Receio não conseguir acompanhar, neste caso, a opinião já expressa pelo saudoso e ilustre vernaculista Dr. José Neves Henriques.
Contratual será referente à condição de uma ou mais premissas de um contrato a estabelecer, ou já estabelecido, de cujas cláusulas se ajuíza da sua validez, exequibilidade, pertinência, legalidade, etc., a fim de um dado contrato poder ser aceite, juridicamente e pelas partes contraentes. A verbalização conferida pelo sufixo [-iz(ar)] tem o propósito de indicar a ideia de fazer que uma acção seja praticada. E a ideia tem como base o contrato; e não contratual/contratualidade (>contratualizar), que será a circunstância/condição de um exercício.
Assim, parece-me que – declinando contratualizar – deverá ser contrat(o) + iz(ar) >> contratizar que se me afigura mais escorreito: «acto de estabelecer contrato». Quando muito, tentando "salvar" o que já existe, contratualizar será «estabelecer condições pelas quais as cláusulas de um contrato sejam conformes à legalidade e interesses». Destarte, contratualizar = «atribuir a condição exigível para que algo possua contratualidade». Aceito que contratar nem sempre tenha o sentido de contratizar, visto esta acepção ter uma vertente mais formal.
Terei alguma "ponta" de razão? [...]
O meu muito obrigado pela atenção que possam conceder a esta dúvida e opinião.
Gostaria de saber a diferença entre subsídios e abono (nomeadamente termos jurídicos), por favor.
Muito obrigado.
Significado da palavra paradocente?
Sou frequentemente corrigido desde que decidi – de acordo com o plasmado no livro de português adoptado para o 7.º ano de escolaridade – utilizar o pronome obliquo tónico com preposição consigo na presença dos pronomes pessoais você/ele/vocês/eles. Gostaria de saber se nas frases que se seguem o uso do pronome em causa está correcto:
1. Você viu o Agnelo, o meu filho mais novo? Eu presumi que ele estivesse consigo!
2. Vocês são responsaveis por estes dois casais de idosos. Eles deverão permanecer o maior tempo possível consigo aqui na sala de estar.
3. Patrão, eu entreguei a guia de transporte ao Mascarenhas, tenho a certeza!A guia tem de estar consigo.
4. Eles são os peregrinos mais obstinados e asseadinhos que conheço! Vou para todo o lado consigo...Lourdes, Compostela...
Em meu entender apenas será consensual porque coloquial usar o consigo na primeira frase, usando-se na segunda frase o «com vocês», na terceira o «com ele» e na quarta o «com eles». Gramaticalmente será correcto usar o "consigo" nas quatro frases?
Muito obrigado, desde já.
Estudando espanhol, deparo-me com a construção normativa «me lavé las manos», e ainda, lendo Machado de Assis, deparo-me com a construção «Escobar apertou-me as mãos». Interessante que, no dia a dia, fala-se «apertou (as) minhas mãos» ou «beijou (o) meu rosto», mas então, por causa da construção típica da língua espanhola (sendo ela a norma padrão) e do uso dessa construção na literatura portuguesa, comecei a perceber que também se fala «apertou-me as mãos» ou «beijou-me o rosto» no dia a dia.
Por isso, indago sobre essa construção na língua portuguesa e seus aspectos normativos: é possível? É padrão? Ou ainda, qual é a diferença entre «apertou (a) minha mão» e «apertou-me a mão»?
Agradeço antecipadamente a resposta.
[...] Queria perguntar se o termo «luzes do norte» é um calco do inglês, ou se realmente o usam como sinónimo para "aurora boreal".
Muito obrigado.
Sobre a gramaticalidade da expressão «tão único», encontrei uma resposta no Ciberdúvidas que considera a expressão um "disparate". Não me parece que esta interpretação se ajuste aos dias de hoje e à evolução do adjetivo no nosso idioma e não só: por exemplo, em inglês, tornaram-se comuns expressões como "so unique" (sobre a evolução da palavra em inglês).
Se consultarmos os principais dicionários portugueses, vemos que o significado de único já não se resume ao valor absoluto. Constata-se que único também pode significar «excecional», «superior aos outros», «especial», «incomum», etc. Ora, a partir do momento em que admitimos estes significados para único, parece-me que também temos de admitir, pelo menos em contextos "criativos", expressões como "tão único" ("tão especial", "tão superior aos outros", etc.). A comprovar esta tendência, uma rápida pesquisa na Web encontra mais de 100 mil ocorrências de "tão único", designadamente em inúmeras publicações, como livros, revistas, etc. Neste sentido, gostaria de conhecer a vossa opinião atual sobre o tema, agradecendo desde já a atenção.
Qual a diferença entre flexibilidade e flexibilização?
Gostaria de saber qual a melhor maneira de dizer:
1) ir/ficar com as mãos a abanar;
2) ir/ficar de mãos a abanar.
Obrigado.
Fundilhar é um verbo da família de fundura (nome)?
Obrigado.
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