Como já anteriormente anunciámos, a necessidade de acertos na presente reestruturação gráfica e informática do Ciberdúvidas forçou à interrupção do seu consultório e demais rubricas – sem prejuízo das regulares atualizações de relevância informativa, que ficam sempre devidamente assinaladas no campo dos Destaques, em baixo.
É o caso presente, nomeadamente com uma curiosidade à volta da palavra machimbombo, caída em desuso em Portugal, desde que, em 1913, deixou de se chamar assim ao que passaria a ser o que é hoje o lisboeta elétrico 28. Ou, ainda, esta outra curiosidade constante num dos dois novos episódios do programa Mambos da Língua – O tu-cá-tu-lá do português de Angola, emitido na Rádio Nacional de Angola: o coletivo de pessoas em... 22 variantes1.
1 Trata-se do 61.º episódio, tendo o 62.º como tema a confusão muito comum no uso da palavra grama.
Como já aqui foi exposto, o serviço prestado pelo Ciberdúvidas estendeu a habitual pausa nas férias de verão, em Portugal, para acertos indispensáveis na sua mais recente reestruturação gráfica e informática. A quantos nos consultam regularmente, voltamos a agradecer que nos remetam os reparos a quaisquer anomalias eventualmente detetadas, por este endereço de correio eletrónico: ciberduvidasdalinguaportuguesa@gmail.com.
Voltaremos com as atualizações regulares no dia 1 de setembro, mantendo-se, naturalmente, o livre acesso a todo o vasto e diversificado arquivo do Ciberdúvidas – e, sempre que for caso disso, com notícias e qualquer outro tipo de informações relevantes sobre a língua portuguesa. É o caso das mais recentes, aqui.
«O incremento de formas de expressão quase guturais como os SMS e o Twitter apenas dá expressão a um problema mais de fundo que é a desertificação do vocabulário, fruto de pouca leitura, e de um universo mediático muito pobre e estereotipado.» Assim se refere o político e historiador português José Pacheco Pereira à linguagem contemporânea, para depois escalpelizar as opções lexicais semanticamente ocas do discurso político vigente, numa crónica publicada no jornal Público e disponível também na rubrica O nosso idioma.
Como temos vindo a assinalar, prossegue a reestruturação do Ciberdúvidas, agora com especial atenção dedicada a vários acertos informáticos. Enquanto procedemos a tais correções e alterações, é natural que o portal fique por vezes temporariamente inacessível, situação para a qual pedimos, desde já, a compreensão dos nossos consulentes. Procuraremos retomar a normalidade o mais rapidamente possível, mas, entretanto, muito agradeceremos também que todas e quaisquer anomalias eventualmente detetadas por quem nos consulte por estes dias sejam comunicadas por este endereço de correio eletrónico:
ciberduvidasdalinguaportuguesa@gmail.com .
Lembramos ainda que, não obstante o consultório ficar interrompido até ao dia 1 de setembro, damos, como sempre, livre acesso à consulta de todo o vasto e diversificado arquivo do Ciberdúvidas, na ordem, já, dos 40 mil textos e respostas. É o caso de Com respeito às palavras, uma reflexão que deixamos disponível na rubrica O Nosso Idioma, da autoria da escritora portuguesa Hélia Correia, recém-galardoada com o Prémio Camões 2015 (ver Abertura de 22/06/2015).
O texto já leva um ano de publicação1, mas não podia estar mais atual, nestes dias que correm do tudo-ou-nada da questão grega (ou será, antes, o do futuro da própria União Europeia?). E como foram, estão e vão ser descritos estes tempos de crise política, económica e social? Com que palavras e que sentido vão elas tomando nesta «narrativa» dominante? Que «vocabulário esmaecido» é este? Por exemplo, quando se fala de «austeridade», de «gorduras do Estado» ou de «indignação» – no caso particular, já, de Portugal –, do que se está a falar, afinal? E qual o papel de quem o reproduz, assim, tão acriticamente? Com respeito às palavras, a estas e a toda a retórica subjacente, é a reflexão que deixamos disponível na rubrica O Nosso Idioma, da autoria da escritora portuguesa Hélia Correia, recém-galardoada com o Prémio Camões 2015. Uma razão acrescida para a atualidade deste notável texto2.
1 in jornal Público de 17 de janeiro de 2014.
2 Porque vem a propósito e está igualmente muito atual, (re)leia-se também o texto A (falsa) reforma da palavra «reforma», da autoria da linguista Daniela Cordeiro.
O consultório do Ciberdúvidas fica interrompido desde esta data, tal como fazemos sempre por esta altura do ano, férias de verão, em Portugal. E, como é também tradição no Ciberdúvidas, não deixaremos de dar aqui o devido registo do que tiver relevância noticiosa sobre a língua portuguesa, sempre que for caso disso.
