Ao encontrar ou abordar alguém, dependendo da pessoa e do tipo de situação, podemos dizer «bom dia», «olá», «viva» ou, importando uma expressão do Brasil, «oi». Na escrita, as fórmulas são também diversificadas, e todos sabemos que a sua escolha não é arbitrária. E, quando nos separamos de um interlocutor, que palavras temos? Será o significado das fórmulas empregadas em português muito diferente do das formas que existem noutras línguas? Um artigo do linguista brasileiro Aldo Bizzocchi, publicado na versão em linha da revista Língua Portuguesa, confronta as despedidas em português com as de outros idiomas, assinalando que as locuções «até logo», «até breve», «até à vista» e «até mais» têm interpretação semelhante à de muitas fórmulas em línguas estrangeiras, como sejam au revoir (francês), arrivederci (italiano), auf Wiedersehen (alemão), hasta luego (espanhol) ou see you again (inglês). O texto, também disponível na rubrica O Nosso Idioma, dá mais exemplos, numa perspetiva multilingue (em sueco, em mandarim, em turco...), para sublinhar que «as fórmulas de despedida sempre contêm algo de esperançoso: o desejo do reencontro, o de que quem parte o faça em paz e o de que Deus guie os passos do viajante». Afinal, parece faltar-nos perceber que as línguas, embora diversas, unem mais do que separam, cabendo-nos a nós decifrar a humanidade nelas inscrita.
Que significa dizer que, em certas comunidades, o português é língua de herança? O programa Língua de Todos, transmitido na sexta-feira, 17 de julho (às 13h15*, na RDP África; com repetição no dia seguinte, 18 de julho, depois do noticiário das 9h00*), convida a professora Naidea Nunes, da Universidade da Madeira, para explicar o que é uma língua de herança e como é o ensino do português nesta perspetiva. O Páginas de Português de domingo, 19 de julho (às 17h00*, na Antena 2), entrevista Madalena Arroja, diretora de Serviços de Língua e Cultura do Camões-Instituto da Cooperação e da Língua, sobre a recente criação do Centro de Língua Portuguesa em Santiago do Chile, no contexto da promoção do português no espaço ibero-americano.
Uma brevíssima nota a respeito do ensino em Portugal. Publicados os resultados dos exames do 12.º ano (conclusão dos estudos secundários), salientam os media portugueses a subida notável das notas na disciplina de Matemática. O Latim, disciplina opcional no currículo, também registou uma melhoria, mas o Português, que é curricular, ficou pela média de 11 valores (na escala de 0 a 20), mantendo na prática o valor do ano de 2014. Um resultado curto para jovens a quem se pede competência na língua materna, seja no mercado do trabalho, seja na continuação dos estudos no ensino superior.