Versos do poeta português António Correia de Oliveira (1879-1960), a propósito do amor e das maneiras de dizer adeus em português.1
Três modos de despedida
Tem o meu bem para mim:
– «Até logo»; «até à vista»:
Ou «adeus» – É sempre assim.
«Adeus», é lindo, mas triste;
«Adeus»... A Deus entregamos
Nossos destinos: partimos,
Mal sabendo se voltamos.
«Até logo», é já mais doce;
Tem distancia e ausência, é certo;
Mas não é nem ano e dia,
Nem tão-pouco algum deserto.
Vale mais «até à vista»,
Do que «até logo» ou «adeus»;
«À vista», lembra, voltando,
Meus olhos fitos nos teus.
Três modos de despedida
Tem, assim, o meu Amor;
Antes não tivesse tantos!
Nem um só... Fora melhor.
1 Agradecemos à consulente Paula Cravo por nos ter sugerido a disponibilização deste poema.
In Antologia Poética, conforme página do sítio eletrónico Citador (consultado em 17/07/2015).