Estaremos de volta, em pleno, no dia 1 de setembro – aproveitando esta pausa para alguns acertos técnicos no que ainda falta afinar na nova estrutura informática e gráfica do portal. Para eles, agradecemos desde já os reparos e as sugestões de melhoria que nos têm sido enviados para (repetimos) o endereço ciberduvidasdalinguaportuguesa@gmail.com
Os usos da língua portuguesa têm sido fonte inesgotável para a criação de efeitos de cómico, pelo menos, desde Gil Vicente (1465?-1536?), autor que muito aproveitou a variação dialetal e socioletal para os seus autos e farsas. O sotaque e certos chavões são, por exemplo, aspetos que a generalidade de cómicos e humoristas explora – basta lembrar as muitas figuras inventadas por humoristas portugueses como Herman José ou Ricardo Araújo Pereira. Mas será possível fazer humor à volta de termos e conceitos gramaticais mais elaborados ou menos conscientes no conhecimento que temos da linguagem quotidiana? O programa brasileiro Porta dos Fundos, que o YouTube popularizou entre os falantes de português, atreveu-se a brincar com a gramática descritiva, a propósito de noções como conetor (ou conector, ou ainda, como também se diz, conetivo) e tipos de frase (declarativa, interrogativa, entre outras). O resultado foi o episódio intitulado Problemas linguísticos*, que a seguir se apresenta:
* Agradecemos ao consulente Nicolas Maia (Rio de Janeiro, Brasil) a chamada de atenção para este vídeo.
As questões abordadas nesta atualização do consultório focam aspetos da variação inerente a qualquer língua, quer evoluindo no tempo quer diferenciando-se nos espaços que povoamos e demarcamos. Ficamos a saber, por exemplo, que amálgama já se usou apenas no masculino, mas hoje ocorre também no feminino. A propósito do topónimo Arneiroz (Ceará), descobrimos que, no Brasil, a grafia dos nomes de lugar nem sempre se subordina à regras ortográficas vigentes. Apercebemo-nos também de alguma dificuldade em emitir juízos sobre o emprego de algures e alhures, porque estes advérbios se usam raramente. Passando às demais rubricas, o Pelourinho assinala um tropeção recorrente: em lugar de meteorologia, a deturpação "metereologia", que teimosamente mancha a melhor prosa. Poderá um erro destes ser alguma vez tolerado? Menos controversa parece a mudança nas fórmulas usadas em saudações e despedidas no português falado em Portugal – é a conclusão da leitura de uma crónica que o escritor português Miguel Esteves Cardoso publicou no jornal Público e que a rubrica O Nosso Idioma igualmente acolhe.
De repente, a música popular põe na moda certas expressões: é o caso do angolanismo jajão, «conversa para enganar ou convencer» – ou seja, o mesmo que lábia ou palavrório. A palavra foi agora convertida em título de uma canção cuja letra suscita ao jornalista angolano Edno Pimentel mais um comentário sobre os usos linguísticos do seu país, o qual se pode ler em crónica disponível na rubrica O Nosso Idioma (texto original publicado em 11/05/2015 no jornal angolano Nova Gazeta). No consultório, três novas questões mostram que, para falar e escrever bem, jajão não serve: que significa «troca por troca»? A locução «à parte» usa-se com preposição? Qual o plural de pequeno-burguês?
Nesta atualização, são igualmente de salientar:
– na rubrica Acordo Ortográfico (Notícias), a entrevista dada por Marisa Mendonça, diretora-executiva do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, ao programa Fórum África (10/06/2015), da RTP África, a respeito do Vocabulário Ortográfico Comum, dos trabalhos com os vocabulários nacionais e da aplicação do Acordo Ortográfico;
– e, em O Nosso Idioma, a referência a um novo tutorial do projeto Scriptorium – Centro de Escrita Académica em Português, da Escola Superior de Educação de Lisboa, desta vez, sobre o uso de vírgulas com conjunções e conetores.
– finalmente, uma chamada de atenção, de novo, ao erro recorrente na prolação do plural da palavra acordo. Voltou a ouvir-se /acórdos/ em vez de /acôrdos/. Foi o que se ouviu nas notícias televisivas, em Portugal, sobre a privatização da transportadora aérea nacional TAP – como foi o caso concreto do ministro da Economia Pires de Lima e o do secretário de Estado dos Transportes Sérgio Monteiro. Como se pode ouvir/ver aqui e aqui.
A partir desta data, o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa volta a estar acessível, com todas as suas rubricas ativas, incluindo o consultório, em novos servidores – os do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL). Sendo assim, à parte os anteriores e tradicionais endereços do Ciberdúvidas, que se mantêm (www.ciberduvidas.pt e www.ciberdúvidas.com), o alojamento em novo servidor, do ISCTE-IUL, acrescentou um terceiro: https://ciberduvidas.iscte-iul.pt.
A mudança é considerável, tendo exigido a alteração do visual gráfico, o aperfeiçoamento da pesquisa quer de respostas quer dos textos das demais rubricas e a criação de novas funcionalidades, sempre no intuito de facilitar a consulta destas páginas. Há 18 anos dedicado a esclarecer, divulgar e debater temas da língua portuguesa, este serviço gracioso regressa, portanto, com renovada energia ao convívio de quantos querem conhecer melhor a língua que falam para a utilizar com critério e adequação.
Encontrando-se ainda esta reestruturação do Ciberdúvidas em fase de acertos informáticos, todas e quaisquer anomalias eventualmente detetadas por quem o consulte por estes dias, muito agradecemos nos sejam comunicadas por este correio eletrónico: ciberduvidasdalinguaportuguesa@gmail.com .
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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