Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
Maria Silva Estudante Portugal 122

Devo felicitar-vos pelo excelente trabalho que têm vindo a fazer!

Tenho uma dúvida no que diz respeito ao complemento do nome referente ao nome retrato nos contextos seguintes:

1. O retrato da tua filha está perfeito.

2. O retrato que o artista elaborou está exposto na galeria.

Na frase 1, foi indicado que «da tua filha» seria um complemento do nome. Percebi a análise, visto que o nome retrato pode ser entendido como denotando uma representação visual ou gráfica e, ao retirar «da tua filha», o sentido referencial de retrato seria impreciso.

Contudo, na frase 2, a expressão «que o artista elaborou» foi considerada como modificador do nome restritivo. Sei que é uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva e sei que estas costumam ter a função sintática de modificador do nome restritivo. Todavia, o sentido referencial de retrato não ficaria impreciso se esta fosse retirada, dado que é um modificador? Se a frase fosse «O retrato da tua filha que o artista elaborou está exposto na galeria», entenderia muito melhor a análise... Que justificação pode ser dada para se considerar ambas as análises sintáticas corretas?

Posso inferir que, não importando o contexto, se aparecer uma oração subordinada adjetiva relativa, esta terá sempre, sem exceção, a função sintática de modificador do nome, mesmo que eu saiba que o nome possa exigir um complemento do nome (como alguns nomes deverbais: «A oferta da casa foi feita ao casal» vs. «A oferta que o casal recebeu foi uma casa»?

Obrigada pela vossa atenção!

Grace Montenegro Enfermeira Porto, Portugal 56

Relativamente ao uso de «reduzir pela metade», «reduzir para a metade» ou «reduzir à metade», gostaria de saber qual destas formas é mais correta nestes dois exemplos:

(1) «Após o desconfinamento, embora os locais recreativos começassem a acolher os clientes, a lotação permitida estava reduzida à metade.»

(2) «Embora a sala de espera possuísse diversos assentos, a proximidade entre as fileiras da frente reduziam-nos para a metade.»

Não sei se as opções que usei são as mais corretas.

Podem esclarecer-me esta dúvida, por favor?

Muito obrigada!

Mário Fernando Marques de Oliveira Economista (ex-administrador de empresas), reformado Coimbra, Portugal 110

dicionário da Porto Editora tem como significado para o nome masculino saca-nabo o seguinte: «náutica gancho ou haste de ferro que serve para pôr em movimento o nabo ou êmbolo da bomba dos porões.»

Porém, ao consultarmos o termo nabo no mesmo dicionário, não encontramos qualquer referência que explique aquela acepção.

Agradecemos a Vossa apreciação.

Ricardo Ferreira Engenheiro Porto, Portugal 95

Tanto quanto pude averiguar, os dicionários de verbos da língua portuguesa, como, por exemplo, o da Infopédia (Porto Editora), registam impactado como a única forma possível do particípio passado do verbo impactar.

É, pois, com alguma perplexidade, que me deparo recorrentemente com formulações como «o dardo tinha impacto o alvo».

Neste exemplo, parece-me que o adjectivo impacto está a ser utilizado em vez do particípio passado impactado, cujo emprego seria mais correcto.

Estará a escapar-me alguma coisa?

Muito obrigado!

Antónia Barradas Professora Lisboa, Portugal 211

Na frase «Nas últimas férias, fiz a minha primeira viagem de avião», devo considerar «de avião» complemento do nome ou complemento oblíquo, uma vez que o verbo "fazer", neste contexto, é transitivo direto?

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 138

Li num dicionário acerca da definição de antecedente o seguinte:

«termo a que se refere o pronome relativo

Esta definição está completa? Não se deveria incluir os pronomes pessoais?

Ex.: «Nos debates televisivos falou-se de muitos assuntos. Eles foram pertinentes para o meu conhecimento.

Obrigado.

Ana Rodrigues Tradutora Costa da Caparica, Portugal 237

Não logrei encontrar a expressão “barba-cara” (com ou sem hífen) em nenhum dicionário.

Contudo, a expressão aparece, no sentido de «com desfaçatez», em diversas passagens de livros e artigos. Porém, todos os textos que pude encontrar, incluindo esta expressão, são cabo-verdianos, pelo que gostaria de perguntar se tem, efetivamente, origem cabo-verdiana ou se a posso utilizar numa tradução para português europeu, nestes moldes:

«Estás a dizer isso na minha barba cara?», i.e., «tens o descaramento de me dizeres isso»?

Maria Mota Estudante Coimbra, Portugal 42

«Percebi nessa frase que a dignidade não está naquilo que temos, mas na forma como fazemos aquilo que nos cabe.»

Quais os valores aspetuais configurados pelas formas verbais presentes na frase?

Eu creio que serão perfetivo («percebi») e genérico (para as restantes formas verbais).

Todavia, há quem considere imperfetivo e eu não entendo por que razão pode ser imperfetivo.

Obrigada.

João Marques Tradutor Amadora, Portugal 244

Qual a construção mais correta?

– «Lembrarmo-nos daqueles a quem servimos.»

– «Lembrarmo-nos daqueles que servimos.»

Grato.

João Marques Tradutor Amadora, Portugal 288

Qual a forma mais correta?

– Cuidaram ativamente das necessidades de outros.

– Cuidaram ativamente das necessidades dos outros.

Grato.