Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Trema!
Uma história difícil para a cidadania

Um episódio da atual vida política portuguesa recuperou do esquecimento um sinal gráfico que há muito não se usa em Portugal, embora há cerca de duas décadas ainda fosse empregado no Brasil: o trema, ou seja, o sinal de separação vocálica (diérese). Um apontamento de Carlos Rocha.

Na imagem, pormenor do cartaz associado à promoção dos cursos de língua alemã do Goethe Institut em Portugal no ano letivo de 2025/2026 (fonte: página do Goethe Institut Portugal no  Facebook, 12/09/2025). Tradução das palavras e da frase em alemão: Hamburger = hambúrguer; Hamburg = Hamburgo; Bürger = cidadão; Ein Bürger der Stadt Hamburg isst ein Hamburger = «um cidadão da cidade de Hamburgo come um hambúrguer».

Da política, da cultura e dos paraísos perdidos
A «vida líquida» e as ameaças à liberdade
Por Dora Gago

«[...] Basta percorrermos as redes sociais para nos depararmos com aspectos cínicos, manipulados e manipuladores, muitas vezes ao serviço de ideais extremistas, convertidos em sérias ameaças às mais elementares formas de liberdade» – sustenta a escritora e professora universitária Dora Gago num artigo de opinião publicado no Jornal do Algarve de 23 de Agosto de 2025. Mantém-se a ortografia de 1945 conforme o original.

Alguns dos desafios da sala de aula moderna
Entre o progresso e a pressão

Neste artigo de opinião, a consultora Inês Gama discute e analisa alguns dos desafios da sala de aula moderna, destacando o uso equilibrado da tecnologia, a gestão da diversidade estudantil e a promoção do bem-estar emocional.

Qual o significado da palavra <i>pródigo</i>?

O sentido do termo pródigo é o tema do apontamento gramatical da consultora Inês Gama (divulgado no programa Páginas de Português, da Antena 2, em 14/09/2025).

Terminologia gramatical: Brasil x Portugal
As diferenças de duas nomenclaturas

«No site dt.dge.mec.pt, encontramos o Dicionário Terminológico, criado em 2008 para regular e uniformizar a terminologia linguística/gramatical no contexto educativo em Portugal — escolas, livros didáticos, exames. Já a nossa NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira), de 1959, apresenta uma terminologia diferente em alguns pontos da do outro lado do Atlântico, de modo que um aluno brasileiro que estuda no ensino básico em Portugal precisa se adaptar também a isso.»

O gramático brasileiro Fernando Pestana compara as nomenclaturas gramaticais que são seguidas no ensino não universitário em Portugal e no Brasil. 

O
Escrita culta e fala culta

«O maior vacilo dos gramáticos normativos, ao sistematizarem a norma culta, não foi basearem-se no registro culto escrito para a sistematização da gramática da língua portuguesa [...]. O maior pecado deles, na real, foi este: recomendar os modelos dessa norma culta escrita para a... fala, sem criteriosa delimitação e distinção pontual entre fala e escrita cultas.»

Neste artigo de opinião, o linguista e gramático brasileiro Fernando Pestana identifica o motivo das críticas feitas a autores normativos do passado e antevê o aparecimento de novos gramáticos capazes de «descrever para normatizar, objetiva e detalhadamente, a relativa diglossia existente no português brasileiro». Texto que o autor incluiu no seu blogue Textos do Pestana em 10/09/2025 e que se republica aqui com a devida vénia.

 

Descurar «entes queridos»
Plural e composição de palavras

Comentário linguístico da consultora Inês Gama a propósito do erro "ente-queridos" encontrado no site de um crematório português, com esclarecimentos sobre a hifenização e a concordância nominal da locução «ente querido», frequentemente usada em contextos fúnebres.

Da inteligência artificial  <br>e da «pele de galinha»
Um desafio essencialmente humano
Por Dora Gago

A professora universitária e escritora Dora Gago equaciona os desafios da inteligência artificial: «Cada vez mais a Inteligência artificial invade, muitas vezes sem licença, os nossos dias. Vemo-la em todo o lado, sendo lícito questionarmos o nosso papel, o dos seres humanos, aqueles que supostamente, teriam ou deveriam ter o comando de tudo.»

Artigo de opinião publicado no Jornal do Algarve de 11 de Julho de 2025 e aqui transcrito com a devida vénia, mantendo a ortografia de 1945, conforme o original.

<i>Sicário</i>
Semântica e etimologia

Na sequência do trágico acidente do «elevador da Glória», ocorrido em Lisboa, em 03/09/2025, gera-se acesa discussão à volta da responsabilidade política de Carlos Moedas, atual presidente da Câmara Municipal da capital portuguesa. Num cenário de troca de acusações sobre responsabilidade política, Moedas emprega o termo sicário, acirrando ainda mais os ânimos. O consultor Carlos Rocha dedica uma breve nota à etimologia da palavra.

Na imagem, estatueta de bronze de um gladiador trácio, empunhando uma sica (Gália romana, séculos II-III, Museu da Biblioteca Nacional de França).  Crédito: Wikipédia (09/09/2025).

A praga do «eu diria que...»
Um modismo que já irrita

«Muitos jornalistas [...] julgam de boa oralidade começar a sua intervenção com o batido "eu diria que"» – refere o jornalista Victor Bandarra neste apontamento em que retoma o tema do modismo «eu diria que...», um marcador de discurso que, em Portugal, se repete sem imaginação na comunicação social. Texto publicado em 31  de agosto de 2025 no jornal Correio da Manhã e aqui divulgado coma devida vénia.