A palavra "banditagem" está correta? Foi-me dito que essa forma não existe e que a única grafia é bandidagem.
É de facto assim?
Obrigado.
Gostava de ver uma pequena dúvida esclarecida em relação ao adjetivo "cabisbaixo".
Quando se diz que alguém ficou cabisbaixo perante uma repreensão, o mesmo deve concordar em género com o sujeito? Não sei se me faço entender, por isso, trago-lhes duas frases como exemplo, embora não tenha a certeza de estarem corretas...
(1) Alertado pela intervenção do seu pai, completamente imóvel, Pedro permaneceu cabisbaixo (ou cabisbaixa?).
(2) A Joana era uma criança que tendia a envergonhar-se. Sempre que um estranho lhe perguntava algo, permanecia cabisbaxa e coradíssima.
A minha dúvida surge pelo significado da palavra em si [«de cabeça baixa»], ou seja, referente à postura do sujeito – cabeça – e não ao seu género...
Neste sentido, quando se usa o feminino ou o masculino?
A mesma dúvida surge também com a palavra boquiaberta/o...
Podem elucidar-me com algum exemplo, por favor?
Desde já, agradeço imenso qualquer explicação que me possam dar!
Gostaria de saber se a palavra irresolubilidade existe. Aqui, enquanto «qualidade do que é irresolúvel».
Não encontro em dicionários, com exceção do dicionário online Priberam.
Na Internet, encontro entradas referentes a documentos de natureza académica.
Gostaria de ter a certeza que posso usar o termo.
Muito obrigado.
Essa questão surgiu após um impasse que tive com um colega, também revisor de texto, a respeito do uso do verbo estar com pronomes acusativos como o, lo, no. Gostaria, portanto, de esclarecer alguns pontos e, se possível, obter exemplos de uso literário dessas construções.
Em frases copulativas, como:
«O aluno está cansado.»
«A porta está aberta.»
«Tu estás feliz?»
seria possível substituir o predicativo por um pronome acusativo, formando expressões como "O aluno está-o”, “A porta está-o” ou “Tu está-lo?”? Essas formas aparecem em algum registro literário, regional ou arcaico do português?
No português europeu, na locução estar + a + infinitivo, há diferença entre «Ele está-o a fazer» e «Ele está a fazê-lo»? Existe preferência normativa ou diferença de estilo entre as duas formas? Quando o pronome sobe para o auxiliar (estar), as adaptações fonéticas continuam válidas?
Por exemplo: estás + o → está-lo; estão + o → estão-no.
Formas como «Tu está-lo a terminar» ou «Eles estão-no a construir» são aceitas?
No português do Brasil, com estar + gerúndio, qual das opções é mais adequada ou usual: «Ele o está fazendo», «Ele está fazendo-o» ou simplesmente «Ele está fazendo isso»?
Por fim, fora das locuções (estar a + infinitivo / estar + gerúndio), é possível empregar «Ele está-o» (sem verbo posterior) para retomar algo já mencionado, equivalente a «Ele está nisso»?
Agradeço desde já pela atenção e, se possível, gostaria de exemplos de uso literário (clássico ou moderno) dessas construções, caso existam.
Vejo os termos agoniante e agonizante sendo usados para falar de situações difíceis ou angustiantes, mas não sei exatamente quando usar um ou outro.
Gostaria de entender melhor em que contextos cada um é mais apropriado e se há alguma diferença de sentido ou uso entre eles.
Obrigada.
A língua portuguesa começou por ser a latina, ou mais especificamente a romana, que os soldados romanos é que conquistaram a Galécia, os outros povos latinos permaneceram grandemente na terra natal, falada pelo povo galaico, cuja língua era uma outra e que teve então que aprender a dos conquistadores. Não a aprenderam impecavelmente porém, inevitavelmente, e tal como alguns termos nativos perduraram, alguns latinos não passaram, ou passaram mas não perduraram.
Desconheço porém como posso determinar a empregabilidade dos étimos latinos na produção portuguesa, atendendo ainda por cima aos latinismos posteriores. Posso obviamente guiar-me pelos dicionários, mas, embora a presença do termo confirme a empregabilidade, a ausência não a descarta pelas limitações necessárias das obras lexicográficas.
Os falantes nativos podem enganar-se logo os achados eventuais dalgum emprego do termo pretendido não garantem a empregabilidade correta. Posso dirigir-me às autoridades linguísticas, no meu caso a Academia de Ciências de Lisboa, mas parece-me uma abordagem pouco prática. Há então alguma maneira mais prática? Exemplifico.
Há vários substantivos ou adjetivos verbais latinos, mas a gramática portuguesa inclui destes só o particípio (passivo) passado e o gerúndio. Logo, nenhuma garantia geral da existência dos outros substantivos ou adjetivos há, mas alguns deles existem, sem o verbo correspondente até. Alguns particípios passados latinos foram transformados além disso nos adjetivos ou substantivos portugueses correspondentes, diferentes dos particípios passados dos verbos portugueses correspondentes. O verbo latino exhaurire, a que me refiro pelo infinitivo, consistentemente com a convenção portuguesa, foi transformado no verbo português exaurir, cujo particípio passado é reconhecido como sendo exaurido, mas o particípio passado latino exhaustum, a que me refiro pelo caso acusativo, de que o termo português descende, foi transformado no adjectivo português «exausto». Que outros casos análogos há?
Posso dizer incluso ou excluso? Quanto aos particípios (ativos) presentes, cujo emprego pretendo tantas vezes mas não faço pelo meu desconhecimento da possibilidade, quais existem? Posso dizer "permitente" ou "definiente"?
Menciono só algumas possibilidades que me ocorreram recentemente mas a dúvida generaliza-se aos casos todos em que o étimo latino existe, ou existiu, e a palavra portuguesa correspondente pode ser «reconstruída progressivamente», se é que me faço entender (a reconstrução linguística é percebida como regressiva geralmente).
Obrigado.
Quero parabenizar o site.
Recorro a vocês para encontrar uma resposta que não encontrei em nenhum outro lugar na rede. É sobre alguns fenômenos linguísticos que tenho observado e para os quais não encontrei definição ou nome. São casos em que a regra sintática é quebrada com um propósito. Não são meramente erros.
Na frase «Ele correu pegar a bola», o verbo correr assume uma transitividade que não lhe é própria. Um fenômeno parecido ocorre com «Vá ao quarto correndinho buscar meu telefone», em que o verbo no gerúndio recebe um diminutivo. Claro que as duas frases quebram normas gramaticais, mas não são meros erros, elas têm um propósito, atribuem uma expressividade à construção.
Gostaria de saber se há figuras de linguagem em que esses dois fenômenos possam ser enquadrados. Inclusive, gostaria de saber se há mais exemplos desse mesmo fenômeno.
Obrigado.
Estou a corrigir testes, e os meus alunos estão a utilizar o termo "sofrência" em vez de sofrimento. Este termo existe ou foi "copiado"/ ouvido por eles em alguma rede social na boca de algum influencer?!
Como se chama a um habitante de Getafe, em Espanha? "Getafeños", em castelhano, pode ser traduzido por "getafenhos"? Ou será, antes, "getafenses"?
Obrigada.
Gostaria de saber como devemos grafar: «O trabalho está bem-feito» ou «O trabalho está bem feito»?
Muito obrigada, desde já!
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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