O português de Angola cresce e afirma-se como variedade bem definida, mas são muitos os desafios que os falantes angolanos têm em perspetiva, se quiserem manter a unidade da língua como horizonte. É este um diagnóstico possível, após a leitura de uma série de textos aqui divulgados neste dia, a saber:
– em Acordo Ortográfico, uma entrevista do professor e jornalista luandense Edno Pimentel à linguista angolana Teresa Camacha Costa (Departamento de Língua Portuguesa do Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda), que faz várias advertências a respeito da qualidade do ensino da língua em Angola e do impasse à volta da não ratificação do Acordo Ortográfico por este país;
– na mesma rubrica, também da autoria de Edno Pimentel, a síntese que completa a referida entrevista, sobre os entraves que o governo de Angola considera impeditivos de tal ratificação;
– em O Nosso Idioma, dois artigos dão conta das idiossincrasias da fala angolana: ainda com Edno Pimentel, toma-se nota de um uso incorreto do verbo internar; e com outro jornalista angolano, Emídio Fernando, explicitam-se as conotações pessimistas associadas pelos angolanos aos verbos trintar e quarentar.
Entretanto, apesar da pausa nas suas atualizações por razões já anteriormente expostas, o consultório recebe também uma resposta que aguardava o momento para estar em linha. Como é que se diz: «página trinta e uma», ou «página trinta e um»?
A promoção do português em Angola e noutros países africanos é igualmente o tema do programa Língua de Todos, na sexta-feira, 24 de julho (às 13h15*, na RDP África; com repetição no dia seguinte, 25 de julho, depois do noticiário das 9h00*). Em foco, no Páginas de Português de domingo, 26 de julho (às 17h00*, na Antena 2), a atribuição do prémio da Associação Portuguesa de Escritores ao escritor português Mário Cláudio.
* Hora oficial de Portugal continental, ficando disponível também via Internet, nos endereços de ambos os programas.