva relativa, esta terá sempre, sem exceção, a função sintática de modificador do nome, mesmo que eu saiba que o nome possa exigir um complemento do nome (como alguns nomes deverbais: «A oferta da casa foi feita ao casal» vs. «A oferta que o casal recebeu foi uma casa»?

Obrigada pela vossa atenção!

Luís Pereira Professor Coimbra, Portugal 289

Podiam ajudar-e a confirmar se o constituinte «da comarca de arredores» é complemento do nome pessoas?

A frase é: «E recolherom-se dentro à cidade pessoas da comarca de arredores.»

Parece-me que é porque faz parte do sujeito, mas tenho dúvidas.

Obrigado pelo descanso que nos dão enquanto professores. Felicitações pelo vosso maravilhoso trabalho.

Antónia Barradas Professora Lisboa, Portugal 214

Na frase «Nas últimas férias, fiz a minha primeira viagem de avião», devo considerar «de avião» complemento do nome ou complemento oblíquo, uma vez que o verbo "fazer", neste contexto, é transitivo direto?

Celso Pereira Professor Portugal 236

Na frase «Todos concordaram com o que você fez ontem», como classificar a oração «com o que você fez ontem»?

Julgo que será subordinada substantiva relativa, mas estou com dúvidas.

Ana Lomba Guedes Estudante Porto, Portugal 250

Na frase «Aqui, onde vivo há muitos anos, sou feliz», qual a função sintática da oração subordinada adjetiva relativa explicativa «onde vivo há muitos anos»?

A dúvida é a seguinte: estas orações desempenham a função sintática de modificador apositivo de nome. Porém, aqui é um advérbio.

Então, qual a função sintática?

Obrigada!

João Marques Tradutor Amadora, Portugal 245

Qual a construção mais correta?

– «Lembrarmo-nos daqueles a quem servimos.»

– «Lembrarmo-nos daqueles que servimos.»

Grato.

Gabriel Malheiros Teodoro Servidor Público Brasília, Brasil 199

Na frase «A sentença proferida pelo juiz relativa à ação de divórcio foi anulada», deveria haver vírgulas isolando o sintagma «relativa à ação de divórcio»?

Como se classifica «relativa à ação de divórcio» sintaticamente?

Sei que «à ação de divórcio» é um complemento nominal do adjetivo relativa, mas e o sintagma inteiro? Trata-se de um adjunto adnominal?

Pergunto isso porque me parece que há uma mudança de sentido causada pela presença das vírgulas, da seguinte maneira:

«A sentença proferida pelo juiz, relativa à ação de divórcio, foi anulada.» = «A sentença proferida pelo juiz, [que é] relativa à ação de divórcio, foi anulada.» = Fala-se de apenas uma sentença específica, e o sintagma «relativa à ação de divórcio» explica essa sentença.

«A sentença proferida pelo juiz relativa à ação de divórcio foi anulada.» = «A sentença proferida pelo juiz [que é] relativa à ação de divórcio foi anulada.» = Há diferentes sentenças, e a que foi anulada é a relativa à ação de divórcio. O sintagma tem sentido restritivo.

Não se se isso procede, mas, caso sim, como «relativa à ação de divórcio» poderia estar entre vírgulas se se trata de um adjunto?

Agradeço desde já.

Fabio Nogueira Redator publicitário São Paulo, Brasil 124

Mesmo sendo transitivo direto, deparamo-nos com ocorrências algo controversas onde a norma culta -- termo talvez ainda mais controverso -- parece estar de troça relativamente à transitividade do verbo controlar.

Nos exemplos abaixo, o que oficialmente poderia justificar (se justificáveis) as construções? [E, sim, há mais nos exemplos a ser abordado. Estejam livres para, por favor, instruir este consulente.]

A mim ninguém controla.

A mim, ninguém controla.

A mim ninguém me controla.

A mim, ninguém me controla.

Forte abraço à equipe Ciberdúvidas.

Fabio Nogueira Tradutor São Paulo, Brasil 238

Apesar de direta que é sua transitividade, ouvir ocorre amiúde em locuções como «ouvir a todos».

Gostava de saber se existe norma a legitimar tal uso.

Obrigado.

Andreia Lima Revisora Montes Claros, Brasil 262

No uso da vírgula para cargos e qualificações de pessoas, usa-se a vírgula quando o cargo for ocupado por apenas uma pessoa.

Ex.: «O presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, sancionou nova lei do programa Pé-de-Meia.»

Não se usa a vírgula quando o cargo for ocupado por mais de uma pessoa.

Ex.: «Na avaliação do professor da Universidade de Brasília José Roberto Fialho, os estudantes de licenciaturas já podem comemorar a abertura do programa Pé-de-Meia.»

No exemplo abaixo, podemos utilizar essa mesma regra?

«Agradeço ao meu esposo, Valdir, pela compreensão e paciência.»